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terça-feira, 26 de julho de 2011

ITABIRA x NEWMAN

Excelente matéria do Jornal O Tempo, compara a cidade australiana de Newman com Itabira. Ambas cidades contam com as duas maiores mineradoras do planeta no seu entorno.
  
Itabira é a terra natal da poderosa Vale e Newman da BHP Billiton. Segundo a matéria, Newman conta  uma produção quase sete vezes menor do que Itabira, porém, arrecada 25% de royalties a mais que nossa cidade, porque lá, a taxa passou recentemente para 7,5% (eram 5,6%) do valor bruto do minério, enquanto aqui, 2% do faturamento líquido.
 
Outros dados impressionantes: o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da cidade australiana, de 11 mil habitantes, é de 0,93, enquanto nossa Itabira é de 0,79 (mesmo assim um dos maiores de Minas Gerais). Com relação aos recursos hídricos, fundamentais para a manutenção das cidades e para o desenvolvimento sustentável, outra discrepância. Veja o quadro abaixo, recortado da matéria d'O Tempo Online.

Vale ressaltar que, a tal condicionante para reparação dos rebaixamentos dos lençóis freáticos de Itabira, foi conseguida após a Audiência Pública, realizada no governo Jackson-PT, há cerca de 12 anos atrás e que, desde que o grupo político de situação (João Izael e Ronaldo Magalhães) dominou a cidade, não se ouviu mais ações sobre o assunto.
 
E mais, segundo o redator, "o plano de desenvolvimento de Newman também prevê um planejamento para diversificar a economia da cidade. Em Itabira, isso não ocorre". 
 
Na matéria d'O Tempo, um sério questionamento; no nosso mundinho cego e bajulador, mais um factóide plantado pela assessoria de comunicação: "prefeito explicou quais as alternativas que Itabira encontrou para 'sobreviver' após o fim da mineração". Eis a fala de João Izael para os portais da cidade: "Nós criamos o nosso fundo de desenvolvimento exatamente com o dinheiro da mineração e buscamos novos investimentos e empreendimentos para o município", como se o Fundesi e os distritos industriais fossem modelos de alguma coisa, como se estivem em pleno vapor, como se os empréstimos estivessem em dia, com os distritos bem ocupados e prósperos, como se tivéssmos alcançado a independência econômica. Na platéia, lideranças do norte de Minas, parte da imprensa que não questionou e até o governador Antônio Anastasia, de claque.
Vista parcial de Newman - Western Australia.

Saiba mais: 
P.S.:  Esta publicação foi redigida no dia 24/07 e programada no sistema para publicação no dia 26/07, devido às viagens à trabalho por mim assumidas. Volto em breve.

4 comentários:

  1. Legal ter contextualizado e ampliado a discussão proposta pela matéria que fiz no Tempo. Não tenho nada contra a mineração, mas é preciso que as cidades tenham uma contrapartida condizente com a importância da atividade.
    Vamos manter contato, para que você vá me atualizando da situação econômica na cidade.
    Abs e parabéns pelo blog.

    Pedro Grossi
    Meu email é pedro.grossi@otempo.com.br

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  2. Oi Pedro Grossi!

    É um prazer recebê-lo aqui neste bloguezinho coletivo, para que muito tem a dizer.

    Temos total interesse na troca de informações e estamos abertos para o que precisarem. Sou fotógrafo profissional, produtor de vídeos, documentarista e, é claro, blogueiro. Se alguma dessas funções servir de alguma ajuda, estamos à disposição.

    Seja bem-vindo.

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  3. O grande problema é a administração dos recursos da prefeitura, pois se Itabira e Newman tem o mesmo orçamento, porém com IDH muito diferentes, é claro que alguém (ou alguns grupos)estão "pegando" o dinheiro que deveria ser utilizada na educação, saúde , infraestrutura , etc. Enquanto o povo não eleger pessoas competentes para autoridades e os CORRUPTOS não forem para cadeia a nossa cidade continurá sendo uma cidade rica com cara de cidade pobre.
    As cidades tem as prefeituras que merecem.

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  4. Oi Fernandinho, Tudo bem ? Permita-me discordar da matéria. Certamente, as mineradoras australianas pagam e podem pagar maior percentual de royalties porque não são obrigadas a pagar também ICMS, PIS, COFINS, II, IE, ISS, compensações do SNUC, "contribuições compulsórias" para o governo de plantão, além de não serem obrigadas a assumir o papel do Estado na execução de serviços públicos como a construção de escolas, hospitais, estradas, teatros, sistema de coletas de lixo e tratamento de água e esgotos, etc..., etc... etc... Ou seja, as australianas não são submetidas a maior carga fiscal do mundo!!! .

    Na verdade, esta discussão não deveria ficar centrada no valor ou no percentual de royalties até porque os preços atuais das commodities no mercado internacional suportam uma elevação do valor da CFEM. Em outras palavras, todo minerador repassará este custo para seu cliente. Na verdade, a origem do problema e esta deveria ser a discussão central, está no excesso burocrático estatal criado propositalmente para facilitar a corrupção, na definição exata do que compõe a base de cálculo da contribuição e, como diz o colega abaixo, na correta aplicação destes recursos.

    Abraços. Vladimir Senra Moreira

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