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sábado, 10 de abril de 2010
A política do espetáculo
Na política do espetáculo, nossa Câmara Municipal torna-se exemplo regional ao reaproveitar a água da chuva. Na vida real, a ação tem impacto quase insignificante em termos ambientais. Mesmo assim, o Poder Legislativo emprega nosso dinheiro propagando o feito como grande conquista. Nada é dito, porém, sobre a mudança ambiental mais significativa por aquela parte da cidade: o desmate da Mata do Intelecto. Isso não faz parte do espetáculo.
Na política do espetáculo, a Câmara Municipal esforça-se para passar a imagem de gestão eficiente. Mas na vida real, sua Presidência compartilha com o modelo de gestão adotado na atual administração.
Na vida real, o contribuinte suporta o aumento do IPTU e da tarifa de água. Os servidores reivindicam melhores salários e ameaçam entrar em greve. Falta transparência à administração pública municipal. Mas poucos vereadores ousam contrariar a orientação do Executivo. Dependentes de cargos e indicações que seus partidos mantêm no Poder Executivo, grande parte dos nossos representantes raramente oferecem resistência à decisão do Prefeito. Na política do espetáculo, um Legislativo independente. Na vida real, subserviente.
Na política do espetáculo, teremos educação referência nacional. Mas na vida real, professores insatisfeitos ameaçam a greve. Na política do espetáculo, a saúde será referência nacional. Mas na vida real, dados do Ministério da Saúde apontam Itabira como uma das piores coberturas na campanha de vacinação contra a Influenza H1N1 entre todas as cidades do Estado. Na política do espetáculo, nossa segurança seria referência nacional. Na vida real, assaltos e mortes marcam o noticiário local quase cotidianamente.
Enquanto o Legislativo Municipal gasta nosso dinheiro inserindo propaganda durante a transmissão nos jogos dos times da capital, o clube que representa nossa cidade é rebaixado. O Valério, orgulho de Itabira, disputará a terceira divisão. Não é só nosso time rebaixado, é nosso esporte.
Mas na Câmara Municipal parece reinar preocupação com a propaganda. Não importa o que é feito, o importante é o que vai ser divulgado. Na política do espetáculo, uma Câmara atuante. Na vida real, a pauta vazia marca o encontro dos edis. Só há um problema: podemos até assistir o espetáculo, mas vivemos no mundo real!
7 comentários:
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Esse desGoverno usa a mesma tática de Joseph Goebbels. ministro de propaganda de Hitler!
ResponderExcluirBasta comparar.
Usam a mídia para detruir os seus opositores , enquanto essa mesma mídia enobrece seus atos.
Isso é deprimente e imoral!
Na política do espetáculo, vereadores bem vestidos com seus ternos impecáveis que os tornam "autoridades respeitadas",e, na vida real IPTU aumentado escandalosomente e generosamente aprovados pelos edis, mediante pedido do senhor prefeito. E enquanto isto servidores em greve por falta de negociação do executivo com o sindicato...
ResponderExcluirenquanto isso a politica para 2012, vem esquentando, acho que estamos colocando os bois atras da carrocas...Bernardo, deixa disso nao fica criticando, nao precisa ser lembrado como opositor, compre um jornal e dane a falar mal assim 50% fica a favor 50% contra.
ResponderExcluiro governo lula também anda querendo ser igual do chavez, quem podera nos salvar.
ResponderExcluirChapolin Colorado é nosso heroi.
estamos de pé e mao quebrados .....somente uma luz, somente Jesus com o PT de Lula cada dia mais rico
O espetáculo continua...
ResponderExcluirA Secretaria de Desenvolvimento Urbano está promovendo, desde o último sábado (10/04), blitze para conter a poluição sonora aos sábados na avenida João Pinheiro.
Acontece que muitos dos carros que fazem o chamado "som volante" têm autorização da prefeitura para tal.
Porém, independentemente do que estabelecem as leis sobre perturbação do sossego público, há que se pensar na privacidade do cidadão.
Recentemente, durante o carnaval, a imprensa noticiou várias determinações e decretos de prefeituras a respeito de som automotivo. Algumas cidades, com o intuito de resgatar as tradicionais marchinhas de carnaval, determinaram que fossem autuados os proprietários de veículos que ouvissem axé music, funk e rap, além de músicas que fizessem apologia ao sexo e ao uso de drogas. Tá certo que estas músicas (???) nada têm a ver com o carnaval tradicional.
Mas a questão não é esta. Há uma resolução do CONTRAN que define o limite em 70 decibéis para equipamentos de som em automóveis.
Quanto à propaganda em carros de som, as leis estaduais e federais deixam para os municípios regulamentarem a atividade. Como a maioria não regulamenta, vários e vários estabelecimentos já têm seu próprio carro de som. em breve, cada loja terá o seu.
Aqui, em Itabira, a atividade não é reconhecida oficialmente, conforme a Lei 1972, de 1978, que contém o Código de Posturas do Município de Itabira:
"Artigo 96. São expressamente proibidas perturbações do sossego público com ruídos ou sons excessivos e evitáveis, tais como:
(...)
III - os de buzinas, clarins, campainhas ou quaisquer outros aparelhos;
IV - a propaganda realizada com auto-falantes na via pública ou para ela dirigidos..."
Mas, isto é só no papel. Na prática, as lojas colocam caixas de som voltadas para a via pública ou no passeio. Nas ruas, dezenas de carros e motos circulam livremente anunciando todo tipo de coisa.
E até a prefeitura contrata esses veículos(atividade irregular) para anunciar seus eventos.
O problema não é o tipo de propaganda nem o estilo musical, nem o volume.
A questão é que ninguém é obrigado a ouvir o que não quer. Isso é invasão de privacidade.
Ou teremos que andar nas ruas com tampões nos ouvidos?
Análise sensacional essa do Bernardo. Com certeza, um dos melhores textos aqui publicados. Parabéns, Bernardo!
ResponderExcluirFalar mal não fica 50% a favor e 50% contra. Isso foi a eleição. Agora é 99% a favor e 1% contra. Isso que vejo nas ruas.
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