Who's amoung us?

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Relembrando a história.


Palavras de Ronaldo Magalhães ao povo do "Drumond", à época da campanha de João Izael:

NÃO EXISTE NINGUÉM PARA RESOLVER A SITUAÇÃO DE VOCÊS, A NÃO SER JOÃO IZAEL!!


Toma Itabira!!!

CONCORRÊNCIA

Segunda-feira é o dia do despejão das 300 famílias do "bairro" Drummond. É a lei dos homens, o direito preservado da propriedade e o senso de que não devemos tomar o que não nos pertence. Tudo bem. Ok.

Mas só uma pergunta que me veio a cabeça, hoje, pela manhã... Por que o grupo político atual deveria ter se esforçado e até mesmo ter cumprido com o programa de habitação popular, se uma grande empresa da cidade, atribuída ao ex-secretário de obras do mesmo grupo e que emergiu depois que chegaram ao poder, tem como principal fonte de grandes negócios a venda de imóveis residenciais, inclusive com oferta de imóveis populares subsídiados pelo governo federal (Programa Minha Casa, Minha Vida), para os COMPRADORES? Concorrência? Para quê?

Despejo anunciado de 300 famílias sem-casa causa desespero em Itabira

Nota de repúdio ao despejo de 300 famílias sem-casa em Itabira.
Em defesa da dignidade humana dos pobres de Itabira

O juiz André Luiz Pimenta de Almeida, da 1ª Vara Cível da Comarca de Itabira, MG, concedeu mandado de despejo para a Polícia despejar 300 famílias empobrecidas da Comunidade Drumond, que ocupa uma área no Bairro Drumond, em Itabira, MG, há 11 anos, em 1º de agosto próximo (2011). Isso para cumprir uma liminar de reintegração de posse para a Família Rosa, poderosa família itabirana. O processo está eivado de irregularidades. È legal, mas não é justo, não é ético.
O povo da Comunidade Drumond está acampado na frente da Prefeitura de Itabira há 60 dias cobrando moradia digna e respeito à dignidade humana. O prefeito já se comprometeu em enquadrar o povo no Programa Minha Casa Minha Vida e a arrumar terreno para construir moradia para o povo, mas isso levará, no mínimo, um ano.
Através de Ofício, ontem, dia 26/07, o Bispo dom Odilon Guimarães Moreira, pediu audiência em regime de urgência com Secretários do Governador Anastasia e com o Comando da Polícia. Objetivo: obter o adiamento do despejo até que seja construída moradias dignas para as 300 famílias, o que, aliás, já foi acordado entre a Prefeitura de Itabira e o Ministério das Cidades.

Selma Lúcia Coura Damasceno, secretária do Secretariado Diocesano de Pastoral Regional I, da Diocese de Itabira-Cel. Fabriciano nos dá informações preocupantes, tais como:
Na última sexta-feira, dia 22/07/2011, o presidente da Câmara de Vereadores de Itabira, de posse de uma lista com nomes das 300 famílias da Comunidade Drummond, lista segundo ele entregue pela secretária de ação social, a sra. Graça Carvalho, foi informando ao povo, em sua residência, onde a família estaria locada, se no bolsa aluguel ou no abrigo.
Como várias famílias não estavam locadas em nenhuma das listas, o povo entrou em desespero. Certo é que a Prefeitura de Itabira não tem abrigo nem bolsa aluguel suficiente para atender nem um quinto das famílias.
O vereador orientou as famílias para na segunda-feira, dia 01/08/2011, dia do despejo, procurarem a Secretaria de Ação Social para receber orientação.
Ontem à tarde, dia 26/07, várias famílias que diziam que estavam locados para ir para um abrigo receberam da sra. Edna, da Secretaria de Ação Social, a informação, por telefone, que não tem mais abrigo.
Portanto a situação é muito tensa. Estamos fazendo Assembléia com o povo todo dia, porque todo dia aparece uma situação dramática. Tememos muito pelo povo. Não sabemos qual será a reação do povo. Aceitará ser humilhado mais ainda com o despejo?
 Procurada pelo sr. Adilson, presidente da Associação do bairro Drummond, a Secretária da Ação Social de Itabira, a sra. Graça, ligou para o comandante da Polícia para perguntá-lo quais famílias iriam ser despejadas da área de litígio. Isto só reforça a tese segundo a qual a área em questão está cheia de irregularidade no processo. De fato, no processo a área a ser desocupada não está delimitada, o que é uma exigência legal. Ah, inclusive, na área terreno que é da Prefeitura. Logo, se o despejo for feito será de forma arbitrária sem saber onde, pois no processo não consta a delimitação da área.
Um dos abrigos que foi locado pela prefeitura não comporta mais que 30 famílias, e o outro também não. Como a prefeitura vai garantir abrigo para o povo? Eles mesmos sabem que têm muito mais famílias para serem abrigadas e que não tem realmente lugar para abrigar o povo.
    O despejo não pode acontecer. Precisa ser adiado, se não será um massacre, no momento ou depois em conta conta. O despejo não resolverá o problema social lá instaurado, mas multiplicará muito o problema social que nunca se resolve com polícia, mas com política pública.
     Estamos às portas de uma tragédia. O povo vai resistir, porque não agüenta mais ser maltratado, humilhado, pisado e violentado. Que Deus nos ajude e que as autoridades de Minas não deixem o despejo acontecer. 
Até quando os pobres de Itabira continuarão sendo pisados? Cumpre recordar que Itabira é berço da Companhia Vale do Rio Doce, terra do poeta Carlos Drumond de Andrade.
Itabira está, hoje, dentro de crateras de mineração da Vale. Itabira ostenta o título de ser a cidade do Brasil campeã no número de suicídio, de depressão e com uma grande desigualdade social.

