(Geral)
Criança tem cada uma...
Na sexta-feira passada, tomei um
chuvão danado ao sair do carro, estacionado longe do Centro
Cultural. Procurei um bendito guarda-chuva e necas. Tive que me
contentar com uma velha jaqueta plástica de chuva, mas molhei a
metade do corpo em menos de 2 minutos de exposição às águas de
verão.
Foi quando, então, lembrei-me de um
pedido de natal não plenamente atendido. Eu era criança. Acho que estava no
antigo 2º ou 3º ano do primário. Na ocasião, alguns de meus
abastados colegas ostentavam moderníssimos guarda-chuvas ao final do período letivo.
Eram bacanas demais. Custavam algumas
centenas de cruzeiros, acredito eu. Tinham um botão dourado
quadrado, que quando era apertado, explodia a capa preta como mágica,
abrindo e superprotegendo a gente das piores tempestades. Ao mesmo
tempo, o cabo estendia, triplicando seu comprimento. Sua
portabilidade era impressionante. Dava para ser guardado num canto da
mala. Isso mesmo. Dentre os apetrechos dos uniformes escolares, usávamos malas (semelhantes aos dos caixeiros viajantes) e
não mochilas como hoje.
Está achando engraçado ou pensa que
falo desses guarda-chuvinhas chineses vendidos a 5 contos na Praça
Sete? Quê é isso, cara!?! Isso que você pensa que é, nada mais é do que uma cópia barata daquele modelo. O outro não, tinha matéria-prima de qualidade, costura e tecidos reforçados e acabamento primoroso. Não são esses que,
pluft!, ficam só as varetas abertas e os tecidos se rasgam. Falo de
um quase paraquedas, um potente escudo capaz de aguentar até furacões, lasers do Ultraman e raios que o partam!
E quem disse que algum colega também
topasse esconder aquelo bizarro aparato tecnológico? Não mesmo.
Aposto que eram exibidos como troféus, apoiados nos antebraços,
mesmo sob o sol escaldante e só para nos aguçar a inveja.
Foi então, que pedi ao meu pai, de
natal, um guarda-chuva desse.
- Como assim!? Você quer um
guarda-chuva de natal? - indagou meu incrédulo pai.
- Sim, pai. Mas não quero um desses
comuns! Tem que ser um igualzinho dos meus colegas de sala, que aperta um
botão e ele se abre automaticamente, todo preto, com cabo forrado de couro (sintético) e botão dourado.
- detalhei para garantir a precisão da compra.
Sem entender nada, depois ouvi meu pai
comentar com minha mãe no quarto deles, que não entendia o pedido
meu. Enquanto tantas crianças pediam autoramas, bicicletas,
relógios, eu queria justo um guarda-chuva. Minha complacente mãe defendeu logo que deveria então comprar, porque era desejo e pronto. Ainda bem.
E adivinhem, num é que o gordo, surdo, cego e sacana Papai Noel deixou um para mim, junto com um brinquedo da
moda, ao pé da árvore? Só que era um guarda-chuva horroroso, de cabo
cromado e que não encolhia. Nem abrir automaticamente, abria. Que frustração danada. Fui ao
espelho conferir e senti que ficava igual ao Coringa. Se ao menos
parecesse um Batman... Putz. Filho de uma égua...
Com a volta às aulas, comecei a
reparar outros colegas. A moda do guarda-chuva automático fora
trocada pelos novos brinquedos. Foi quando comecei a tirar o danado
do canto do armário e testá-lo. Mas cadê a chuva!? Como bom
cientista, é claro que amarrei uma mangueira no portão dos fundos e
abri o esguicho. Não é que funciona!?
Com a descoberta e ao me acostumar com
a geringonça, passei levá-lo sempre à aula. Sol a sol, lá vinha
eu. Veio o período da estiagem e necas de inaugurá-lo efetivamente. Que nem o caso do tal cemitério da cidade de Sucupira, que ninguém morria.
O chato era que meus colegas riam sorrateiramente. Ah se eu soubesse na época que era bulling! Até que, numa bela tarde de setembro,
após meses sem chuva, um toró me pegou de surpresa, bem no meio do
caminho de volta para casa. E é claro, o bendito, desta vez, não
estava comigo... Nem naquele dia, nem em outro, porque havia desistido, de vez, de possuir um. Com certeza, essa interação entre guarda-chuva e eu, nunca mais, poderia dar em algo que prestasse.
Putz.
Por: Fernando Martins
É mutreta atrás de mutreta. Até o mensaleiro (ou seria salafreiro?) do JOSÉ GENOÍNO se interessar em trabalhar no Hotel Saint Peter de Brasília, ninguém sabia das mutretas do paraíso fiscal envolvendo uma empresa de fachada chamada Truston. Não precisa ser esperto para entender que essa empresa está mais na lama que porco em dia de chuva em chiqueiro sem cobertura. E mais, vejam só: ela foi criada em 2008, para atuar em atividades no Brasil, com autorização para efetuar mutretas mundo afora. E ainda, se se recordam todos, foi em 2008 que começou a pegar fogo na história do mensalão. Então, dá prá imaginar que alguém já estava prevendo esta sina e providenciou muito bem uma mutreta ainda mais bem organizada para salvar a pele. É só verificar que a gerente, que ocupava o cargo que o Genoíno vai ocupar, ganhava miseros 1800 reais, enquanto o GENOINO, se o STF, deixa-lo trabalhar, vai ganhar VINTE MIL REAIS POR MÊS. São coincidências demais, ou não são?
ResponderExcluirRETIFICANDO: comentei sobre um político inescrupuloso, e citei o nome de outro pior ainda. O nome correto é JOSÉ DIRCEU.
ResponderExcluirMas não entedia ( na minha época) por quê os guarda chuvas tinham que ser só pretos,(acho que até hoje),e as sombrinhas de diversas cores.E um detalhe: meninos nunca usavam sombrinhas e, sem outra alternativa com um acanhamento danado.
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