TUDO EM CASA

(São Gonçalo do Rio Abaixo)

BOBO É QUEM CANTAR VITÓRIA ANTES DA HORA

Sinceramente, não sei o que é menos ruim.

Pelo andar da carruagem, não se pode e não se deve dar como certa uma sentença de cassação nas primeiras instâncias que rolam na comarca de Santa Bárbara, prevista para ser publicada nos próximos dias, pelo juiz eleitoral José Afonso Neto.

A enorme demora e os indeferimentos de perícias ou de diligências apontam para um desfecho estranho. Sem nos esquecer que, como bem sentenciou a ministra presidente da suprema corte eleitoral, Cármem Lúcia Antunes Rocha: JUSTIÇA QUE TARDA, FALHA. Já falhou e como tem falhado.

Não que queiramos deliberadamente desmerecer ou desprestigiar as sentenças do novato juiz, principalmente porque ambas as partes, a do prefeito eleito Antônio Carlos Bicalho (PDT) e do concorrente, Luzimar (Buzica) Fonseca (PSDB), já adiantaram que irão recorrer das primeiras sentenças. Daí, por uma questão hierárquica, o bicho pega mesmo é da segunda instância em diante. Bobo é quem cantar vitória antes da hora.

POR QUÊ A PRIMA?

Entretanto, na iminência de ocorrer uma transição de poder em São Gonçalo do Rio Abaixo, a partir da segunda instância e se os processos de cassação forem confirmados, pela ordem, assumirá a prefeitura a atual presidente da câmara, no caso em questão, Luciana Bicalho e que, naturalmente, é reconhecida como prima do prefeito Antônio Carlos Noronha Bicalho. Coincidência ou estratégia? - indagaria o cismado cabo eleitoral da esquina da Rosarinho?

Luciana Bicalho, ao que tudo indica, não foi eleita presidente ao acaso. O vereador Mário Neto (Dem) foi o mais votado, seguido por Lulu e Brenão. Sem falar que o grupo ainda contava com outros vereadores mais experientes, como o Paulinho Fonseca (PT). Ainda sim, Luciana foi a escolhida do grupo e ainda pediu para aprovarem a reeleição para que possa ficar mais 2 anos, caso a cassação não ocorra.

AOS NOBRES E CHEGADOS...

Também por “coincidência”, de lá para cá, são visíveis as ações políticas para privilegiarem os familiares, chegados, vizinhos de reduto e eleitores da clã dos Bicalho, nas imediações da Fazenda da Cascata adentro, divisa com João Monlevade. O asfaltamento para as Pacas (reduto eleitoral deles e onde situam várias outras propriedades centenárias do clã) seguiu firme e forte, não tendo ninguém que os os segurassem ou que não “deixassem eles trabalhar".

Não satisfeitos, numa eficiência espantosa e praticamente exclusiva para aquelas bandas, anunciaram mais pavimentações para as proximidades, nas comunidades de Carrapatos (região da presidente da câmara), Serrinha, Águas Criminosas e Moriz. E ainda não satisfeitos, a presidenta da câmara, Luciana Bicalho (PDT), conseguiu que a casa aprovasse o projeto que denominou a Estrada Municipal Carlos da Motta Moreira, que não tem Bicalho, mas por outra coincidência, é avô do primo prefeito (clique aqui). Isso mesmo, é essa tal estrada que é a principal via do reduto eleitoral deles. Mas isso deve ser intriga nossa, de oposição. Portanto, caros leitores, acho que podem ignorar esse inoportuno observador.

Agora, a voz corrente na cidade que é enorme a quantidade de contratados de Monlevade e do reduto deles para trabalharem na câmara e na prefeitura é outra maldade. Também, de anunciarem mais nos jornais de fora e não anunciar no único da cidade, foi só um equívoco bobo e que não vai repetir. Enfim, tudo isso acontecendo porque a população e os demais políticos (também, né?) ficam só dando milho aos pombos, parafraseando a canção de Zé Geraldo.

COMO FICARIA MESMO A TRANSMISSÃO DO CAJADO?

De volta à iminente transição, é grande a probabilidade do primo ser cassado a partir do TRE-MG e que Luciana Bicalho assuma a prefeitura por alguns meses, até que ocorra nova eleição extemporânea na cidade. Pelo menos é o que apontam as provas cabais e se não forem ignoradas mais uma vez. 
Fato este que pode ocorrer no final deste ano. E como a família é grande, eles ainda foram muito bem votados por lá, não seria demais imaginarmos que ela ainda seria a candidata do governo para sucessão... Ou será que não?

ROLA O QUE SOBRAR?

Só que, se essa outra hipótese se confirmar e ela for eleita pela força do poder econômico, que já mostraram ser bem eficientes neste campo, complica bem. 
Aí, meus caros, não terá jeito. Quem aqui quiser viver vai ter que se submeter mesmo aos caprichos do Principado destes Bicalho. Pelo que vimos nas contratações da câmara e perseguições, esqueçam quaisquer defesas políticas contrárias, contratos vantajosos para os demais súditos, justiça social, ou desenvolvimento para todos se não tiver laço ou algum lastro com eles. 
À plebe, o que sobrar. O jeito será comprar um saco de milho e ficar no adro da Rosarinho alimentando os columbiformes, ou mudar-se da cidade, ou puxar saco.

SALVE-SE QUEM PUDER

Por hora, eu fico com a terceira opção e vou logo adiantando, para ver se salvo minha cabeça: que tal se a realeza aproveitar os bons ventos e proporem uma lei para mudar o nome de São Gonçalo do Rio Abaixo para Cascatolândia? Ou, que tal Pacópolis!? Convenhamos, Bicalhoaçú fica bem esquisito. Como pode ver, tá osso... viu seu Juiz?