Belo Horizonte, MG, Brasil, 27 de julho de 2011

Contato:
Joviano Mayer, cel.: 31 8815 4021
Padre José Geraldo de Melo, cel.: 031 8727 0021
Frei Gilvander Moreira, cel.: 031 9296 3040.
Adilson, cel.: 031 8656 9616
Selma, cel.: 86611155

ASSINA essa NOTA:
Comissão Pastoral da Terra – CPT/MG.
Frei Gilvander Luís Moreira

 Um abraço afetuoso. Gilvander Moreira, frei Carmelita.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

PREFEITO VAIADO

O prefeito de Itabira, João Izael Querino Coelho, assim que pegou o microfone, durante o encerramento do 37° Festival de Inverno, na concha acústica do Pico do Amor,  no domingo passado, foi vaiado pelo público presente.

A informação foi passada pelos participantes do fórum Opinião de Itabirano, agora a pouco. Segundo eles, o prefeito começou dizendo que era importante valorizar a cultura, quando o pessoal do lado direito começou a vaiar baixinho. Aos poucos, a vaia se alastrou e o prefeito "foi prontamente reprimido".


Perguntei aos participantes do fórum, que estiveram presentes ao evento no dia, se a vaia foi alguma resposta específica ao pronunciamento, ou por causa da atração do dia, e todos acreditam que não foi, porque ela iniciou-se logo que o prefeito pegou o microfone, seguidas de xingamentos. Em "menos de um minuto "o prefeito encerrou o Festival e sumiu! Para eles, foi uma resposta aos desmandos, inércia administrativa, destruição do Pico do Amor etc.

Para variar, não vi ainda nada na mídia da cidade.

LÁ E CÁ

LÁ FORA

Tenho, a todo instante, elogiado as políticas de gestão dos governos vizinhos, principalmente, de São Gonçalo, onde moro atualmente. 

Para o azar do grupão, tenho conseguido contratos em várias cidades do estado, dando-me subsídios de comparar o quanto paramos no tempo e o quanto as outras cidades caminham para frente, enfrentam obstáculos imensos e alcançam bons resultados.

Acabo de ler a informação da assessoria de comunicação de Governador Valadares, sob a batuta da competente secretária de comunicação e mobilização social, Áurea Nardely, do governo da Elisa Costa-PT, que a cidade, em apenas dois anos, totaliza a entrega de 996 novas moradias populares. Só do programa Minha Casa, Minha Vida, a cidade já conseguiu 40 milhões de reais do governo federal. E mais, nestes dois anos, conseguiu implantar o programa de educação em Tempo Integral em toda a rede pública municipal. É mole!?!

Para efeito de comparação, Valadares tem, praticamente, a mesma arrecadação de Itabira, só que possui uma população cerca de 3 vezes maior e uma área territorial quase 2 vezes maior que nossa terra (2.338,1 km²), com distritos a mais de 70 quilômetros de terra do núcleo urbano. Condições estas que dificultam bem mais a administração.
  
E AQUI...

Enquanto isso, em quase 12 anos de grupão no poder, não temos visto quase nenhum investimento com recursos próprios da bilionária arrecadação municipal (já correram nas mãos deste grupo político quase 3 bilhões de reais!) e vimos a instalação de uma única escola de Tempo Integral, mesmo assim, foi inaugurada num gestão, mas só entrou em pleno funcionamento na gestão seguinte, do mesmo mandatário, João Izael.

E o pior, na próxima semana, vivenciaremos o dia do despejo de quase 300 famílias do bairro Drummond. Como forma de improviso, de quebra-galho, o governo municipal prepara alojamentos na antiga malharia Fio de Ouro e no clube Brazuca.  

Dura comparação. 

quarta-feira, 27 de julho de 2011

RESPOSTA PARA O "ARGENTUM"

REFERENTE AO COMENTÁRIO DO SENHOR "ARGENTUM", NA POSTAGEM:

CARTA ABERTA DO PADRE JOSÉ GERALDO MELO - POSTADA PELO TONNY MORAIS.

(Clique aqui para ver o comentário)

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Caro "Argentum",

Vamos por partes...

SIM, TODOS SOMOS TENDENCIOSOS

Com relação às tendências políticas deste blogue, tenho que concordar com o senhor que, lamentavelmente, no contexto geral, este canal é tendencioso, sim, para a esquerda, ou seja, contrário ao que chamamos de grupão.

EU TENHO AS MINHAS TENDÊNCIAS

E posso justificar, na boa. De minha parte, eu tenho posicionamento contrário ao modelo adotado na cidade, pelos fortes indícios de enriquecimento de uns ex-agentes políticos; pela forma que compram a imprensa com censura econômica; pelo modo de composição baseado no loteamento de cargos e contratos, composto por quase 20 partidos que consomem todos os ricos recursos da prefeitura em esquemas de privilégios etc. Portanto, embora eu não tenha me decidido, ainda, sobre quem seguirei, pode estar certo, Argentum, será no campo da esquerda. Não acredito mesmo que sucessores deste modelo, nem se vierem polidos à ouro, devam continuar no poder. É meu posicionamento e sinto muito se desagrado.

POR QUE ESTE BLOGUE TENDE À ESQUERDA?

Daí, assim como eu tenho meu posicionamento, acredito que todos os demais cidadãos, inclusive o senhor que defende a situação, têm direitos de escolha. É por isso que, por conceito original, este blogue foi criado para o debate coletivo, contando com integrantes neutros e outros de vários partidos, inclusive do PT que tem sido criticado por mim desde o conluio com o PP, como também eu convidei duas pessoas ligadas ao grupão, mas que preferiram agradecer ao convite. Aí, paciência.

Por eu ser mais ativo aqui, o viés contrário acaba prevalecendo, embora todos aqui gozem de iguais direitos de publicações, sem censuras, cortes, edições ou restrições de temas, sendo cada um único responsável pelo que defende ou expõe. Ok?

