A Cultura por uma reacionária
De passado cultural profícuo, com
vasta diversidade constante, Itabira tem vivido momentos obscuros em
criatividade, sejam eles por motivos pessoais dos personagens da cidade ou por
estarem ou sentirem-se manietados pela falta de incentivo e opções de
financiadores locais e regionais, seja ele o poder público constituído ou por
falta de mecenas interessados e inteirados na manutenção constante que aqueles
se ressentem a mais de uma década.
Prioritariamente a esta última
administração, os últimos quatro anos podem ser considerados perdidos. Os
agentes culturais, seja ele da produção ou criação (escritores, compositores,
atores, cantores e etc.), ficaram parados no tempo, o desenvolvimento cultural
de Itabira esteve em uma camisa de força, estrangulando a todos e tudo.
Definitivamente não houve a aplicação de uma política cultural e a atua gestora
conseguiu “desagradar a gregos e troianos”.
São vários fatos e ocorrências
nestes torpes anos pelo qual passamos e resignamos a aguardar o grande momento
de mudança em uma democracia que se preze, o momento do voto que no Brasil
constitucionalmente é individual e secreto. Nos vários fatos acontecidos, o
primeiro marcante foi a maneira como a pseudo-secretária de cultura itabirana dirigia-se
àqueles que a visitava em seu gabinete: -“aqui todo mundo é pedinte, todos vêm
aqui somente para pedir”. Esquecendo-se ela que aquela casa é uma repartição
pública, um balcão de fomento a ser gerido.
Do muito pouco que conseguiu
realizar em seu primeiro ano e como vem sendo feito até findar o seu passageiro
mandato, foi o concurso de presépios, que em sua primeira edição no discurso de
premiação esta funcionária pública contratada nos disse: -“até colocamos um
dinheirinho para a premiação”. Sim, foi um dinheirinho face o empenho dos
artistas participantes do concurso, além de que não precisaria citar isto e no
tom de desdém para com aqueles cidadãos menosprezados. Considerando ainda que
houve controvérsias a respeito de qual foi mesmo o ganhador do primeiro lugar.
Em cada ano que passou, sempre
ocorriam novos fatos, fatos estes que tornaram cada vez mais obscura a política
cultural adotada em Itabira. Um destes fatos é a respeito de um músico
itabirano, nascido e criado em nossa cidade, cidadão este que labuta na criação
cultural, com uma proposta aprovada e já em execução com verba designada pela
“Lei Drummond”, desejando realizar uma chamada televisiva na Fazenda do Pontal,
este também espaço público, foi de pronto proibido e novamente ela, falaz,
agindo como se dona fosse da instituição FCCDA – Fundação Cultural Carlos
Drummond de Andrade – e de seus espaços, diz: -“samba, pagode, essas coisas não
são cultura”. Mais uma vez algo não pode ser realizado em seu todo, face à
maneira grotesca como um artista atualmente é tratado.
Semana de Drummond, já em sua XVIII
edição, pressupostamente para reverenciarmos a obra de nosso poeta maior,
“Carlos Drummond de Andrade”, aprender e discutirmos sobre o seu legado, além
de ser um momento voltado aos escritores locais, novamente este ano tivemos uma
programação pífia com uma agenda amontoada de música, muita música, e a poesia
que é boa, ficou para o escanteio. Estupefato fiquei em saber que a Biblioteca
Municipal Luís Camilo ficou fechada na Semana Drummondiana.
Na Conferência Regional da Cultura,
com vários tópicos discutidos e aprovados naquela assembléia, nada foi posto em
funcionamento e de todo o feito, também não aproveitou dos resultados desta
conferência para inscrever Itabira no Sistema Nacional de Cultura, o que por
mais esta omissão acarretará perdas futuras na distribuição das verbas do MinC
– Ministério da Cultura.
Concurso público para ocupar os
cargos da FCCDA? Quatro anos prometendo
e não foi capaz de atravessar a avenida para propor aos vereadores que
estudassem e aprovassem inicialmente o plano de cargos e salários, e posteriormente
abrisse o edital de concurso público para os cargos daquela instituição que vêm
sendo ocupados de maneira desvirtuada pelo sistema de contratação direta,
desprezando a real necessidade de ser feito este concurso, haja vista que o
último foi realizado em 1996.
Em seu último e derradeiro ato e
parafraseando o atual prefeito municipal em sua campanha de reeleição, “para
completar o trabalho”, ao receber a visita de um agente cultural, lá vem ela
novamente, bem ao estilo nazista, daqueles que falam uma mentira mil vezes até
que torne verdade, na maior desfaçatez, abusando do seu alto cargo público
municipal, falando mal de quem não a procura para nada, considerando que a
mesma de nada da conta mesmo, demonstrando sempre sua total incapacidade e
inépcia em gerir a cultura local, em toda a sua nuance e especificidade de cada
tema a ser trabalhado ou desenvolvido.
Se de tudo não é assim, deve ser
então, em razão das origens culturais que esta pessoa tem.
Sendo hoje “Dia Nacional do Samba”,
segue uma pérola da cultura popular brasileira para a pseudo-secretária de
cultura de Itabira deliciar-se:
http://www.youtube.com/watch?v=tkcr5aBKl6w
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