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quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Balançar ou não balançar a árvore? Eis a questão.


Adaptado da citação original “Ser ou não ser, eis a questão”, empregada na peça “A tragédia de Hamlet, príncipe da Dinamarca”, de  William Shakespeare (escrita entre 1599 e 1601), apresento outra questão existencialista, que imagino, esteja sendo enfrentada por Antonio Carlos (prefeito eleito e diplomado de São Gonçalo do Rio Abaixo), em vias de assumir a prefeitura municipal. A dúvida em questão é: “balançar ou não balançar a árvore?”, e para que isso possa ficar claro a todos os prezados leitores, preciso traçar um paralelo.

Existe uma lenda indígena que fala sobre um Jabuti, que vivia sob a sombra de uma frondosa árvore frutífera, quando vivenciou uma contenda, com uma certa Anta (que o pisoteou para tomar-lhe o lar, onde também podia se alimentar tranquilamente), esta estória está descrita no livro “O Selvagem” (1876), do General José Vieira Couto de Magalhães onde em favor do Jabuti afirmou: “O jabuti é gente boa, não é gente má”, o caso é que o Jabuti acabou matando a Anta para se vingar da afronta sofrida, e há quem diga que não há mal nenhum nisso, afinal de contas já dizia o ditado: “olho por olho, dente por dente”, e foi a Anta quem primeiro perturbou o sossego do Jabuti não é isso?

*O (nem) sempre simpático Jabuti.


Bem, não pretendo responder a esse questionamento, prefiro que fique como reflexão para vocês leitores, afinal de contas, não sou ninguém para fazer juízo de valores, e fato é que ainda não cheguei ao ponto principal, onde Jabutis acabam se entrelaçando com Shakespeare, apenas queria demonstrar para vocês, que talvez naquela época, Jabutis pudessem até ser considerados “gente boa”, mas isso foi antes, deles decidirem se mudar para cima das árvores (lembrem-se que antes viviam a sombra delas, e portanto debaixo).

Alguns podem se questionar: - Como pode um despropósito desses?

Pois é, vocês não leram errado, há sim Jabutis em cima de árvores em São Gonçalo do Rio Abaixo, e como já dizia a frase popularizada por Ulisses Guimarães: “Jabuti não sobe em árvore, se está lá foi enchente ou mão de gente”.

*O Jabuti em cima da árvore.
Os Jabutis que estão em cima das árvores em São Gonçalo do Rio Abaixo, tem nome e sobrenome e a maioria é bastante conhecida da população (outros não, pois apesar de baterem cartão em cima das árvores locais, raramente são vistos, mas que existem não há dúvidas), e por isso mesmo, não pretendo citá-los nominalmente, todos sabem de sua existência e mais, sabem quem são.

Jabutis em cima de árvores, são fáceis de se reconhecer, pois  este não é o ambiente mais favorável para esse animal, ou seja, enquanto estão lá em cima, os Jabutis causam estranheza (não se sabe, como ou porque foram parar ali), além do mais, por estarem fora de seu habitat natural não fazem absolutamente nada e se fazem é muito mal feito.

Em política é comum, acabar colocando um ou outro Jabuti em cima de árvores, porque não se pode ganhar uma eleição sem alianças (seja com outros partidos políticos, com pessoas influentes da sociedade, com patrocinadores de campanha, etc.), de forma que acaba sendo natural, presentear estes aliados com cargos, indicações e outros favores do gênero, o caso é que tudo isso, acontece de forma muito obscura, na surdina realmente.

Finalmente chegamos ao questionamento proposto no inicio deste texto, será que Antonio Carlos pretende balançar as árvores e consequentemente derrubar os Jabutis cuidadosamente alocados ali por Nozinho? Ou será que haverá a manutenção do status quo e os Jabutis terão sua sobrevida garantida por mais algum tempo?

Traçando um paralelo com o texto de Shakespeare, o personagem central da tragédia, o príncipe Hamlet, acaba executando seu tio Cláudio (que envenenou seu pai, para usurpar o trono da Dinamarca), mas não sem antes passar por um conflito ético e filosófico quanto ao assassinato a sangue frio, envolvido na questão.
Imagino que para se decidir entre balançar ou não balançar as árvores, o novo prefeito precisará passar pelos mesmos conflitos de Hamlet, afinal de contas sua eleição se deve às mesmas alianças (algumas até mais improváveis), que uma vez levaram Nozinho à prefeitura e que o reconduziram posteriormente, e que portanto, fez com que os Jabutis ascendessem às suas respectivas árvores, além disso, pelo que pudemos descobrir na lenda indígena do Jabuti e a Anta, os Jabutis podem ser violentos e vingativos, de forma que pode não ser muito conveniente perturbá-los.

* O Jabuti em seu lugar de direito














Eu particularmente, estou curioso para saber como o novo prefeito pretende de comportar, e digo que adoraria vê-lo balançar pelo menos algumas árvores (já que não se pode ter tudo, e balançar todas as árvores pode parecer, querer demais), de resto é sentar, esperar e pagar para ver.

* Imagens: divulgação de internet.

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