Adaptado da citação
original “Ser ou não ser, eis a questão”, empregada na peça “A tragédia de
Hamlet, príncipe da Dinamarca”, de William Shakespeare (escrita
entre 1599 e 1601), apresento outra questão existencialista, que imagino,
esteja sendo enfrentada por Antonio Carlos (prefeito eleito e diplomado de São
Gonçalo do Rio Abaixo), em vias de assumir a prefeitura municipal. A dúvida em questão
é: “balançar ou não balançar a árvore?”, e para que isso possa ficar claro a
todos os prezados leitores, preciso traçar um paralelo.
Existe uma lenda indígena
que fala sobre um Jabuti, que vivia sob a sombra de uma frondosa árvore
frutífera, quando vivenciou uma contenda, com uma certa Anta (que o pisoteou
para tomar-lhe o lar, onde também podia se alimentar tranquilamente), esta
estória está descrita no livro “O Selvagem” (1876), do General José Vieira
Couto de Magalhães onde em favor do Jabuti afirmou: “O jabuti é gente boa, não
é gente má”, o caso é que o Jabuti acabou matando a Anta para se vingar
da afronta sofrida, e há quem diga que não há mal nenhum nisso, afinal de
contas já dizia o ditado: “olho por olho, dente por dente”, e foi a Anta quem
primeiro perturbou o sossego do Jabuti não é isso?
*O (nem) sempre simpático Jabuti. |
Bem, não pretendo
responder a esse questionamento, prefiro que fique como reflexão para vocês
leitores, afinal de contas, não sou ninguém para fazer juízo de valores, e fato
é que ainda não cheguei ao ponto principal, onde Jabutis acabam se entrelaçando
com Shakespeare, apenas queria demonstrar para vocês, que talvez naquela época,
Jabutis pudessem até ser considerados “gente boa”, mas isso foi antes, deles
decidirem se mudar para cima das árvores (lembrem-se que antes viviam a sombra
delas, e portanto debaixo).
Alguns podem se
questionar: - Como pode um despropósito desses?
Pois é, vocês não leram
errado, há sim Jabutis em cima de árvores em São Gonçalo do Rio Abaixo, e como
já dizia a frase popularizada por Ulisses Guimarães: “Jabuti não sobe em
árvore, se está lá foi enchente ou mão de gente”.
*O Jabuti em cima da árvore. |
Os Jabutis que estão em
cima das árvores em São Gonçalo do Rio Abaixo, tem nome e sobrenome e a maioria
é bastante conhecida da população (outros não, pois apesar de baterem cartão em
cima das árvores locais, raramente são vistos, mas que existem não há dúvidas),
e por isso mesmo, não pretendo citá-los nominalmente, todos sabem de sua existência
e mais, sabem quem são.
Jabutis em cima de
árvores, são fáceis de se reconhecer, pois este não é o ambiente mais favorável para esse
animal, ou seja, enquanto estão lá em cima, os Jabutis causam estranheza (não se
sabe, como ou porque foram parar ali), além do mais, por estarem fora de seu
habitat natural não fazem absolutamente nada e se fazem é muito mal feito.
Em política é comum,
acabar colocando um ou outro Jabuti em cima de árvores, porque não se pode
ganhar uma eleição sem alianças (seja com outros partidos políticos, com
pessoas influentes da sociedade, com patrocinadores de campanha, etc.), de
forma que acaba sendo natural, presentear estes aliados com cargos, indicações
e outros favores do gênero, o caso é que tudo isso, acontece de forma muito obscura,
na surdina realmente.
Finalmente chegamos ao
questionamento proposto no inicio deste texto, será que Antonio Carlos pretende
balançar as árvores e consequentemente derrubar os Jabutis cuidadosamente
alocados ali por Nozinho? Ou será que haverá a manutenção do status quo e os Jabutis terão sua
sobrevida garantida por mais algum tempo?
Traçando um paralelo
com o texto de Shakespeare, o personagem central da tragédia, o príncipe
Hamlet, acaba executando seu tio Cláudio (que envenenou seu pai, para usurpar o
trono da Dinamarca), mas não sem antes passar por um conflito ético e filosófico
quanto ao assassinato a sangue frio, envolvido na questão.
Imagino que para se
decidir entre balançar ou não balançar as árvores, o novo prefeito precisará
passar pelos mesmos conflitos de Hamlet, afinal de contas sua eleição se deve
às mesmas alianças (algumas até mais improváveis), que uma vez levaram Nozinho
à prefeitura e que o reconduziram posteriormente, e que portanto, fez com que
os Jabutis ascendessem às suas respectivas árvores, além disso, pelo que
pudemos descobrir na lenda indígena do Jabuti e a Anta, os Jabutis podem ser
violentos e vingativos, de forma que pode não ser muito conveniente
perturbá-los.
* O Jabuti em seu lugar de direito |
Eu particularmente,
estou curioso para saber como o novo prefeito pretende de comportar, e digo que
adoraria vê-lo balançar pelo menos algumas árvores (já que não se pode ter
tudo, e balançar todas as árvores pode parecer, querer demais), de resto é
sentar, esperar e pagar para ver.
* Imagens: divulgação de internet.
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