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domingo, 28 de fevereiro de 2010

O menino mimado

Este video faz uma satira do " menino mimado ", referendo ao Governador do Rio de Janeiro, fica caracterizado uma critica politica, de forma bem critativa, sem baixaria. Vale a pena prestigiar este modo de mídia alternativa via o youtube.

A cada dia a internet vem ocupando espaço em nosso cotidiano, e acredito bastante na midia virtual.

Avaliação do Poder Legislativo Municipal

O conceito do povo itabirano sobre o trabalho do poder legislativo local está em alta. Essa pode ser uma boa notícia para os parlamentares que desejam saber, afinal, o que pensam os eleitores de seu trabalho e como mantê-lo em crescimento ou o que fazer para atender os reclamos dos cidadãos, os quais representam dentro das regras da democracia representativa. De acordo com o Instituto DataMG, de novembro de 2006 a outubro de 2009, a avaliação positiva do povo cresceu 14%.

As duas pesquisas envolveram universo de 400 entrevistados em ambas as etapas com cidadãos acima de 16 anos. A margem de erro foi de 5% nos levantamentos feitos por iniciativa do próprio Instituto DataMG.

A soma da avaliação positiva (positiva regular), em 2006, era de 62%, e subiu para 76% em outubro deste ano. A negativa de 2006 (19%) caiu 5 pontos percentuais (14%) em outubro passado.
Avaliação da Câmara de Vereadores de Itabira
Pesquisas de 2006 e 2009
Número de entrevistados nas duas pesquisas:
400 entrevistados acima de 16 anos
Margem de erro: 5%
Município: Itabira/MG

Como você avalia o trabalho da Câmara Municipal de Itabira?

Avaliação da Câmara de Itabira
nov/06
out/09
Positiva
28%
40%
Regular
34%
36%
Negativa
19%
14%
Ns/Nr
19%
10%
Positiva: soma do ótimo e bom
Regular: Regular
Negativa: soma de ruim e péssimo

VAMOS COMPLETAR O TRABALHO, NÃO ESQUECENDO DE CONSOLIDAR AS CONQUISTAS...

O Deputado REGINALDO lOPES destinará R$ 15 milhões para Campus da Unifei em Itabira


Demonstrando preocupação com a educação de qualidade, o deputado federal Reginaldo Lopes se reuniu, na manhã do dia 26 de fevereiro de 2010, com o integrante do Diretório Municipal de Itabira, Bernardo Mucida e com Jânio Bragança. O motivo foi discutir a implantação de um campus avançado da Universidade Federal de Itajubá (Unifei) naquele município.

“O encontro foi mais um esforço nosso de garantir a inclusão, no Orçamento, de verba para a construção do campus avançado da Unifei em Itabira”, explicou Bernardo. Por outro lado, Reginaldo Lopes afirmou que trabalhará para garantir a destinação de R$ 15 milhões, de um total de R$ 50 milhões necessários para a conclusão da obra. Mucida ressaltou que esta nova rodada de negociação vem reforçar o empenho do PT itabirano na concretização desse sonho da população.

Lopes lembrou que as negociações se iniciaram no início de fevereiro deste ano, quando se encontrou com o prefeito de Itabira, João Izael Querino Coelho (PR), para tratar, justamente, da construção dos prédios da Universidade.
O campus já se encontra em obras. A instituição de ensino receberá mais 450 alunos este ano, totalizando 650 estudantes universitários em Itabira.


Jânio Bragança e Bernardo Mucida solicitaram apoio do deputado para a construção do campus avançado da Unifei em Itabira

TV Cultura - 15 Anos.

