PT/PP: ROMPIMENTO À VISTA

Segundo informações de integrantes do PT nas redes sociais, pelo que deu a entender, não tarda o rompimento da união entre o PT e o PP. Ao que parece, a ruptura é certa e não passa deste mês.

 

No final de 2010, Alexandre (Banana) Martins da Costa e José Francisco da Silva entregaram a legenda de oposição para as mãos de alguns dos mentores do "grupão": Perón Colombo, Francisco Nunes (Chiquinho da A Nacional) e Neidson Dias de Freitas, do PP. Como possível moeda de troca, dois cargos na direção da Câmara Municipal, sob domínio do PP, por um ano apenas.

  

Como tentativa de defesa, lançaram um projeto meio lá, meio cá. Meio mais ou menos, meio de situação, meio de oposição. Os cabeças do PP alegavam querer corrigir as falhas do governo que eles criaram. O PT, timidamente, se posicionava como oposição. Tentaram trazer o Restaurante Popular, tentaram propor o projeto Agenda 2012, fizeram campanha eleitoral extemporânea e outras ações mais.

Desde então, o PT, cuja imagem já não era boa (desgastada pelos algozes que com eles se juntaram) caiu em completo descrédito. Para piorar, eis que se juntam com eles o PTN (do Sebastião Batata e Elaine Campos) e o PSDB do Roberto Chaves, outro meio ex e vice-prefeito.

 

Prever que o grupão iria se esfacelar, estava na cara. A composição que reelegeu o João Izael era heterogênea demais e focada nos apadrinhamentos e nos loteamentos de cargos. Tanto é que, deu no que deu. Não avançou, não cumpriu, não governou, não chegou a lugar algum.

  

 

QUEM QUER O JOÃO?

 

João Izael tinha se tornado um misto de Uruca (personagem dos Flintstones) e Tio Patinhas. Uruca porque se tornou um tipo de azarão, de político que ninguém quer andar com ele, como se a culpa do fracasso fosse total dele. E Tio Patinhas, porque detém a chave do cofre, ou da máquina pública. 

Entretanto, com tantos personagens aliados que se enriqueceram no grupo, o poder da máquina já nem é tão relevante mais. Daí, a pergunta... quem vai querer João Izael de padrinho, apoiador ou mesmo de amuleto da sorte?

 

COMO DEVE FICAR O PÁREO

  

É quase certo que teremos três chapas. 

Uma dos governistas "insatisfeitos", com o Ronaldo Magalhães (PTB) na cabeça. Por questões de afinidade e facilidade de diálogo, é bem provável que ele acolha boa parte dos aliados do João Izael, que tentarão vender o trunfo do tanto que o Ronaldo fez, quando foi prefeito. O peso deles é com relação aos fortíssimos indícios de desvios, quando alguns secretários enriqueceram espontâneamente. O PTN e o PP devem se unir ao Ronaldo, porque não acredito que insistirão no fracassado projeto Agenda 2012. Daí, acredito que eles devem tentar descolar a imagem do Ronaldo, do João, posicionando-os como um tipo de maiores abandonados. Enfim, aposto numa repaginação da campanha de 2004, alguma coisa como o fantasioso slogan "a melhor mudança é João", criado pelo Perón Colombo e companhia.

A segunda chapa, encabeçada pelo Damon de Sena (PV), tendo como vice o Reginaldo Calixto (PMDB), traz consigo mais outras 8 legendas. É disparado a favorita na opinião pública. Desta vez, para que esta chapa vingue, o discurso deverá se centrar nas propostas de gestão. Primeiro, porque discursos inflamados de corrupção, já não cativam mais eleitores, como antes. Tornou-se questão óbvia. Porém, a dúvida do eleitorado, que optou por não o eleger em 2008, pairava sobre sua capacidade de gestão, por ser médico. Com a chegada do Calixto, que é reconhecido como bom gestor, a chapa se equilibrou e deve adotar novo tom de diálogo, mais centrado em propostas de gestão. Segundo ponto, porque o cenário do fracasso do governo João aponta para a necessidade da cidade eleger, mais do que algum nome mais íntegro, que detenha um grupo com capacidade de administrar quase 1,5 bilhão de reais.

 

Então, caso confirme o rompimento do PT com o PP, ou o PT faz um caminho solo, como chapa pura e avulsa, mas com míseros créditos, ou o PT pode se unir ao PSDB, que, tal como o PT, sobrou neste golpe estratégico da turma do Perón. No cenário nacional, estes partidos são velhos adversários. No estadual, nem tanto, tal como no palco itabirano, que na gestão 1997-2000 caminharam juntos. Com a divisão da oposição e uma única chapa composta por "dissidentes" governistas, não duvidarei do próprio governo colocar dinheiro na campanha do PT, de forma velada, com intuito de dividir os votos da oposição, ao ponto deles tentarem se equilibrar, diante da força da locomotiva do Damon.

  

Enfim, como se pode perceber, os estrategistas do antigo grupão não dormem no ponto e podem acabar conseguindo o que querem, que é dividir a oposição. Só que,  isso só vinga, só se o eleitor e a mídia formadora de opinião não perceberem...