LULAquebrou mais um paradigma na política: o credo existente era de que um mandato presidencial começava a se esvaziar ao iniciar a sua sucessão. Já tínhamos até o folclore que ao mandatário em sua fase sucessória era servido cafezinho frio.
Dois anos antes do fim de seu mandato Lula lançou a Dilma sua candidata dentro do PT. Não esperou no PT, as nossas democráticas e fratricidas “lutas internas” como aconteceu aqui em Minas entre Pimentel e Patrus. Neste período com um PT combalido pós-mensalão e um figurativo presidente de partido que era o Berzoini, Lula articulou o projeto Dilma.
Um Governo bem avaliado pelo seu trabalho e um presidente com uma astronômica popularidade lançou-se numa ousada meta há 2 anos antes do término de seu mandato: fazer o Dilma nome de sua sucessora.
A Dilma, a “Mãe” do PAC. Lançou “Minha Casa, Minha Vida”, e vários outros programas incorporando na sua marca o desenvolvimentismo econômico que, aliada a popularidade de Lula, impulsionou gradualmente a sua candidatura. Ela começou situando-se com 5% das preferências em pesquisas eleitorais, lutando contra o aparentemente imbatível José Serra, então, com seus mais de 40% de preferência.
FÁCIL. EXTREMAMENTE FÁCILHoje fica fácil, muito fácil defender uma candidata que desponta em todas as pesquisas de opinião que antecedem as eleições 2010, aonde são fortes as suas chances de vitória no primeiro turno! Ao contrário do que afirma a pesquisa do Datafolha, que para encobrir os seus erros ou sua manipulação, este crescimento da candidatura da Dilma não é obra de algum druida o qual fez uma mágica diabólica utilizando-se da propaganda na TV. É uma candidatura construída, com uma crescente preferência identificada por todos os institutos de pesquisa, menos o Datafolha, que agora, na maior cara de pau corrige seus dados.
Estes resultados contrariam vários analistas e pseudos especialista. Até meados de março, quando a Dilma atingiu 30% , estes pseudo-sábios diziam que ela tinha chegado no “seu teto”. “Este era o limite histórico do eleitorado do PT”. Até em nossa Itabira, alguns provincianos incautos, que em seu cérebro político misturam desejos com realidade, conseguiram ver grande sabedoria no desastre que foi a escolha do Índio da Costa como vice do Serra. Só uma mente distorcida consegue ver sapiência na asneira! Análise política não é fruto de credo, mas sim da capacidade de interpretar os sinais emitidos pela sociedade e os movimentos de opinião em curso.
O Serra corre o risco de ter uma votação inferior a que ele teve quando disputou com Lula a eleição presidencial!
Agora estes “analistas” devem estar buscando no emaranhado de seus neurônios as justificativas para a derrota acachapante que se avizinha.
Vão dizer que o Lula herdou do governo anterior do FHC tudo de bom. Que a Dilma é uma terrorista, que ela é incompetente, que é uma teleguiada do Lula. Que agora não tem mais esquerda nem direita. E se arriscam a dizer que... Que na próxima daremos o troco.
Não colou a propaganda orquestrada na internet de que a Dilma foi uma terrorista. Que a mesma não respeita a democracia, blá, blá, blá... A Dilma, como parcela da juventude brasileira, participou da resistência a Ditadura Militar. Foi quando os militares deram um golpe militar, eliminaram a democracia, implantaram uma ditadura e assumiram o controle do Brasil. Então vários foram os movimentos de resistência a esta monstruosidade. Uma foi a Colina, Comando de Libertação Nacional, organização que a Dilma participou. Diga-se de passagem, ela não participou de nenhuma ação armada. Aliás, o mesmo pode ser dito do Serra. Ele foi membro da AP (Ação Popular), aquela que fez a ação armada no aeroporto de Guararapes em Recife. Ele foi para o exílio no Chile. Aliás, ele também não participou de nenhuma ação armada.
A direita raivosa e preconceituosa focaliza na Dilma: Já recebi inúmeros e-mails com “acusações” a ela. “Terrorista!”, "Matou o filho de”..., "Não poderá ir à ONU”. Estas e outras asneiras que não colaram. Tem mentes “anticomunistas” necessitando de profilaxia e atualização, pois nesta eleição, todos os candidatos de maior cena vêem de uma leitura de esquerda. Da resistência a Ditadura Militar! Este “anticomunismo” estes sentimentos raivosos nas políticas estão fora de moda, estão mais para o tempo do bambolê (alguém lembra pra que serve –interrogação) do que para o mundo contemporâneo da internet.
Isto é uma vitória da luta democrática. Mais uma derrota das ainda sobreviventes viúvas da Ditadura!
A direita sumiu. Camuflou-se na campanha do Serra.
HERANÇAS.
Ora nenhum governo inaugura a história de um País com mais de 500 anos. Todo governo recebe políticas e programas de ação do governo anterior. O governo Lula herdou alguns programas de assistência social do FHC, herdou a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O FHC herdou o plano Real do Governo do Itamar.
O governo Lula, ampliou os programas de assistência social dando uma ênfase e uma marca indelével para eles. Manteve autocriticamente, a LRF. Alterou a política de câmbio, interrompeu as doações-privatizações, adotou uma política habitacional, etc.etc..
È um governo á esquerda. Investiu e investe em políticas sociais, aprofundou a democracia. Foi um governo que reduziu a desigualdade em nosso País. Ainda é pouco. É um início.
QUEREMOS MAIS. MUITO MAIS!
Será uma herança positiva que Lula deixará pra Dilma!
