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Matt Cole/SOLENT
Estive pensando sobre o que poderia falar em
meu primeiro post (oficial), e me ocorreu de fazer uma anedota ao célebre
filósofo francês René Descartes ( O discurso do método – 1637), quando escreveu
uma de suas mais notórias frases: “Penso, logo existo”, com a qual imagino
todos tenham em algum momento travado conhecimento.
Digo anedota, mas creio que seguramente poderia
transportar seu significado sem qualquer prejuízo, para nossa querida São
Gonçalo do Rio Abaixo do século XXI, e imagino para quantos outros rincões desse
nosso Brasil, mas nos atenhamos ao conhecimento de causa, que é para não pecar
por falta de credibilidade.
A explicação para que eu tenha escolhido falar
sobre esse respeito é deveras bastante pertinente, mas carece de uma
explicação, para contextualizar a todos os prezados leitores, e para isso,
preciso retroceder a alguns anos atrás (ao ano de 2000 para ser mais preciso),
quando o atual prefeito de São Gonçalo do Rio Abaixo (Sr. Raimundo Nonato
Barcelos – O Nozinho), não era ainda o prefeito em iminência de deixar o poder
em função de seu sucessor, mas apenas um postulante ao cargo de Prefeito
Municipal, e naquele pleito, sendo que seu principal concorrente naquele ano
foi o Sr. José Felisberto da Fonseca (ocasião em que o Sr. José Felisberto da
Fonseca acabou eleito).
Naquela ocasião, as paixões políticas na cidade
já eram bastante afloradas, mas os eleitores muito mais comedidos ao falarem
sobre o assunto da sucessão na prefeitura municipal, pois acabei descobrindo
posteriormente, que muitos eleitores, jamais revelavam seu candidato favorito não
simplesmente porque esse é um direito assegurado pela constituição federal (o
direito ao voto secreto), ou qualquer outro motivo mais nobre, mas simplesmente
(se é que é tão simples assim), por temerem qualquer tipo de perseguição ou represaria
posterior, caso seu candidato não fosse o eleito. Me recordo vivamente, que em
uma conversa de bar uma vez, um senhor afirmou que tinha se mudado recentemente
para São Gonçalo do Rio Abaixo, e que se fosse onde morava anteriormente, ele
colocaria bandeira de seu candidato em casa, para que todo mundo visse, o que
ainda acabaria ajudando ao candidato, em função da propaganda obviamente, mas
que estando em São Gonçalo, não faria isso, porque São Gonçalo é uma cidade
onde todos se conhecem e ele ficaria marcado, caso o fizesse.
Pelo que pudemos ver nas ultimas eleições,
muitas pessoas perderam esse receio, e estamparam sua preferência em suas
casas, automóveis, perfis de rede social ou até mesmo no engajamento em
campanha política, o que certamente é um ponto a favor da democracia, mas
muitos ainda não tiveram coragem de expor suas preferências abertamente, ainda
por medo de perseguição.
Fato é, que eu não tenho certeza se essa dita
perseguição de fato existe (prefiro acreditar que não), mas vale o
questionamento e a reflexão: Será que somos de fato livres para pensar e nos
expressar? E se não somos, é correto que seja assim? O que precisamos fazer
para nos libertar dessas amarras?
Creio que independente de quem ganhe ou deixe
de ganhar as eleições, o cidadão tem acima de tudo, direito a diversidade de opinião
(alguns aprovam, outros não, alguns gostam outros não, alguns votam outros não),
e ao político eleito, cabe perceber qual foi o resultado que veio das urnas
(Ganhou? Ganhou bem? Tem aprovação da população? Como anda sua popularidade?),
pois o tempo de perseguição e tortura psicológica, notadamente ainda não terminou,
mas caminha a passos largos para um fim inevitável e até ansiado.
O que nós cidadãos queremos é poder sair por
ai, e dizer ou não (isso de acordo com nossa preferência, e não por medo), o
que é que queremos, como queremos e quando queremos, e ao poder público, cabe
receber esses dados, trata-los e se valer das informações resultantes para
decidir o que de fato fazer, em que tempo e em que intensidade (ou seja,
equalizar a demanda popular, com o orçamento público, a ordem de prioridade das
ações e demais incógnitas, que podem não estar claras para população, mas que
devem ser trazidas a seu conhecimento), pois a transparência nas ações publicas
hoje é uma demanda da sociedade civil organizada e este é um caminho sem volta.
Dessa forma, espero ansioso o dia em que o cidadão
deixe de ser cidadão de direito e passe a ser cidadão de fato, pois como seres
humanos “Pensamos, logo existimos”, “Existimos, logo queremos falar (em alto e bom som, diga-se de passagem)”.
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