CASO DA INVASÃO DO DRUMMOND


Na questão da reintegração de posse do bairro, de minha parte, considero que deveria ser melhor conduzida. Eu não defendo a apropriação de bens alheios pura e simplesmente, porque um lado é mais fraco ou mais pobre.

Porém, o caso dos Sem-Terra é um buraco bem mais embaixo. Primeiro, por causa da falta de política pública de habitação popular na cidade, cujos recursos foram trocados por apadrinhamentos políticos nas barganhas de cargos e contratos para a manutenção deste grupo no poder. Segundo, por causa da estratégia do segmento de construção civil de ter inflacionado tantos os imóveis na cidade, ao ponto de inviabilizar que as pessoas mais humildes tivessem o acesso à conseguirem realizar o sonho da casa própria com o suor de seus trabalhos e, aí, a MD Predial, atribuída ao ex-secretário de obras do governo Ronaldo Magalhães, a meu ver, tem boa parcela de responsabilidade na questão da especulação imobiliária vivenciada na cidade. Outra questão é que, não temos como esconder que, embora eu seja defensor do direito de propriedade, o referido imóvel encontrava-se em situação de abandono, há anos, inclusive, pelo que me consta, em situação de inadimplência de tributos municipais.

Por isso tudo, defendo que os invasores não deveriam, simplesmente, ganhar o imóvel e, sim, negociar, via acordo judicial, a metade do valor real com os donos de direito, da forma que eles pudessem pagar. A outra metade deveria ser paga pelo município, face sua omissão no caso da invasão em si e pela ineficiente política de habitação popular, defendida na lei. Veja o que defendi, no dia 13 de maio, clicando aqui.

Outras soluções podem até ser melhores e estou aberto a mudar de opinião, se for convencido, é claro.

CAMPANHA DA OPOSIÇÃO?


Agora, a pergunta: Como pode o senhor defender que a oposição se aproveita do caso, se o Damon, principal oponente, não se manifestou a respeito e não vi, também, nenhum posicionamento do Reginaldo Calixto e nem o Bernardo Mucida? Baseado em que, o senhor afirma isto, Argentum?

Eu, particularmente, gostaria muito e até incentivo que estes postulantes se posicionem. Só que, pelo que percebo, diante do tamanho do problema e, é claro, das consequências, eles sequer demonstram interesse em opinarem sobre o caso. Percebo, se não estiver errado, que eles deixam, estrategicamente, a bomba nas mãos de quem tem o dever de solucionar. Covardia ou não, não estão de tudo errados, embora, se fosse eu o candidato, não temeria em opinar. Mas cada um, é cada um.

E MAIS POSICIONAMENTOS

Com relação a preferir o atual grupo político dominante ou acreditar que há pessoas ruins na oposição, é direito do senhor e temos que respeitar, democraticamente. Não acredito que nenhum grupo seja inteiramente puro e penso que na oposição há pessoas de todos os tipos e interesses, inclusive pessoas que sonham em tomar o lugar dos maus agentes atuais.

O que me faz me manter na oposição ao modelo atual é o fato de perceber que a maioria das ruindades migrou para o grupão. Por questão estatística pura e simples. Basta observar melhor. É muita gente maliciosa num só lado, numa polarização oportuna para a cidade mudar de rumo. Por isso, acredito que uma oposição, se não vender a ideologia como fez o PT em troca de cargos, é melhor solução para a cidade, no momento. Mas é minha opinião e não deste blogue. Certo?

COMO FICA O FUTURO DA CIDADE SE A OPOSIÇÃO DOMINAR NEGATIVAMENTE?

Com relação à temer que, com a chegada da oposição ao poder, os autores deste canal tomarão os assentos, é igualmente simples a resposta. De minha parte, não me interesso, porque ocupo posição privilegiada num mercado regional, na iniciativa privada. Com relação aos senhores, basta fazer uso deste canal ou de outro que podem, livremente, criar.

Aliás, este é o grande barato deste blogue. No mínimo, ainda que não consigamos mudar os gestores, tomamos das mãos do governo a perversa condução da mídia paga e orientada estrategicamente para fins da manutenção do que entendemos como nocivos para a sociedade.

Se a estratégia dos governistas era colocar milhões de reais na mídia para calar, para gerar riquezas para o companheiro e fazer valer o que queriam, no espaço livre e sem remuneração da internet, não há mais jeito. Temos o orgulho da recuperação do livre exercício da opinião, de termos provocado nos nossos irmãos itabiranos o sentimento de nem tudo está perdido e que todos temos que manifestar, até porque, toda unanimidade é burra. Em quaisquer situações, tempos e governos, temos e devemos debater. Chega de silêncio! Chega de submissão!

Por fim, agradeço o crédito à minha pessoa, ressaltando que, aqui, neste blogue, embora alguns participantes tenham optado pelo uso de pseudônimos, há membros neutros e outros de diversas tendências e militâncias. Pode estar certo disto.

E vamos subindo a montanha...

at.

