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quarta-feira, 22 de setembro de 2010
A CIDADE DE ITABIRA E SEUS ARAUTOS DO APOCALIPSE
Um interessante texto para estimular a reflexão.
"Itabirano que sou, hoje morador de Belo Horizonte, nunca vi em cidade alguma das que conheço, tantos arautos do apocalipse, quantos vicejam na nossa querida cidade de Itabira.
A explicação é óbvia. A responsabilidade deve ser atribuída a mineração, que seria uma atividade, que só faz buraco, tira tudo e nada põe no lugar. Que por isto a cidade vai acabar um dia, como já vem acabando desde 1942 com a instalação da Vale ou desde período anterior, que remonta a 1910, com a criação de uma incipiente Itabira Iron Ore Company, que de fato, com capital inglês, deu origem a atividade mineraria na cidade.
Nada mais equivocado, meus caros arautos, vivos e mortos.
Falar de tristeza, melancolia, derrota, infortúnio, desamor, amor não correspondido são temas que de fato dão muito mais ibope, do que alegria, esperança, otimismo, riqueza, prosperidade. É até engraçado, mas é verdade.
Em Itabira isto se confirma, e no Brasil também.
Carlos Drummond de Andrade falou menos de alegria do que tristeza, e não obstante a inegável qualidade literária de sua obra, foi em vida e é, post mortem, o poeta mais bem sucedido do Brasil. Curiosamente Drummond é itabirano. Curioso não ?!
Desde que nasci, e já não tem tão pouco tempo assim, escuto que a cidade vai acabar, e que o infortúnio na vida, a tristeza, aguarda todos nós itabiranos num breve e sombrio futuro que, dizem os mais inflamados arautos, vai chegar mais rápido do que esperamos.
Mais recentemente, a moda dos arautos do apocalipse é dizer que em Itabira existe o maior índice de suicídios do país, talvez o maior do mundo. Que este índice, é maior inclusive que as reservas de minério, considerando o itabirito duro. Maior que os caminhões da Vale e que o trem de minério, que todo dia e várias vezes por dia, vai embora para Vitória e volta para Itabira.
Alguém já viu este alto índice em algum estudo, comparado com os índices das outras cidades do Brasil, com o índice de João Monlevade, de Belo Horizonte, de Santa Luzia, Recife, de Varginha, de Montes Claros, Teófilo Otoni, Manaus ou Governador Valadares, por exemplo ? Eu nunca vi. Mas o sucesso da afirmação supera qualquer outro índice de audiência.
Segundo dizia o falecido Sigmund Freud, que dizem alguns, morreu por sucicídio, mas bem longe de Itabira, o ser humano tem impulsos de vida e impulsos de morte, durante toda a sua existência. Em Itabira, vivem seres humanos, que também se suicidam, mas também têm impulsos de vida e criação. Em outras cidades também, estes seres existem.
Será que já não é hora, de através de um terapia coletiva, com linha freudiana, junguiana, reichiana ou behavorista, Itabira e todos os itabiranos, categoria em que a própria Vale se insere, analisarem-se e descobrirem que a derrota irreparável de que falava Tutu Caramujo, personagem de Drummond, não existe, não existiu e certamente não vai existir ?
Que o sentimento de ruína é meio “patológico” e tem que ser extirpado, primeiramente através do reconhecimento de que ele é muito mais sentimento do que matéria ?
Que Itabira, mesmo sendo uma cidade especial, com um povo especial, está dentro do Brasil e do mundo, não é um lugar de categoria a parte?
Que otimismo e coisas boas, escritas e faladas, de nós mesmos, de nossa terra, também podem fazer sucesso ?
Creio que, mesmo com a mudança da paisagem pela mineração, dá para perceber que houve um crescimento qualitativo e quantitativo na cidade de Itabira ao longo dos anos.
Creio que também dá para reconhecer, que um dos grandes problemas da comunidade, talvez o mais visível é a destruição e abandono que um prefeito faz das obras do seu antecessor continuamente e sem exceção. Dá para parar com isto ?
Dá para investir um pouco e manter os parques e praças que a Vale fez como condicionante ambiental para continuar operando em Itabira?
Dá para acreditar na UNIFEI, na FUNCESI, nas outras escolas e nos benefícios que elas trazem e continuarão trazendo para a cidade?
Dá para acreditar nos frutos do investimento de bilhões que a Vale está fazendo em Itabira?
Creio que esta terapia está fadada ao sucesso. Basta acordarmos e nos assumirmos como agentes da transformação, própria e do nosso meio. Não precisa psicólogo.
Denes Martins da Costa Lott, itabirano, advogado".
4 comentários:
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ResponderExcluirVocês leram o que saiu sobre o SAAE no jornal VOX POPULI! Entre outras coisas, trata da situação calamitosa que se encontra o Saae.
ResponderExcluirCaro Denes e demais filhos do Cauê,
ResponderExcluirA nossa cidade está em transição, do ciclo da mineração para um outro ciclo ainda mal definido, cujo rótulo estamos por carimbar.
Ainda que as reservas de minério durem por algumas décadas (não muitas!...), temos que pensar no futuro de Itabira, em sua ´habitabilidade´... na qualidade de vida no ambiente urbano, na preservação dos mananciais da alta bacia do Rio Tanque, na revitalização do espaço urbano e da paisagem ao redor.
Os taludes de mina ao longo da antiga rodovia 105 remetem a uma paisagem devastada, mal cuidada, lunar... Esta recuperação da paisagem é requerida, para o bem da cidade, para a melhoria da qualidade do ar e das condições ambientais da área urbana.
Quem mandou o minério mergulhar para dentro da cidade?... E quem mandou a empresa promeover historicamente o povoamento ao redor das minas?...
Enfrentemos os problemas!
Abraço,
Ricardo
analizo que itabira não tem opçâo pra prefeito,damon ta dificil,por causa do jandirão,bernado mucidado pt,agora uniu com pp,turma do jacksom,roberto chaves nossa piorou,joâo izael graças adeus ta saimdo,lendo um jornal de oposiçâo e vendo comentarios pela cidade ai pergunto a vcs politicos,QUEM É O ALLAN DO SEM TERRA?????ESSE MENINO TEM FUTURO!!!SE ELE FOR CAMDIDATO EU VOTO NELE..QUEM É ESSE OPERARIO,ALLAN SEM TERRA PRA PREFEITO..SERIA OPCÃO.
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