TEXTO PUBLICADO NO JORNAL O TREM

Ô tevezinha ruinzinha e obviazinha

Eu acuso: a TV Cultura itabirana é chapa-branca, outdoor do poder (como diz Robinson Damasceno), provinciana, ótima (pelo lado do humor), incompetente, porta-retrato do prefeito (como diz Marcos Caldeira), estéril como útero de mula (diria Fernando Jorge se morasse em Itabira), cacete, enchedora de linguiça (como diz Lúcio Sampaio) e... Previsível. Tão previsível que antevejo o que passará na tela de quem ligá-la neste 2010.
Quando os dias forem de calor intenso, a reportagem carro-chefe do principal programa da emissora, o telejornal diário Jornal da Cultura, será sobre... o calor intenso. O apresentador lerá esta manchete: "Calor intenso aumenta a venda de ventiladores e picolés em Itabira". Em seguida, exibirá cenas de repórter entrevistando moça chupando picolé, um vendedor da sorveteria Pinguim e um gerente de loja informando que a venda de ventiladores subiu tantos por cento.
No mês da Páscoa, porá no ar reportagem intitulada "Comércio local festeja aumento nas vendas de chocolate". Um repórter se postará no corredor de um supermercado, tendo ao fundo gôndolas empanturradas de ovos de páscoa, e entrevistará o gerente ou dono do estabelecimento, que informará ter aumentado tantos por cento a venda de chocolate. Em seguida, cortará para um padreco explicando "qual o sentido da Páscoa para a igreja". Se a emissora não conseguir padreco para falar, um locutor lerá texto colhido às pressas na internet, via Google. Mas sempre se consegue um padreco para aparecer, nem que seja da paróquia Pedra Furada.
Quando a mega-sena acumular, a TV Cultura veiculará reportagem que terá esta chamada: "Mega-sena acumulada lota agências lotéricas em Itabira". Um repórter entrevistará uma ou duas pessoas na fila e outra com caneta na mão, marcando jogo. Aos três indagará: "O que você faria se ganhasse essa bolada?" Após as respostas, o apresentador no estúdio informará quantos carros populares dá para comprar com o dinheiro do prêmio e quanto renderia por mês, se depositado em poupança bancária.
Em 12 de junho, a manchete da principal reportagem do dia será esta: "Dia dos Namorados faz aumentar as vendas nas floriculturas de Itabira". Um repórter entrevistará um casal de namorados e uma dona de floricultura. Aos pombinhos perguntará qual o significado da data; à comerciante indagará se as vendas aumentaram muito. É possível também que entreviste um dono de restaurante, de quem procurará saber qual a previsão de aumento no movimento do dia.
Nas sextas-feiras 13, a emissora entrevistará supersticiosos. A reportagem começará com uma repórter ao lado de uma escada. Ela fará gracejos tendo como mote um gato preto e lerá um texto garimpado açodadamente via Google: "Essa crendice de azar nas sextas-feiras 13 é muito popular entre os cristãos..." Quando não havia Google, os repórteres recorriam ao Guia dos Curiosos, do jornalista Marcelo Duarte. Hoje, matam o bicho é na internet mesmo. A TV Cultura não esquecerá de informar que Jesus Cristo foi crucificado numa sexta-feira e que na última ceia Dele havia 13 pessoas à mesa. A reportagem terminará com gracinha: repórter batendo três vezes na madeira ou dizendo "xô, mangalô".
Quando novembro vier, exatamente no dia 2, o apresentador do Jornal da Cultura soltará esta manchete: "Cemitérios de Itabira ficam lotados para o Dia de Finados". Reportagem mostrará cenas de pessoas colocando flores em túmulos e limpando-os. Também será enfocada a questão econômica. Um repórter informará que nas proximidades dos cemitérios muitos eram os vendedores de velas. Entrevistará uma dona de floricultura, que falará sobre o aumento na venda de flores. "Qual foi a mais procurada?", indagará o segurador de microfone. "Crisântemo e rosa, sem dúvida", informará ela, dizendo ainda que o copo-de-leite teve uma boa saída.
No início de dezembro, assim que aparecerem os primeiros enfeites natalinos em lojas, a TV Cultura fará reportagem que terá esta chamada no telejornal: "Comerciantes itabiranos preveem aumento nas vendas para o Natal". Seguirão entrevistas com lojistas – "Qual a expectativa de venda para o Natal?" – e cenas dos primeiros Papais Noéis das lojas. Elogios à prefeitura, por "embelezar a cidade com muita criatividade e bom gosto", jamais faltarão. Um padreco será convidado a explicar o "verdadeiro sentido do Natal".
Quando estudantes retornarem às atividades escolares, após as férias, a emissora itabirana entrevistará pais de alunos, que reclamarão do custo do material escolar. Um repórter informará a variação no preço do caderno de dez matérias e recomendará ao público que "o melhor mesmo é pesquisar bem antes de comprar". A reportagem terá esta chamada: "Donos de papelarias preveem aumento nas vendas de material escolar".
Imoral da história: mesmo sendo chapa-branquíssima; mesmo tendo de entrevistar o prefeito todo dia, sob pena de esculacho e, se bobear, demissão; mesmo sendo controlada pelo terceiro andar da prefeitura; mesmo com todas essas mazelas, é possível fazer um jornalismo melhor do que esse trabalho roscofe que a TV Cultura atira diariamente em telas itabiranas. Tudo, claro, pago pela população, povo que o governo João Izael trata da seguinte forma: besta pagadora de impostos.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

DataMG avalia Câmara de Barão de Cocais

Outra notícia "xepada" do Mixx, agora a pouco: O Instituto DataMG publicou pesquisa sobre a avaliação da Câmara Municipal de Barão de Cocais, realizada em dezembro.

Uai, sô... e não é do Adilson Simeão o instituto e não é o mesmo que trabalha para a Presidência da Câmara de Itabira? E por que não publicam a avaliação da nossa Câmara de Itabira? Quem sabe nossa enquete está errada? Está aí outra provocação, tal como fiz no ano passado, quando divulgaram avaliações das prefeituras da região e só depois da nossa provocação resolveram publicar os maus resultados de Itabira.