Fernando Martins
Editor do Filhos do Cauê

CARTA À SOCIEDADE

SITUAÇÃO DAS FAMÍLIAS SEM TETO DE ITABIRA

Enquanto Diocese de Itabira/Fabriciano, assumimos uma posição de apoio ao movimento dos sem teto de Itabira, com ordem de despejo previsto para o dia 01 ou 02 de agosto. Sendo a Diocese uma apoiadora, damos alguns informes necessários para o momento e fazemos um pequeno relato da situação:
  1. Desde o dia 25 de abril, quando houve uma reunião na Prefeitura de Itabira com o Prefeito, alguns secretários, nós da Diocese (bispo e padres) e alguns representantes dos moradores, foi formada uma comissão para encaminhar uma saída justa para a situação. Eu estava nesta comissão representando a Diocese;
  2. No decorrer de 2 meses tivemos várias reuniões, porém sem nenhuma decisão concreta, apenas propostas vagas por parte do pessoal da Prefeitura, não assumindo as mesmas nos momentos de decisão. Falaram: “Eram apenas carta de intenções”;
  3. Como o despejo tinha data marcada para o dia 15 de maio, tivemos que marcar reuniões e audiências com as autoridades competentes: comandante da PM, juiz da 1ª Vara Cível, etc, o que prorrogou o despejo para o fim de julho;
  4. O que pedimos à Prefeitura: desapropriação da área em questão, mantendo as moradias já construídas ou disponibilização de terreno para reconstrução de outras moradias em regime de mutirão. Mesmo podendo fazer isto, ambas propostas foram rejeitadas pela Prefeitura, que por sua vez ofereceu apenas abrigo para as famílias e bolsa moradia (insuficiente para atender a todos os moradores, isto se conseguir espaço, o que não tem certeza). É um paliativo. “Ou aceitam abrigo ou vão para a rua: tem outra alternativa”? perguntou alguém da Prefeitura. Abrigo se caracteriza como algo muito desumano; é como um depósito de gente. Pela proposta, muitas famílias vão para a rua. Faltando apenas 1 semana para o despejo, não há nenhuma segurança para as famílias;
  5. Como apoiadores do movimento não podíamos aceitar estas “ofertas bondosas” da Prefeitura, por questão ética, moral e por questão de humanidade. A maioria dos moradores rejeita esta decisão da Prefeitura. Alguns aceitam porque são obrigados;
  6. O porquê do despejo? Há loteamentos atrás do Bairro Drummond e “projeto para um condomínio de luxo”. Os “sem terra” é uma “favela” que fica no meio e que desvaloriza estes terrenos, e que devem ser retirados daquele local. Só com a decisão de despejo, estes terrenos tiveram de imediato uma grande valorização. O lucro com o despejo será enorme, favorecendo muita gente grande. Neste sentido a especulação imobiliária e a ganância falaram mais alto. Trocam vidas por dinheiro. O despejo é uma forma de compensar os compromissos com a elite de dinheiro. Daí podermos concluir a quem interessa este maldito despejo;
  7. No decorrer de 2 meses, o pessoal do poder e a elite local falaram mal dos sem terra, com expressões: “são aproveitadores, não querem trabalhar, lá está cheio de drogados e traficantes, etc”. E ainda, “a maioria que está lá não precisa”. Com estes comentários, quem vai alugar algum barraco para estas pobres famílias? No entanto, no cadastramento da Ação Social (15/07/11) das 296 famílias, poucas famílias ficam fora da assistência ou não se enquadram dentro dos critérios da Assistência Social. A conclusão: a maioria é muito pobre;
  8. Trata-se de uma extrema pobreza. Até trabalho é difícil para as pessoas de Drummond. Vejo nisto um quadro desolador. Não consigo imaginar as conseqüências do despejo, ainda mais se houver resistência. O comando da PM já solicitou “plantão” do Pronto Socorro Municipal, já oficializou à Cemig e SAAE para cortarem a água e a energia, e certamente vai fazer uma operação de guerra do dia 01 para o dia 02 de agosto no Bairro Drummond. Não consigo medir o tamanho desta desgraça para estas pessoas: idosos, gestantes, crianças. Não consigo medir o tamanho do problema social pós despejo;
  9. Para um despejo deste tipo, há uma lei estadual que fala “da necessidade de uma comissão especial, encabeçada pelo governador do Estado, para acompanhar a desocupação da área”. Isto está sendo ignorado pelas autoridades locais. É preciso informar à sociedade. E neste sentido, a mídia tem colaborado imensamente;
A sociedade não pode ficar alheia neste momento. Às vezes é preciso se posicionar, tomar consciência da situação que é grave. Certamente, mesmo que não consiga reverter a situação, pelo menos nós podemos dizer com a consciência tranqüila: “Fizemos a nossa parte, não ficamos omissos”. E que Deus nos abençoe!

Movimento dos moradores do Bairro Drummond
Diocese de Itabira/Fabriciano Região Pastoral 1 (Pe. José Geraldo)

terça-feira, 26 de julho de 2011

Recebí e repasso... Sinto-me na obrigação de ajudar a publicar..

SITUAÇÃO DAS FAMÍLIAS SEM TETO DE ITABIRA

"Carta aberta do Padre José Geraldo de Melo de Itabira."


A Dom Odilon Guimarães Moreira, bispo da Diocese de Itabira-Cel. Fabriciano, padres e apoiadores das 300 famílias sem teto da Comunidade Drumond, de Itabira, MG.

Enquanto Diocese de Itabira-Cel. Fabriciano, também na pessoa do bispo diocesano, assumimos uma posição de apoio ao movimento dos sem teto de Itabira, com ordem de despejo previsto para o dia 01 ou 02 de agosto de 2011. Sendo a Diocese uma apoiadora, vejo que tenho a obrigação de dar alguns informes necessários para o momento e fazer um pequeno relato da situação:

1) No dia 24 de abril, em uma celebração ecumênica na Comunidade de Drummond com a presença de Frei Gilvander, e nós (Dom Odilon, Padre Cleverson e Padre José Geraldo), demos a nossa palavra de apoio ao direito de moradia destas famílias;

2) No dia 25 de abril houve uma reunião na Prefeitura de Itabira com o Prefeito, alguns secretários, nós da Diocese (bispo) e algumas pessoas do movimento para conversar sobre a situação dos moradores, onde foi formada uma Comissão para encaminhar uma saída justa para os moradores. Eu estava nesta comissão. Posteriormente, Padre Hideraldo se integrou à mesma;

