FIM DA SUJEIRA. ATÉ AQUI, TUDO BEM...
O prefeito João Izael entregou, para a câmara de vereadores, o projeto de Lei número 077/2010, que altera a lei 1972, de 1978, e que estabelece os critérios da concessão pública para propaganda visual na cidade.
Dentre as defesas, normatização das placas, conhecidas como outdoor, fachadas, placas luminosas e demais “engenhos de propaganda”, bem como prevê a restrição de uso de tapumes, muros e gradis para veiculação de publicidades, para não “sujar” a cidade com poluição visual. Até aí, muito correto e justo.
COMEÇA A SUJAR...
Só que o projeto de Lei 077/2010, do João Izael, começa a sujar a partir do ponto que defendem:
“É vedada a afixação ou distribuição de anúncios de publicidade nas seguintes hipóteses (Art. 125): “quando forem ofensivos à moral ou contiverem referências diretas a indivíduos, estabelecimentos, instituições ou crenças, que possam prejudicá-los.” (parágrafo II).
Muito estranho esse parágrafo. Para mim, uma tentativa clara de cerceamento da liberdade de expressão, ou seja, a volta da censura. A Constituição Federal defende a liberdade de expressão e já responsabiliza quem exceder. Então, para quê esse “adendo” ou reforço local? Será para evitar que instituições e pessoas se manifestem contrariamente ao poder local, tal como vinha fazendo o Sindicato dos Servidores Públicos (Sindsepmi), quando manifestava o descontentamento contra a política salarial do governo municipal?
A QUE PONTO CHEGAMOS...
E o pior ainda está por vir. No artigo 126, o senhor prefeito municipal, João Izael, propõe uma licitação para escolha de uma empresa para explorar o serviço na cidade, por um período de 10 anos, podendo ser renovada, por igual período, se houver interesse público.
Vamos ver se eu entendi bem. Se a Lei for aprovada e sancionada pelos vereadores, deverá ser mais ou menos assim:
Apenas uma empresa poderá explorar os serviços de locação de placas de outdoor e de quaisquer outros aparatos de publicidade que venham surgir, após vencer o processo licitatório, por longos 10 anos na cidade, em regime de exclusividade;
Os promotores de eventos, de agora em diante, não mais poderão colar cartazes nos muros, tapumes e gradis, para divulgarem seus eventos. Terão que, caso queiram divulgá-los, comprar o serviço da única empresa habilitada a prestar esses serviços na cidade. Tipo assim: “ou compra na mão do único habilitado, pelo preço que pedir e sujeito à aprovação de conteúdo (censura), ou não poderá fazer publicidade visual nas vias públicas”.
Para quem se interessar em manifestar qualquer opinião que seja “prejudicial” ao governo ou a algum protegido dele, fazendo uso do serviço de outdoor ou qualquer outro engenho de propaganda, não mais será permitido. Voltará a censura.
Daí, surgem várias perguntas:
A quem interessa, na cidade, que venhamos a ter uma única empresa habilitada a vender serviços de publicidade visual, em regime de monopólio?
Quais vantagens terão as empresas ou instituições interessadas em comprar esses serviços de um único fornecedor?
Qual é o posicionamento da CDL e da Acita, uma vez que são as empresas as principais anunciantes e que ficarão nas mãos de um único fornecedor?
No que resolve, do ponto de vista de impedimento da poluição visual na cidade, contarmos com um regime monopolizado de venda de serviços?
Qual o destino das demais empresas e de seus empregados, que operam no mesmo ramo e que serão impedidas de trabalhar, daí em diante?
Quais acordos foram costurados e o que levam de vantagens os políticos ocupantes temporários das cadeiras?
Qual será a empresa vencedora da licitação?
Muito estranha essa proposta. Estão tentando, diante de nossos olhos e sob o silêncio de todos, inclusive das entidades responsáveis pela defesa dos prejudicados, como Ministério Público, CDL e Acita, a institucionalização de uma sobrevida para quem mama nas tetas públicas há décadas, só que, desta vez, com alcance bem maior, quando as tetas passam a ser fornecidadas, também, por todos que precisam anunciar ou fazer propaganda.
Pelo menos, ninguém pode reclamar que não avisaram. Esse bote certeiro está bem dentro do conceito criado por eles: CONSOLIDANDO SUAS CONQUISTAS. As deles, é claro.
O Fernandim... Nas outras considerações, estou contigo. Estão arrumando jeito para mais gente mamar na teta da vaca da PMI. Agora, tem jeito do próximo Prefeito acabar com esta lei??????
ResponderExcluirabs,
AnÔnImOOOO
Bem, no meu entendimento, as mesmas pessoas que fazem as leis, mudam ou retiram elas.
ResponderExcluirAo próximo prefeito, caso entenda que a questão tem que ser reparada, basta encaminhar outro projeto de lei alterando a anterior para a Câmara Municipal. E é aí que mora o perigo. Se o interessado garantir maioria na Câmara, conseguirá manter a regalia.
A triste história da Câmara revela que a maioria não tem qualquer comprometimento com o povo e, sim, consigo mesmos. Por isso, se o projeto passar hoje - e deve passar porque já devem ter "ajeitado" tudo - será bem mais difícil alterar depois. Será mais ou menos o que ocorre com transporte coletivo em Itabira, há décadas.
O que me faz ficar menos incomodado e que me deixa com o sentimento de mãos lavadas são os seguintes pontos:
1) João Izael deixará este mau legado. Toda vez que um comerciante, ou empresário, ou instituição, ou promotor de eventos tiver que contratar publicidade, se lembrará dele e de seus parceiros beneficiados. Cada vez ficarão mais distantes do poder.
2) Os diretores da CDL e Acita sentirão nos bolsos, mesmo que tardiamente, o preço da omissão deles diante de tamanho descalabro e do apoio incondicional que têm dado à esse descontrolado grupo político. Com certeza, também, serão lembrados pela classe.
3) Muito provavelmente, esse grupo político jamais voltará ao poder, diante de tantos problemas que deixaram.
De nossa parte, podem ter certeza. O Memorial da Política Itabirana tem espaço para acolher todos eles.
É um absurdo, eu como publicitário fico estarrecido com este tipo de política tendenciosa. è um absurdo um monopólio apoiado por um órgão público que deveria primar pelo livre comércio, mas assim como a Cisne, ficaremos boquiabertos e reféns de um governo ridículo e mal intencionado.
ResponderExcluirMas eu estarei la na câmara gritando e protestando contra isso , acho que seria uma atitude importante à todos, mostrando que quem paga o salário dessa corja somos nós e que temos voz para ao menos mostrarmos nossa indignação.
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ResponderExcluirUfa!
ResponderExcluirAinda bem. O projeto de Lei foi adiado para 2011.
Aê, pessoal! Está na hora de articular e colocar abaixo mais esta proposta sem noção do prefeito João Izael.
Vamos lá, Acita e CDL! Mostrem quem vocês defendem!
Bom Fernando, eu concordo em numero, grau e genero que vc esta redigindo, por outro lado fico revoltado com uma oposicao desarticulada e amadora, assim nao vejo nenhum partidos de oposicao fazendo um controle de constitucionalidade. Pois é, vamos ver o que Jadir e Jose Francisco farao, estamos nas maos deles.
ResponderExcluirAcredito que a próxima lei será: SÓ PODERÃO SER CONSTRUÍDAS EDIFICAÇÕES PARA MORADIA, EMPREENDIMENTOS ADMINISTRADOS PELA EMPRESA LARANJAL LTDA..... RSRSRSRSRS
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