Confirmado o seu êxito eleitoral, o governo Dilma aprofundará o desenvolvimento do Brasil. Será uma consolidação estratégica de um País que se capacita a virar uma potência. Serão reforçados os investimentos em educação. A tecnologia será ao paradigma do desenvolvimento. Para tal será feito um grande esforço na consolidação das Universidades Federais e na implantação do Ensino Técnico profissionalizante. O Pré-Sal com a sua imensidão de barris de petróleo será um dos financiadores do nosso desenvolvimento Nacional.
A Dilma é uma estrategista, uma gestora já testada em diversas situações, foi Secretaria de Estado (Fazenda e Minas e Energia) no Rio Grande do Sul, Ministra de Minas e Energia, Chefe da Casa Civil no Governo Lula. Coordenou o maior programa de investimentos da história do Brasil, o PAC. É brava, dinâmica. Uma mulher de fibra!
O seu governo terá impacto direto em Itabira com a consolidação da UNIFEI e na implantação de Escola Técnica Federal.
Também na nossa região teremos os impacto da duplicação da BR381 e da com a consolidação da infra estrutura de transporte viários e aeroviários. Teremos uma maior pressão do Governo Federal sobre a VALE para que a mesma pare de exportar minérios e reoriente sua política e invista nas siderurgias e num desenvolvimento sustentável para o período pós a exaustão mineral.
A VALE não investe em Itabira, não investe na sustentabilidade e em alternativas de desenvolvimento econômico em nossa região, ela só investe nas suas minas, nas suas jazidas! Itabira se beneficia apenas indiretamente destes investimentos, queremos mais! A incapacidade existente de em nossa cidade de se gerir adequadamente os seus bens, não deve servir de pretexto para a VALE se omitir. A degradação que o poder público local deixou que ocorressem com os parques e áreas de lazer que a VALE foi obrigada a fazer como compensação pelos danos ambientais causados ao município não deve estimular a leitura preconceituosa de que “a VALE não investe aqui, porque ela não tem interlocutores á altura”. Estes e outros pretextos como o de se afirmar que aqui não se constrói uma siderurgia porque não se tem água, são desculpas. Cabe-se indagar que se os minérios são transportados milhares de quilômetros porque um pouco de água necessária para a siderurgia não pode ser tubulada e transferida para aonde pode ser necessária (interroga).!!!!
A VALE, que em Itabira nasceu, hoje como um filho ingrato, daqui se omite ou trata com desdém a necessidade de se construir um novo modelo de desenvolvimento para as regiões aonde ela retira a sua riqueza.
A nossa diversificação industrial é frágil, pois, a mesma é limitada em parte da cadeia produtiva do ferro. Ela se restringe somente ao seu início, contemplando a extração do minério e seu beneficiamento primário, ficando excluídos os componentes da indústria de bens de capital, tanto da siderurgia como de estágios mais superiores.
A busca estratégia em direção da diversificação deve-se dar em consonância com competências da VALE também no tocante a sua rede de fornecedores: as compras em Itabira da VALE caem se analisadas comparativamente com o seu faturamento nos últimos anos nas minas locais. Ela importa a tecnologia. Ela compra insumos e serviços de outros Estados quando não de outros Países.
Um primeiro passo é a consolidação de núcleos de competências e posteriormente negócios na cadeia de fornecimento da indústria mineral no Estado de Minas Gerais. Isto exige uma intervenção dos governos Federais e Estaduais no fomento e financiamento destes agentes. Também é necessário regulamentação deste mercado, de forma que forcem as mineradoras a utilizarem dos serviços locais negócios e competências desses grupos e suas redes de fornecedores, de tal forma que liderem a diversificação da economia.
DILMA SERÁ VITORIOSA, MAS A LUTA CONTINUA! POR UMA NOVA ITABIRA
Mas não adianta pensarmos que após as eleições teremos um Brasil que será mil maravilhas. Teremos que lutar pelos nossos pleitos. Isto tudo será mais real se tivermos um movimento social e empresarial, sem tutelas, que se mobilize para lutar pelo desenvolvimento de nossa região. Um movimento que saia do “Mato Dentro” e que coletivamente ocupe o cenário nacional. O projeto de uma “nova” Itabira não é algo de um indivíduo, só vinga, só tem chances de dar certo, se for coletivo.
Vamos sair do Mato!Considero inócua a proposição do intitulado “Movimento Apartidário” lançado em Itabira. O nosso objetivo não deve se reduzir a votar em candidatos locais, afinal vários já demonstraram que tem compromissos só com seus interesses pessoais ou de seus pequenos círculos políticos. Devemos sim buscar uma articulação político social que se una em trono de uma plataforma de reivindicações e proposições em prol do desenvolvimento sustentável em nossa região.
As eleições não são um fim, e sim um começo.
Além de nos inserirmos na luta pelo desenvolvimento sustentável, cabe-nos também consolidar as nossas recentes tradições democráticas, aprofundando a luta contra a corrupção e uso privatizado da máquina pública, apoiar as ações moralizantes, denunciando as falcatruas.
Apoiar e exigir ações contra o crime organizado da corrupção, do tráfico, pelo fortalecimento do Estado em seus diversos níveis, consolidando o estado desenvolvido, democrático, com a cidadania em sua plenitude.
Para os agourentos, perdidos nos seus argumentos derrotados restam seguirem o grande filósofo popular, Vicente Matheus, que foi presidente do Corinthians: “'O difícil, como vocês sabem, não é fácil.”‘, mas mais uma vez nós estamos presentes na história de transformação “como nunca antes neste País”!