3) No decorrer de 2 meses tivemos várias reuniões, porém sem nenhuma decisão concreta, apenas propostas vagas por parte do pessoal da Prefeitura, não assumindo as mesmas nos momentos de decisão. Falaram: “Eram apenas carta de intenções”;

4) Como o despejo tinha data marcada para o dia 15 de maio, tivemos que marcar reuniões com as autoridades competentes: comandante da PM, juiz da 1ª Vara Cível, etc, o que prorrogou o despejo para o fim de julho;

5) O que pedimos à Prefeitura: desapropriação da área em questão, mantendo as moradias já construídas ou disponibilização de terreno para reconstrução de outras moradias em regime de mutirão. Mesmo podendo fazer isto, ambas propostas foram rejeitadas pela Prefeitura, que por sua vez ofereceu apenas abrigo para as famílias e bolsa moradia (insuficiente para atender a todos os moradores, isto se conseguir espaço, o que não tem certeza). É um paliativo. “Ou aceitam abrigo ou vão para a rua: tem outra alternativa”?, perguntou alguém da Prefeitura. Abrigo se caracteriza como algo muito desumano; é como um depósito de gente. Pela proposta, muitas famílias vão para a rua. Faltando apenas 8 dias para o despejo, não há nenhuma segurança para as famílias;

6) Como apoiadores do movimento não podíamos aceitar estas “ofertas bondosas” da Prefeitura, por questão ética, moral e por questão de humanidade. Muitos pais não querem expor suas filhas adolescentes num espaço misturado com outras pessoas...;

7) Por que o despejo? Há loteamentos atrás do Bairro Drummond e projeto para um condomínio de luxo, cujos donos têm uma grande influência na Prefeitura. Os “sem terra” são considerados uma “favela” que fica no meio e que desvaloriza estes terrenos, e que devem ser retirados daquele local. Só com a decisão de despejo, estes terrenos tiveram de imediato uma valorização de 100%. O lucro com o despejo será enorme, favorecendo muita gente grande. Possivelmente, o processo para o despejo (advogados, etc) esteja sendo pago por estes que vão lucrar. Neste sentido a especulação imobiliária e os apoios políticos falaram mais alto. Trocam vidas por dinheiro. É uma forma de compensar os compromissos com a elite. Daí podemos concluir a quem interessa este maldito despejo;

8) No decorrer de 2 meses, o pessoal do poder e a elite local falaram mal dos sem terra, com expressões: “são aproveitadores, não querem trabalhar, lá está cheio de drogados e traficantes etc”. E ainda, “a maioria que está lá não precisa”. Com estes comentários caluniosos, quem vai alugar algum barraco para estas pobres famílias? No entanto, no cadastramento da Ação Social (15/07/2011) das 296 famílias diagnosticadas, poucas famílias ficam fora da assistência ou não se enquadram dentro dos critérios da Assistência Social. A conclusão: a maioria esmagadora é muito pobre e marginalizada;

9) Trata-se de uma extrema pobreza. Nem emprego querem dar para as pessoas de Drummond. Eu que estou mais de perto vejo um quadro desolador. Não consigo imaginar as conseqüências do despejo, ainda mais se houver resistência. O comando da PM já solicitou “plantão” do Pronto Socorro Municipal, já oficializou à Cemig e SAAE para cortarem a água e a energia, e certamente vai fazer uma operação de guerra do dia 01 para o dia 02 de agosto no Bairro Drummond. Não consigo medir o tamanho desta desgraça para estas pessoas: idosos, gestantes, crianças.. e não consigo medir o tamanho do problema social pós-despejo;

10) Para um despejo deste tipo, há uma lei estadual que fala “da necessidade de uma Comissão Especial, encabeçada pelo governador do Estado, para acompanhar a desocupação da área”. Isto está sendo ignorado pelas autoridades locais;

11) Enquanto Diocese (bispo e padres), além do que já fizemos, o que ainda podemos fazer? Deixar acontecer para ver como fica? Lavar as mãos? Isto não nos interessa? Ou vamos nos posicionar com mais firmeza?

12) Por fim, temos que reconhecer o apoio explícito de uma dezena de padres e outros que apoiaram indiretamente, e o apoio de uma centena de leigos das 3 Regiões Pastorais da Diocese de Itabira e Coronel Fabriciano, o que identificou a Diocese como uma forte apoiadora e defensora do direito destas 300 famílias que há 11 anos vivem em um terreno que estava literalmente abandonado.

Como padre, defensor do direito à moradia para todos, e que nestes 90 dias de agonia junto a esta pobre gente, depois de ficar 12 dias em jejum (greve de fome), expondo-me e assumindo riscos desta minha postura, sendo hostilizado pela elite e pelo pessoal do poder,... Com muito respeito, sinto-me no dever e no direito de colocar estes pontos, esperando a compreensão do nosso pastor (Dom Odilon) e colegas padres, pastores que somos junto ao Bom Pastor. Não estou defendendo interesse pessoal e “pedindo socorro” para mim, mas faço um apelo em favor destas pessoas que estão “como ovelhas sem pastor”. Estou me doando (me desgastando) por causa de uma opção evangélica. Certamente, mesmo que não consiga reverter a situação, como pastores, nós podemos dizer com a consciência tranqüila: “Fizemos a nossa parte, não ficamos omissos”.

Na comunhão eclesial e na missão,

Padre José Geraldo de Melo,

Pároco da Paróquia N. Sra da Conceição Aparecida, de Itabira, MG, Brasil,

Vigário Episcopal da Região Pastoral I da Diocese de Itabira e Coronel Fabriciano, MG, Brasil.

