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quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

FACAS DE VÁRIOS LEGUMES

(Itabira)


A PEDIDOS...

Nem bem entrou, o futuro prefeito de Itabira, Damon de Sena (PV), já começa a apanhar da imprensa ligada ao governo sobre o aumento dos salários do prefeito, vice e secretariado. À reboque, vem o sindicato dos servidores reivindicando igual aumento (com boa razão, diga-se de passagem). 

Nas vigilantes redes sociais, o assunto passou a dominar e tem causado fervorosas reverberações. Não obstante, dois ávidos leitores pediram minha opinião à respeito. De minha parte, seja por provocação ou por quererem apenas saber meu posicionamento, o faço tranquilamente.

É claro que a futura gestão não seria tranquila. 

Na noite do dia 09 (domingo) passado, Damon esteve na casa dos meus pais e adiantou alguns nomes de secretários, a linha que pretende adotar no seu governo, falou sobre o aumento dos salários e especulou minha ida para o governo, negada por causa da minha empresa, dependente de minha constante participação. 

Quanto aos nomes do secretariado, Damon expôs as dificuldades de se contratar nomes técnicos de valor, por apenas R$ 6.026,02 que, deduzidos o imposto de renda retido na fonte e encargos, caem para cerca de uns 4 mil. Para complicar mais, todo servidor precisa marcar o ponto por biometria, impedindo que algum profissional mais bem cotado no mercado possa assumir mais de um compromisso profissional. 

Só para terem uma ideia, durante quase 3 horas de confabulações, não conseguimos fechar um bom nome para a futura secretaria de Cultura, que ele pretende criar, face à baixa remuneração. Achar nomes que topem, é claro que acha. Mas excelentes nomes, convenhamos, não é fácil. Imaginem se um médico, empresário bem sucedido, advogado renomado ou um engenheiro experiente toparia trabalhar o dia inteiro por 4 contos, com tamanha responsabilidade e sem "tirar um por fora". Um bom fotógrafo de casamento (que não é meu caso, porque atuo em outra área), ganha líquido mais que isso num único atendimento. Até um mestre de obras ou encarregado chega a faturar mais de 7 mil. Tem muitos pedreiros de acabamento ganhando mais do que isso por empreitada, hoje em dia.

Entretanto, se compararmos aos salários de professores, que aguentam crianças o dia inteiro, que precisam de formação superior e que são os responsáveis pelo futuro do país, chega ser sacanagem falarmos que ganham pouco mais de mil contos. E os garis e formiguinhas, que ralam sob o sol escaldante? Foda, né?

Como podem comprovar, não se trata de análise simples de se fazer. Aumentar os salários dos secretários pode ser o primeiro caminho para que liquide com a possibilidade de alguma "empresa chegada cobrir a diferença", ou seja, esgotar com a defesa do "por fora", como tanto se especula pelo país afora, como o caso do Mensalão. Pode ser ainda o caminho para a chegada de excelentes técnicos e melhora dos serviços públicos, incrementando a competitividade entre os pretendentes aos cargos, ao ponto dos incapazes serem naturalmente preteridos, numa evolução natural. 

Entretanto, todavia e contudo, não há ainda como negar que o modelo remanescente ainda mostre claros indícios de vícios das más indicações políticas, do tipo: teve votos, tem direito. Estamos, caros leitores, num caminho evolutivo e permeados de riscos a erros. 

Se o João Izael vetar o aumento, sem que tome conhecimento exato e bom juízo dos nomes dos postulantes, com isenção e boa fé, poderá assumir mais um peso à sua já desgastadíssima reputação, de ter engessado seu governo e ter ainda deixado a herança maldita, ao engessar a cidade para os próximos 4 anos, até mesmo por pirraça política. E maus exemplos não faltam, que digam o sucateamento dos departamentos públicos, da TV Cultura em vias de encerrar suas atividades e tantos outros problemas que podem ser revelados em breve. 

Por outro lado, caso João Izael não atrapalhe, o Damon receberá a segunda grande oportunidade de fazer bonito: a primeira pela massiva votação obtida nas urnas pela população e a segunda pela aprovação dos aumentos, em sinal de confiança. Daí, praticamente, não caberá a ele ou seu governo a desculpa de má gestão por falta de gestores qualificados, porque bom salário terá para oferecer.

Confuso quadro, não? Mas antes que aleguem que meu texto é contraditório ou confuso, não custa defender-me por antecipação. Todo este emaranhado, de desigualdades sociais, não foi ideia minha.

A boa nova é o que Damon me disse, naquele domingo, na última vez que falei em particular com ele. Ele previu que conseguiria compor um secretariado com uns 70% do ideal, porque precisa honrar os compromissos com o grupo. Só que todos os indicados, sem exceção, estarão sob constantes análises. Se pisarem na bola, estarão fora, defendeu ele. Portanto, não custa dar mais este voto de confiança para seu governo e deixarmos rolar um pouco a bola, sem preconceitos. É isso aí.

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