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quarta-feira, 20 de julho de 2011

Itabira “in panis et circensis”

São 37 festivais de invernos, aproveitando as férias dos autóctones e também daqueles muitos que tiveram de ir a Belo Horizonte e outras cidades com universidades à continuarem os estudos que Itabira não tinha ou ainda não tem.

Houve momentos de grande programação e de boa participação do público, sendo que no início era mesmo para confraternização e reencontro dos itabiranos, hoje em dia fica por isto mesmo. Foram realizados grandes concertos, uns bons outros nem tanto.

Nos últimos anos tenho acompanhado os reclames e comentários a respeito de como tem sido elaborada a programação dos festivais de inverno e sinto que há muita nostalgia em face à grande queda da programação e falta de interação com a comunidade.

Tenho recebido reclamações diversas, de várias pessoas e algumas até o denominam festival de “inferno” de tão comum, para não dizer ruim mesmo, que se transformou o outrora grandioso Festival de Inverno de Itabira, com uma duração extensa durante os trinta e um dias de Julho e hoje mal dá conta de quinze dias, é a verdadeira mixórdia programada.

O que me dói é saber que quase todos só discutem a programação musical, se é boa ou péssima, se atendeu o seu anseio, mesmo que não tenha nada a ver com o tema do festival. Em 2009 houve uma oficina de redação que tiveram somente dois inscritos e como fui produzir um festival de teatro em Contagem não sei nem se deram sequência a ela.

Esse ano são várias oficinas, de Cooperativa para montagem de show cênico/ musical” , “Áudio e equipamentos com ênfase em gravação”, “Circo Circuito”, “Nossa Terra”, “Vagonite”, “Workshop Modelagem em Massinha”, “Português Instrumental”, “Conhecendo para preservar – Astronomia e meio ambiente” e mais algumas de caráter especial; poderiam ser vinte ocupando todo o mês. Até o momento não li comentários sobre as tais oficinas, se tiveram interessados ou se atenderam à expectativa de quem está participando, mas é assim mesmo, oficina dá um trabalho danado para realizá-la, mobilizar as pessoas a participarem e apresentar os resultados alcançados.

O tema deste ano nem é citado no portal eletrônico da FCCDA, mas a curadoria do Festival não continua se atendo a ele, apresenta uma programação solta, totalmente sem foco, é um mero ajuntamento. Tem até o Cine Festival que continua apresentando filmes do circuito comercial pelas praças da cidade.

O local predileto dos citadinos é a Praça do Areão, aquela mesma que tem uma “Maria Fumaça” que até que enfim está sendo reformada, mas nesta atual administração da FCCDA não vem sendo utilizada para não perturbar o sossego da superintendente, é triste esta desocupação daquele espaço público.

Alguém perguntou quanto custa o Festival de Inverno. Anualmente, de acordo com o orçamento fiscal do Município, o valor é de R$700 mil acrescido de R$100 mil da grande mineradora, além de todo o pessoal e estrutura a serviço do mesmo durante vários meses, este festejo não sai por menos de R$1 milhão por ano, indiferente se as oficinas, palestras e debates têm participantes ou não, ou se a dita programação musical, efêmera, atendeu à grande maioria da pretensa plateia.

Ao findar o Festival de Inverno, logo em seguida temos a EXPOITA, que dura de uma Quarta-feira até um Domingo, custa aos cofres públicos municipal a bagatela de meio milhão de Reais anualmente, de uma efemeridade brutal, programação sempre tacanha e da mesma forma as pessoas somente discutem se a dupla brega prestou ou não, já que da exposição agropecuária e industrial nada interessa.

E assim vamos mastigando um pão velho e batendo “parmas de contentamento” a um circo de lonas furadas.

2 comentários:

  1. Prezado Mauro,

    Percebi a imoralidade na seleção dos artistas para se apresentarem no Festival de Inverno de Itabira quando, em 2009, aprovei segundo critérios pré-estabelecidos em edital, nove propostas, tendo obtido em uma delas uma das maiores notas na categoria.

    Dentre tantos shows realizados naquela edição, não fomos contratados, situação que a FCCDA se resguardou no famigerado artigo 7.2 do edital, que reproduzo abaixo. Neste edital você pode ganhar sim, mas levar, depende exclusivamente deles. Para que um edital de concorrência com pontuação então? Eu sei, para enganar artistas e produtores. Desde então, não vou nem visitar Itabira na época de festival, até porque o festivalzinho é piegas demais. Repeteco a todo momento, cópia do que acontece nestes eventos medíocres de BH e por aí vai.

    CLÁUSULA DO EDITAL 2009

    7. DO PROCESSO DE SELEÇÃO
    7.2. A seleção da proposta não gera qualquer direito à contratação, que se efetivará a exclusivo critério da FCCDA.

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  2. Pois é, Professor, essa história é mesmo terrível e não há mesmo critérios por conta do pessoal da curadoria do festivalzinho de "inferno"...

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