CONTATOS:

Padre José Geraldo:
Tel.: 031 8727 0021 ou e-mail: panosa@terra.com.br ou pjgmelo@hotmail.com

ou Padre Hideraldo, tel.: 031 8557 1235 ou padrehideraldo@yahoo.com.br

Ou Joviano Mayer, cel.: 031 8815 4120. – jgmayer1@gmail.com
Ou frei Gilvander Moreira, cel.: 031 9296 3040. – gilvander@igrejadocarmo.com.br



ITABIRA x NEWMAN

Excelente matéria do Jornal O Tempo, compara a cidade australiana de Newman com Itabira. Ambas cidades contam com as duas maiores mineradoras do planeta no seu entorno.
  
Itabira é a terra natal da poderosa Vale e Newman da BHP Billiton. Segundo a matéria, Newman conta  uma produção quase sete vezes menor do que Itabira, porém, arrecada 25% de royalties a mais que nossa cidade, porque lá, a taxa passou recentemente para 7,5% (eram 5,6%) do valor bruto do minério, enquanto aqui, 2% do faturamento líquido.
 
Outros dados impressionantes: o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da cidade australiana, de 11 mil habitantes, é de 0,93, enquanto nossa Itabira é de 0,79 (mesmo assim um dos maiores de Minas Gerais). Com relação aos recursos hídricos, fundamentais para a manutenção das cidades e para o desenvolvimento sustentável, outra discrepância. Veja o quadro abaixo, recortado da matéria d'O Tempo Online.

Vale ressaltar que, a tal condicionante para reparação dos rebaixamentos dos lençóis freáticos de Itabira, foi conseguida após a Audiência Pública, realizada no governo Jackson-PT, há cerca de 12 anos atrás e que, desde que o grupo político de situação (João Izael e Ronaldo Magalhães) dominou a cidade, não se ouviu mais ações sobre o assunto.
 
E mais, segundo o redator, "o plano de desenvolvimento de Newman também prevê um planejamento para diversificar a economia da cidade. Em Itabira, isso não ocorre". 
 
Na matéria d'O Tempo, um sério questionamento; no nosso mundinho cego e bajulador, mais um factóide plantado pela assessoria de comunicação: "prefeito explicou quais as alternativas que Itabira encontrou para 'sobreviver' após o fim da mineração". Eis a fala de João Izael para os portais da cidade: "Nós criamos o nosso fundo de desenvolvimento exatamente com o dinheiro da mineração e buscamos novos investimentos e empreendimentos para o município", como se o Fundesi e os distritos industriais fossem modelos de alguma coisa, como se estivem em pleno vapor, como se os empréstimos estivessem em dia, com os distritos bem ocupados e prósperos, como se tivéssmos alcançado a independência econômica. Na platéia, lideranças do norte de Minas, parte da imprensa que não questionou e até o governador Antônio Anastasia, de claque.
Vista parcial de Newman - Western Australia.

Saiba mais: 
P.S.:  Esta publicação foi redigida no dia 24/07 e programada no sistema para publicação no dia 26/07, devido às viagens à trabalho por mim assumidas. Volto em breve.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

HABITAÇÃO POPULAR

JUSTIÇA SOCIAL

Com a chegada da arrecadação de royalties, desde que a mina de Brucutu entrou em operação, há cerca de 7 anos, São Gonçalo do Rio Abaixo entrou num ritmo crescente de desenvolvimento, sem igual na região.
 
Proporcionalmente, o município pode ser considerado um dos mais ricos do estado, se dividirmos a atual renda, orçada em cerca de 100 milhões (para este ano), pela população, que gira em torno dos 10 mil habitantes.
 
Entretanto, por ter sobrevivido décadas com arrecadações limitadíssimas, boa parte da população atual ainda é carente de todos os tipos de assistências sociais, culturais e educacionais. Daí, pode-se afirmar que a primeira década do terceiro milênio foi marcada por uma cidade em ascensão econômica, diante de uma população e infraestrutura ainda bastante carentes.
 
Para a sorte dos cidadãos, pode-se perceber que o atual governo tem acertado nas decisões dos investimentos públicos, percebidas em duas frentes mais evidentes, sendo uma com foco de curto prazo, na mitigação dos problemas sociais pre-existentes, que conta com programas de assistências sociais e de habitação popular, e outra de médio e longo prazo, com foco na educação, quando reestruturou toda a rede de ensino, com direito à implantações da melhor Escola de Tempo Integral da região, Senai e outros cursos técnicos na cidade.
 
Na quinta-feira passada, o prefeito Raimundo (Nozinho) Nonato Barcelos entregou mais 50 novas casas populares, edificadas num novo bairro totalmente urbanizado pela prefeitura, chamado de Santa Catarina. Com esta nova entrega, a atual administração completa mais de 500 casas entregues, dentre elas, 290 construídas e 213 reformadas, fora as outras 24 em construção, no mesmo bairro. Vide foto abaixo.
 

 
 
PERCEBA O ALCANCE

Só para se ter uma idéia deste volume de atendimento, seria o equivalente à Prefeitura de Itabira entregar 5.530 novas casas para o povo de Itabira, se considerarmos as proporções entre populações e número de casas entregues em São Gonçalo (calculado via regra de três simples, considerando as populações de 105 mil habitantes para Itabira e 10 mil para São Gonçalo), em menos de 7 anos de prazo.

Ou ainda, se consideramos as diferenças de arrecadações, pelo menos 1.650 casas em Itabira, calculadas com semelhante aritmética (regra de três, considerando as arrecadações de 312 milhões de reais para Itabira, contra 100 milhões para São Gonçalo).


 
PAVIO ACESO

Segundo matéria da Defato Online (clique aqui para ler), dia 1° de agosto termina o prazo estabelecido pela Justiça para a desocupação do bairro Drummond, quando os herdeiros conseguirão a legítima reintegração de posse. 


