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quinta-feira, 20 de setembro de 2012
Cadê a água? A grande mineradora bebeu!
Neste final de inverno e início da primavera, por mais um ano sentimos as agruras com o atraso das chuvas e aumento do pó de minério de ferro no ar de Itabira.
Como já posto em crônicas anteriores, ‘Dá-me um copo d’agua, eu tenho sede, link http://www.lestemais.com.br/Noticia.asp?id_noticia=10939 , sinto-me mais uma vez obrigado a retornar ao tema da “água potável”, que com a sua falta cotidiana já vem sendo sentida por muitos citadinos e relegado ao 10º plano pelas autoridades e há muito já esquecido pela grande mineradora, aquela mesma que bebeu todo o excedente de nossa água, além de ter afetado e interferido sobremaneira no lençol freático e assim ocasionando a morte de várias fontes e minas no centro da cidade.
“Nunca se esquecendo que uma das condicionantes assinada por ela em 1997 era exatamente prospectar, captar e tratar a água potável para o uso dos moradores em contra-partida àquele tanto que usufrui nas minas”.
Passados quinze anos, o muito que esta depredadora do ambiente fez foi abrir sete poços artesianos, sendo que dois já estão inativos, um por rachadura e o outro exatamente por secura.
Obs.: -a conta de energia do bombeamento da água destes cinco poços ficaram por conta dos usuários, mais uma vez espoliados por aquela nefasta mineradora.
Daqui a alguns dias, precisamente dia sete de Outubro de 2012, teremos mais um pleito para escolhermos o novo prefeito municipal de Itabira, porém os candidatos mostram-se mal informados ou mesmo desinteressados em tratar do assunto “água potável” em seus planos de governos.
De todos eles, passando pelo “bão, o mior ou o que é o bão”, só têm apresentado que irão captar a água, de preferência no Rio Tanque e devendo ser acima do distrito de Senhora do Carmo, aoende ela encontra-se menos impura.
O candidato “bão” informa em seu plano de governo que também irá fazer uma parceria (?) com a mineradora beberrona, quando isto nada mais é que obrigação dela.
Todos os candidatos estão esquecendo e a maioria dos citadinos é leiga neste assunto, sendo que o manancial da Pureza já não suporta tanta usura por parte do SAAE e o volume d’agua captado no Ribeirão dos Gatos é insuficiente para atender a demanda crescente pelo aumento contínuo da população. A ETA – estação de tratamento de ‘agua da Pureza, já deveria ter sido desativada há uns dez anos para proteger o eco-sistema daquela mini bacia hidrográfica.
O volume previsto de extração d’agua no Rio Tanque é de 250 litros por segundo, 24 horas por dia, o ano inteiro, para dar conta da demanda que encontra-se reprimida (ou será deprimida?), principalmente nesta época do ano em que a necessidade de lavar as calçadas e automóveis em decorrência do aumento da poeira do minério no ar.
Outro fato importante nesta questão é que, captando esta água há uns 40 km do centro urbano, a mesma para ser trazida até alí, além da distância, terá pela frente a Serra do Esmeril e mais uma vez a conta da energia elétrica e manutenção dos equipamentos ficará por conta daqueles mesmos espoliados usuários.
O fator de maior preponderância nisto tudo vai na situação geográfica de Itabira, pois toda a água que verte a norte do buraco do Cauê corre para a bacia hidrográfica do Rio Tanque e a sul para a bacia do Rio Piracicaba.
Pelo que recordo, existe também a limitação na legislação federal no que tange a transposição de bacias hidrográficas; a mesma regra vale para o Rio São Francisco.
Quando estes postulantes ao cargo de prefeito municipal apresentam suas campanhas eleitorais que pretendem captar a água, preferencialmente no Rio Tanque, esquecem, ignoram ou mesmo desconhecem todos os fatos, situações e aspectos a respeito destas dificuldades técnicas e da legislação ambiental brasileira.
Se têm esta intenção de usufruir da água do Rio Tanque ou do Jirau (este é afluente daquele) por estar mais próximo do centro urbano, deveriam também prever o aumento do volume d’agua de todos os rios, ribeirões, córregos e minas/nascentes d’agua do Município, refazendo as suas matas ciliares, desassoreando as calhas dos cursos d’agua e para o quesito qualidade e menos turbidez, instalar fossas sépticas nas propriedades rurais, captação de esgoto doméstico, além da instalação e funcionamento de outras ETE – estação de tratamento de esgoto – nos vários núcleos urbanos, principalmente os mais isolados.
Captando esta água na bacia hidrográfica do Rio Tanque para o efetivo uso humano, deveria ser feito um estudo de quanto sobrará dos 250 litros por segundo após o tratamento do esgoto e retornar com esta água para sua bacia original e assim minimizar o impacto ambiental que todo este processo irá causar na vasta região a qual pertence aqueles dois cursos d’agua.
Recordo-me agora quando a usurpadora de direitos alheios, a dita maldita grande mineradora beberrona d’agua alteou a sua represa do Santana em onze metros, cercando todo o Rio Jirau, o horror, a fedentina que se transformou o centro urbano de Santa Maria de Itabira, por onde deveria correr naturalmente este rio que agora encontra-se limitado em seu volume, pois esta mineradora que tanto prega aos moradores da região o remédio para os cuidados com o ambiente, mas não toma do mesmo.
Quando a beberrona mineradora suga a água do Rio Jirau para lavar o minério “nacional” a ser exportado, ao liberar a sobra desta água para fora de suas instalações, a mesma segue não mais para a sua bacia hidrográfica original e sim para a do Rio Piracicaba.
Portanto, cuidemos de cuidar mais e melhor daquilo que quase já não temos ao nosso dispor e usufruto: -a água nossa de cada dia!
Um comentário:
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Pois é, meu jovem, mas a realidade é esta e cruel.
ResponderExcluirNormalmente estas mineradoras usurpam os direitos de todos para somente depois resolverem a questões sob protestos.