-Seria aquele mesmo rapaz, por quem eu tinha me apaixonado na época?
Quando entrei na sala de atendimento, imediatamente afastei esse pensamento do meu espírito. Aquele homem grisalho, quase calvo, gordo, profundamente enrugado, era demasiadamente velho e desgastado pra ter sido o meu amor secreto. Depois que ele examinou os meus dentes, perguntei-lhe se ele estudou no Colégio Sacré Coeur.
- Sim. Respondeu-me.
- 1965. Por que esta pergunta?
- É que... bem... você era da minha classe. Eu exclamei.
E então, aquele velho horrível, cretino, careca, barrigudo, flácido, filho de uma boa senhora, lazarento e esclerosado, me perguntou:
- A senhora era professora de quê?"
Pô Fernando! Matou a pau. O desenrolar da história me surpreendeu. Um texto simples porém nos provoca uma reflexão: No dia-a-dia, procedemos da mesma maneira com as pessoas. As vezes criticamos tudo e todos, e, esquecemos que cometemos os mesmos erros. É aquele velho ditado - Sentou no próprio rabo para falar do rabo dos outros.
ResponderExcluirO tempo é implacável! Ele não espera os preguiçosos, os inseguros, os tímidos - ele passa...
Por isso, diferentemente da personagem acima, devemos agarrar nossas paixões e vivê-las. Assim, ao envelhecermos vivendo ao lado de nossas conquistas, perceberemos que com o passar do tempo o que era paixão se tornará um amor bem vivido e forte o bastante para negar as aparências.