O comandante do 26º Batalhão de Polícia Militar, Edvânio Rosa Carneiro, garantiu que a polícia contará com reforços de fora e está pronta para cumprir com a ordem judicial. Ele espera que a operação ocorra sem reações, mas deixou claro que não adiantará resistência por parte dos moradores.
 
Tememos, entretanto, por uma tragédia anunciada e mal resolvida, pela omissão da prefeitura, em não ter garantido outro desfecho a tempo.
 
Tomara que os leitores estejam errados e que o governo João Izael tenha assumido o controle da situação.


P.S.:  Esta publicação foi redigida no dia 24/07 e programada no sistema para publicação no dia 25/07, devido às viagens à trabalho por mim assumidas. Volto em breve.

domingo, 24 de julho de 2011

O Homem-Fantasma

Composição:

Eu sou o homem-fantasma
vejo tudo sem ser visto
eu sou um justiceiro
com um disfarce sinistro
eu meto medo aos que nos vêm
com falinhas falsas
e treme-lhes a dentadura
cai-lhes as calças

Eu sou o homem fantasma
e estou em toda a parte
voar para alguns é profissão
para mim é uma arte
mas para ver o meu bairro
eu não preciso de asas
muito prédio a crescer
e muita gente sem casas

Nunca descansa, o homem-fantasma
e a gente espanta-se e a gente pasma
quando respira fundo, o homem fantasma
nunca é de alívio
quando muito será de asma.

Eu sou o homem-fantasma
vejo tudo sem ser visto
e já espreitei para dentro
da carteira de um ministro
e vi fotografias
de um passado duvidoso
e outras mais recentes
dele todo vaidoso

Eu sou o homem-fantasma
justiceiro imortal
eu vou de norte a sul
da montanha ao litoral
e enquanto a luz e a água
vão para a vila e para a cidade
para aldeia vão jornais da tarde
e boa vontade

Nunca descansa, o homem-fantasma
e a gente espanta-se, e a gente pasma
quando respira fundo, o homem-fantasma
nunca é de alívio
quando muito será de asma

Eu sou o homem-fantasma
e estive num hospital
há lá quem morra
tanto da cura como do mal
e os donos da medicina
gritaram: Aí, o homem-fantasma!
Depressa, uma seringa,
um bisturi, um cataplasma!

Eu sou o homem-fantasma
e como vidro transparente
eu sento-me aos jantares
e ninguém me pressente
e dizem: tal e coisa
e coisa e tal e vice e versa
e o que lá fora era discurso
cá dentro é conversa

Nunca descansa, o homem-fantasma
e a gente espanta-se, e a gente pasma
quando respira fundo, o homem-fantasma
nunca é de alívio
quando muito será de asma

Eu sou o homem-fantasma
combatente infatigável
mas atenção que até eu
posso ser criticável
se depois do que eu digo
e denuncio e reclamo
eu voltar para casa
e em casa eu for um tirano

Nunca descansa, o homem-fantasma
e a gente espanta-se, e a gente pasma
quando respira fundo, o homem-fantasma
nunca é de alívio
quando muito será de asma

sábado, 23 de julho de 2011

Quem é o farmacêutico? Quem é o secretário?

Recentemente a prefeitura foi multada por não manter farmacêutico nas unidades de PSF, local onde deveria ter uma boa e contínua assistência de saúde e onde se aviam receitas (cinco por dia para simples problemas de pele, conforme publicado no Diário de Itabira de hoje, 23/07/11...será?). O secretário afirma que não existe demanda para o profissional farmacêutico nestes locais, mas esqueceu que os estudantes de farmácia da Funcesi fazem estágio nos PSF. Fazem o quê lá, então?. O secretário afirma que gastaria R$1.248.000,00 anuais para pagamento da folha de 26 farmacêuticos, mas esquece que o custeio das ações de saúde são das três esferas da gestão do SUS (vide resolução da Portaria 698/06 de 30 de março de 2006 que indica o profissional na Atenção Básica, inclusive o PSF-Programa Saúde da Família).

Afinal das contas estou entendendo que nosso secretário de saúde municipal de Itabira desconhece as atribuições de um farmacêutico e da importância de uma boa orientação para o uso de medicamentos, mesmo que “apenas para simples problemas de pele” conforme publicado no jornal. Ele deveria saber que a instituição de um farmacêutico em cada PSF levará a reduções de perdas, poderá se evitar o uso de medicamentos mais caros quando há alternativas de baixo custo, porém, efetivas; reduziria os erros de medicação, incentivaria o uso racional de medicamentos; orientaria adequadamente os usuários em domicílio não só quanto ao uso, mas quanto ao armazenamento e sua interação com outros medicamentos e mesmo com alimentos.

Enfim, a assistência farmacêutica é atividade de saúde que poderia ser melhor aproveitada para desenvolver, qualificar e fortalecer os serviços prestados à população.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

O outro lado do crescimento econômico

Vivemos no Brasil, e por aqui em Itabira não poderia ser diferente, um clima de crescimento econômico. Por todo lado vemos a construção de novos prédios, a ampliação das instalações de diversas empresas e junto com isso, o aumento do consumo expressado no crescimento exagerado da frota de carros, para citar somente um exemplo. Em nossa cidade, a expansão da Vale, por meio do projeto Conceição Itabiritos, é a marca do momento em que vive o país. Somado aos investimentos na mineração, assistimos ao boom imobiliário, em vários bairros é possível observar as obras para construção de centenas de novas moradias.

O que não falta são candidatos para pais do progresso. Cada governo, nos diferentes níveis da administração pública, reivindica ter contribuído para o crescimento econômico. Por aqui a realidade não podia ser outra. Para os representantes do grupão, um de seus grandes méritos é o desenvolvimento do município.

