(São
Gonçalo do Rio Abaixo)
OPERÁRIO NÃO É SÓ TIME DE FUTEBOL
A
última postagem deste blogue foi motivo para amplas discussões num
grupo do Facebook em São Gonçalo, publicada na sexta-feira. O
pessoal do time Operário Esporte Clube, com apoio de funcionária da secretaria de esportes, rebateu o nosso questionamento sobre o incomum
subsídio aprovado a favor deles.
Em
parte, não era para menos. Afinal, havia uma suspeita na cidade que a
subvenção de quase 1 milhão de reais da prefeitura, aprovada pela
Câmara na última quinta-feira, seria destinada para cabides de
emprego.
Ao serem questionados, prontamente, os responsáveis responderam que os 25 coordenadores e
agentes contratados atendem à várias ações sócio-desportivas, dentre elas escolinhas de futebol e
aulas de xadrez para 400 crianças, em várias comunidades urbana e
rurais. Vide fotos publicadas pelo grupo.
NOSSAS
DESCULPAS E PARABÉNS MESMO
Portanto,
este blogue pede desculpas por quaisquer excessos e dá os parabéns
para toda equipe do Operário e, em especial, para a funcionária da
secretaria de esportes, Sandra Castelo, que defendeu a camisa do
governo que representa com louvor. É isso aí, pessoal. Nota 1000
para vocês.
Sem gastarem um só centavo, ao contrário do que fazem o governo e a câmara com impressos publicitários caríssimos, eles deram o recado em bom e alto som.
Comportamentos
como estes, de prestarem as devidas informações e de prestarem
contas, apesar de serem obrigatórias, devem ser destacados, sim.
Lamentavelmente na cidade, temos presenciado um esforço hercúleo
para sonegarem esclarecimentos e informações das mais básicas.
MENOS,
PESSOAL, MENOS...
Só
não entendi o porquê de alguns poucos ficarem tão exaltados assim. Quem recebe ou
manipula dinheiro público é obrigado a prestar contas e ao
serem questionados. Bastaria apresentar um relatório das atividades, fotos e provarem que as subvenções têm sido bem aplicadas. Só isso.
Feio mesmo é vereador ou membro da imprensa pagarem pau e não questionarem nada, em troca de anúncios publicitários ou de indicações de cargos ou outros benefícios como temos visto por aí.
A imprensa deve representar a sociedade, sendo mais um agente de prestação de serviço para a população. É papel da imprensa séria questionar. Missão esta que, diga-se de passagem, nosso blogue tem sido o único a cumprir, infelizmente.
Por isso, cabe lembrar ao exaltado rapaz, Donizete Karvalho, que questionou se nós publicamos "informações medíocres ou mesquinhas", que o Filhos das Minas é um blogue coletivo e sem fins lucrativos, atuando sem qualquer apoio financeiro ou subvenção social. Só por isso já o credencia a gozar do respeito de boa parte da população, que pouco manifesta por causa dos medos de novas perseguições.
E mais, Donizete, ao atuarmos sem qualquer apoio financeiro, defendendo a correta aplicação dos recursos públicos, acabamos prestando um serviço até mais relevante que muitos outros agentes ou instituições privilegiadas, cujos atores sociais trabalham em troca de dinheiro. Pode ser até legítimo receberem pelos serviços, mas é um desrespeito sem tamanho desqualificar nosso voluntário e vigilante serviço. Doa a quem doer, aqui chegamos e permaneceremos. Sinto muito se incomodamos os mais privilegiados. Somos e seremos a voz da população, da massa. É ela que representamos, salvo se o povo não mais quiser contar mais com nosso voluntário serviço.
EM
TERRA DE OLHO, QUEM TEM CEGO ERREI
Infelizmente,
este comportamento de transparência é raridade na cidade,
tanto por parte da prefeitura, quanto da câmara, que deveria dar
exemplo próprio e fiscalizar quem descumpre com as leis.
Rosimeire Mendes, quando foi assessora parlamentar do vereador Pelé Fonseca (PSDB), foi
perseguida e exonerada no início do ano porque incomodou a
presidência da casa ao atender aos pedidos do vereador para quem ela assessorava. Uma das atividades dela que desagradou bastante o governo e a casa foi pedir a
listagem dos servidores contratados e comissionados da prefeitura, a pedido do vereador, para que ele pudesse cumprir com sua obrigação de fiscalizar.
Absurdamente, o vereador não foi atendido e a presidenta Luciana Bicalho (PDT), prima do prefeito, exonerou a assessora sob outras alegações.
E não parou por aí. Dias
atrás, o empreendedor são-gonçalense, Lúcio Pena, me ligou indignado, dizendo que a secretária de administração, Norma Torres, havia
condicionado o fornecimento da mesma listagem dos servidores ao
pagamento de uma taxa de aproximadamente 3 mil reais, tendo informado que o
município teria que imprimir umas 10 mil e tantas folhas. Só que, desta
vez, o pedido foi do produtor rural Irnério Augusto Moreira dos Santos.
Daí,
vem as perguntas: como assim? 10.000 folhas? A prefeitura de uma
cidade de 9.777 habitantes tem 10.000 funcionários? São seria só a
listagem com nomes, cargos e vencimentos que ele quer? Não poderia
ser fornecida em meio eletrônico, como num arquivo PDF, que geraria
um custo máximo de 1 real por um CD-Rom?
Como podem comprovar, a cobrança não é exclusiva de uma pessoa "de fora". Por
estas e outras, que nós não cismamos à toa. Quem não deve, não
tem nada a temer.
GOL
DE PLACA DO OPERÁRIO:
QUE
SIRVA DE EXEMPLO
As
prontas respostas dadas pelo pessoal do Operário deveriam ser
disseminadas nas demais instituições sociais. As direções da
Apae, Cras, Peixe Vivo, Abeviti e todas as demais que receberam
recursos públicos municipais, estaduais e federais deveriam se
antecipar e prestar contas também. Por quê não?
Não
temos e não devemos ter qualquer constrangimento de pedi-las para que, de
igual forma, as respectivas direções dessas entidades tenham a oportunidade de mostrar seus bons serviços prestados, de poderem apresentar as suas listagens de todos os funcionários,
recursos recebidos da prefeitura e de todos os respectivos destinos. É Lei e direito de qualquer cidadão de qualquer origem de nascimento!
Mais
do que cumprirem com obrigações, eles podem cativar até outras
doações e, de quebra, reforçarem a simpatia da população e das grandes empresas para outros apoios e patrocínios.
E
mais, depois dessas felizes respostas da turma do Operário, que a
direção da câmara e o governo municipal aprendam com eles, passem
a ser bem mais transparentes e, porquê não, substituam seus
amarrados e retrógrados funcionários, estes que aplicam golpes
rasteiros protelatórios ou de tentativa de sonegação de informação, por essa turma do
Operário ou pela Sandra Castelo, que mostrou-se de cabeça aberta e bem melhor
intencionada.
A diferença entre estes trabalhadores sociais e a cúpula do governo, até que alguém me prove o contrário, é notável. Basta compararmos os serviços prestados e os respectivos padrões de vida deles. Com certeza, essa turma que não deve, pôde colocar as caras na frente, abrirem os peitos e esclarecerem tudo na boa. Já a cúpula que passou a ostentar riquezas nunca vistas, deve ter muitos motivos para temerem a transparência. Ou não?
Toquemos o barco adiante, com cada agente social empenhado nas suas respectivas funções, sempre servindo com honradez, honestidade, comprometimento e, principalmente, mais respeito. É isso aí!