Há produtos no mercado
que não mudam.
Recordo-me quando a Gessy
Lever, hoje Unilever, comprou a Kibon por 930 milhões de dólares em
1997. O elevado valor, segundo o portal Exame,
foi atribuído justamente à força e ao prestígio da marca entre os
consumidores. Segundo as especulações na ocasião, as avaliações
de todo o patrimônio da Phillip Morris (dona da Kibon na ocasião),
incluindo logística, fábricas, equipamentos, escritórios etc.
alcançava a metade do valor fechado. Só que, para terem direito de
explorar as marcas Kibon e Chicabon, o valor dobrou.
Por
mais absurdo que pareça, penso que não temos direito de questionar
o valor. Afinal, o Chicabon, hoje com 66 anos de idade, preserva o
mesmíssimo sabor, textura, cor e cremosidade dos tempos que
saboreávamos às beiras das praias do Brasil. E não é só a receita do Chicabon que se
manteve intacta. O leite condensado da Nestlè, o guaraná Antártica,
a Coca Cola e alguns outros tradicionais produtos permanecem fiéis.
Já
outros, lamentavelmente, não. O programa Fantástico da Rede Globo,
por exemplo, tem decaído bastante. Suas pautas tornaram-se vazias e
fúteis. Sou do tempo que a gente aguardava ansiosamente, a semana
inteira, as noites de domingo para assistir a melhor revista
eletrônica da televisão. O Fantástico servia-nos até para
consolar da dura semana que se aproximava, a começar da brava
segundona. Era debatido nos recreios das escolas, nos cafezinhos dos
escritórios e até nos pontos de ônibus. Vira e mexe, viam-se
pessoas resenhando as mais chamativas matérias.
Fantástico
era sinônimo de futuro, de ciência, de cultura e até de
surrealidade. Honrava seu nome. Quantas matérias ele cobriu, como as
missões espaciais, as descobertas de medicamentos contra temíveis
doenças, as viagens culturais, os lançamentos dos grandes músicos
brasileiros, os espetáculos circenses e ilusionismo. Quem não se
lembra do Uri Gueller entortando talheres e consertando relógios à
distância com a força do pensamento? E das descobertas de animais
das regiões abissais dos oceanos, das expedições do Jacques
Cousteau ou das descobertas de novas tribos indígenas sem contato
com mundo?
Pautas
interessantes, não faltam. A Revista Info (clique aqui para ver) deste mês, por exemplo,
trouxe uma matéria super interessante de um cientista russo, Vladimir Mironov, que trabalha no Brasil e planeja fazer a bioimpressão. Ele quer
imprimir em 3D cabelo em carecas e criar órgãos em seres humanos a
partir de células vivas, por meio de computadores e robótica.
É
uma pena hoje ver um programa, que podia se honrar de ser uma síntese
comparável à Nat Geo ou Discovery, se perder por semanas a fio, nos
acompanhamentos de dietas de “celebridades” obesas, escolha da
Globeleza, "noticiar furos" do Big Brother, materinhas para promoção de artistas ou produções da
emissora, sobre artistas que completam 40 anos e por aí vai. Até os
quadros do Tadeu Schimdt que eram engraçados, tornaram-se enlatados
e massantemente repetitivos, bem à moda do Mustela
putorius furo, o furão.
É
incrível como decaiu, ao ponto do programa concorrente da Record, o
Domingo Espetacular, o ameaçar em audiência. Triste fim de uma grande editoria. Foi, foi fantástico.
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