O que não se discute abertamente é o outro lado do crescimento. A grande expansão pela qual passa a Vale, se por um lado gera muitos empregos, pelo outro o salário tanto de seus próprios trabalhadores, como o das empreiteiras que lhe presta serviços está muito longe de atender as necessidades básicas de uma família. Um exemplo são os operários da Barbosa Melo, que além de receberem pouco, são submetidos a jornadas de trabalho extenuantes e péssimas condições de alojamento.

Outra questão importante é a especulação imobiliária que tomou conta da cidade. O preço dos alugueis e da venda de imóveis disparou, e é cada vez mais difícil para uma família pobre adquirir ou construir um lugar próprio para morar. A especulação tem ganhado proporções fora de controle, e o último episódio de destaque é a expulsão de centenas de famílias de um terreno ocupado a dez anos.

Até quando conviveremos com um crescimento que está a serviço da minoria? O aumento do número de empregos é importante mas não basta! Se faz urgente inverter a lógica do desenvolvimento, ou começamos essa discussão por aqui, ou veremos passar uma oportunidade de elevar o padrão de vida de nosso povo para valer.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

BOA NOTÍCIA! 40 RUAS DO GABIROBA SERÃO ASFALTADAS

A prefeitura de Itabira saiu um pouco do jejum e mandou asfaltar 40 ruas do bairro Gabiroba, segundo informou o portal Via Comercial (clique aqui para ler), na postagem do dia 18.
 
João Mário de Brito, secretário de Obras, prometeu que, até a próxima semana, estarão asfaltadas as ruas DW 94, DW 85, DW 86, DW 87A e DW 95. Estas obras são integrantes de um pacote do governo João Izael, que prevê implantação de interceptores de esgoto, drenagem pluvial e pavimentação, de pontos críticos das bacias do rio Peixe e Periquito, nos bairros Ribeira, Gabiroba, Vila Técnica Conceição, Candidópolis e Agroaves, num total investido de 20 milhões de reais.

Cabe-nos lembrar que, o bairro Gabiroba, além de ser notoriamente carente de uma série de serviços básicos, é um dos mais populosos da cidade, com um dos maiores números de eleitores. Estratégia política ou não, é justo que seja atendido e sempre em boa hora.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Itabira “in panis et circensis”

São 37 festivais de invernos, aproveitando as férias dos autóctones e também daqueles muitos que tiveram de ir a Belo Horizonte e outras cidades com universidades à continuarem os estudos que Itabira não tinha ou ainda não tem.

Houve momentos de grande programação e de boa participação do público, sendo que no início era mesmo para confraternização e reencontro dos itabiranos, hoje em dia fica por isto mesmo. Foram realizados grandes concertos, uns bons outros nem tanto.

Nos últimos anos tenho acompanhado os reclames e comentários a respeito de como tem sido elaborada a programação dos festivais de inverno e sinto que há muita nostalgia em face à grande queda da programação e falta de interação com a comunidade.

Tenho recebido reclamações diversas, de várias pessoas e algumas até o denominam festival de “inferno” de tão comum, para não dizer ruim mesmo, que se transformou o outrora grandioso Festival de Inverno de Itabira, com uma duração extensa durante os trinta e um dias de Julho e hoje mal dá conta de quinze dias, é a verdadeira mixórdia programada.

O que me dói é saber que quase todos só discutem a programação musical, se é boa ou péssima, se atendeu o seu anseio, mesmo que não tenha nada a ver com o tema do festival. Em 2009 houve uma oficina de redação que tiveram somente dois inscritos e como fui produzir um festival de teatro em Contagem não sei nem se deram sequência a ela.

Esse ano são várias oficinas, de Cooperativa para montagem de show cênico/ musical” , “Áudio e equipamentos com ênfase em gravação”, “Circo Circuito”, “Nossa Terra”, “Vagonite”, “Workshop Modelagem em Massinha”, “Português Instrumental”, “Conhecendo para preservar – Astronomia e meio ambiente” e mais algumas de caráter especial; poderiam ser vinte ocupando todo o mês. Até o momento não li comentários sobre as tais oficinas, se tiveram interessados ou se atenderam à expectativa de quem está participando, mas é assim mesmo, oficina dá um trabalho danado para realizá-la, mobilizar as pessoas a participarem e apresentar os resultados alcançados.

O tema deste ano nem é citado no portal eletrônico da FCCDA, mas a curadoria do Festival não continua se atendo a ele, apresenta uma programação solta, totalmente sem foco, é um mero ajuntamento. Tem até o Cine Festival que continua apresentando filmes do circuito comercial pelas praças da cidade.

O local predileto dos citadinos é a Praça do Areão, aquela mesma que tem uma “Maria Fumaça” que até que enfim está sendo reformada, mas nesta atual administração da FCCDA não vem sendo utilizada para não perturbar o sossego da superintendente, é triste esta desocupação daquele espaço público.

Alguém perguntou quanto custa o Festival de Inverno. Anualmente, de acordo com o orçamento fiscal do Município, o valor é de R$700 mil acrescido de R$100 mil da grande mineradora, além de todo o pessoal e estrutura a serviço do mesmo durante vários meses, este festejo não sai por menos de R$1 milhão por ano, indiferente se as oficinas, palestras e debates têm participantes ou não, ou se a dita programação musical, efêmera, atendeu à grande maioria da pretensa plateia.

Ao findar o Festival de Inverno, logo em seguida temos a EXPOITA, que dura de uma Quarta-feira até um Domingo, custa aos cofres públicos municipal a bagatela de meio milhão de Reais anualmente, de uma efemeridade brutal, programação sempre tacanha e da mesma forma as pessoas somente discutem se a dupla brega prestou ou não, já que da exposição agropecuária e industrial nada interessa.

E assim vamos mastigando um pão velho e batendo “parmas de contentamento” a um circo de lonas furadas.