Cadê a pesquisa do Neidson, Adilson!?!
DOCUMENTOS PÚBLICOS

Os vereadores Guilherme Nasser, Sinval Jacinto e Zezinho Despachante têm se revezado nas reclamações quanto à dificuldade de se conseguir, na Prefeitura de João Monlevade, a liberação de cópia de documentos públicos. Certa vez, até a polícia foi chamada para lavrar ocorrência.
A Notícia também já passou por esta experiência, quando tentou obter cópia de documentos da licitação que culminou com a contratação da empresa C& M Assessoria e Informática Ltda, ao custo de quase R$400 mil, para montar o renegado projeto do novo Código Tributário e o questionado recadastramento imobiliário da cidade. A Assessoria de Comunicação informou que a Procuradoria Jurídica iria analisar se o jornal tinha o direito de ter acesso aos documentos e nunca mais se falou sobre o assunto.
De quem é a empresa? Como ela ganhou o processo licitatório? Quem concorreu com ela? Por que o prefeito encomendou um serviço e ela entregou outro muito diferente? São perguntas que continuam sem resposta porque as informações e documentos não são liberados. É o trato da coisa pública como se privada fosse.
Esta prática ilegal e absurdamente burra, não é exclusiva do atual governo e nem da Prefeitura de João Monlevade. São muitos os prefeitos que não sabem ou não querem saber que todos os documentos da prefeitura são públicos. E ficam brincando de pequenos ditadores, quando, na realidade, estão passando recibo de improbidade e grande suspeita de corrupção.
Prefeito sério e que não rouba não precisa temer a liberação de qualquer documento de seu governo. Pelo contrário, ele deve é incentivar a verificação por quem quer que seja, mesmo sendo vereadores de oposição ou qualquer órgão de imprensa.
Se o prefeito não é corrupto, se não está metendo no bolso o dinheiro público, se não está deixando roubar nem permitindo que quadrilhas se formem dentro da Prefeitura, qual o problema em liberar cópia de todos os documentos públicos solicitados?
Uma das possíveis causas é a síndrome da perseguição. São os governos que se acham eternamente perseguidos. São prefeitos e secretários que acreditam nos fantasmas que denominam de oposição sistemática e imprensa do mal. Tem prefeito que perde grande parte de seu dia reclamando da oposição ou da imprensa e acaba não tendo tempo de trabalhar tantas demandas para as quais a comunidade aguarda soluções.
Oposição tem em todo lugar e é necessária e salutar no processo democrático. Quanto à imprensa, cada um faz o trabalho da forma que achar melhor e as leis estão aí para enquadrar e punir os excessos. O resto é choro de carpideira ou de gente que procura desculpas para tentar justificar suas próprias dificuldades.
Prefeito inteligente não esconde o que faz, nem como faz. Joga limpo, transparente e dá publicidade a todos os seus atos. Sem medo de oposição e, muito menos, de imprensa. Se o governo é honesto, o máximo que pode ser encontrado são erros de procedimento e não de conduta. E que mal há nisso? Só não erra quem não trabalha. E erros existem para serem corrigidos.
O que não se entende é essa insistência tresloucada de guardar a sete chaves os documentos que deveriam comprovar a lisura do governo e cujo livre acesso é direito constitucional de todo cidadão. Atitudes assim geram desgastes desnecessários, colocam em dúvida a seriedade do governo e contribuem para alimentar as especulações de que a corrupção campeia no setor público.
O que a maioria dos prefeitos também não quer entender é que ninguém exige documentos pessoais deles ou informações de sua vida pessoal. As solicitações se referem à função pública e que, pela sua própria natureza, não podem ser negadas a quem quer que seja.
(Será que isso acontece também em Itabira?)

PSOL oficialmente em Itabira (sic!!)

Ontem 25/02, foi lançada oficialmente a mesa diretora do PSOL itabirano. Encabeçada por seu Presidente Jackson Nunes, a cerimonia foi marcada pelo vazio do salão do Sindicato dos Rodoviários. Não chegaram a 13 os presentes. Todos os Presidentes de partidos de Itabira foram convidados segundo o Presidente do PSOL e apenas os presidentes do PRTB e seu vice, bem como do PSDC compareceram. Ainda assim acho que os executivos do PRTB passavam em frente ao sindicato, perceberam a movimentação e entraram por um convite forçado "para prestigiarem" dos organizadores daquele evento. A mesa foi composta pelo presidente do PSOL Itabirano, Jackson, pelo Presidente Estadual João Batista e pelo Vice estadual, Tristeza. Estavam também à mesa os dois pré-candidatos a deputados pelo PSOL itabirano, Janio Martins e Professor Fernando, estadual e federal respectivamente. Em seu discurso, Jânio desafiou os outros pré-candidatos itabiranos quando disse ser ele o único com nome limpo tanto politicamente quando civilmente, esbravejando contra a corrupção etc e tal. O Professor Fernando disse que lutará pela reforma agrária e tal. Mais experientes e extremamente ponderados, o Vice e o Presidente do PSOL deram um show a parte, falaram do programa do PSOL, da sua criação e de proveitosas histórias de suas vidas pessoais. A palavra de Jackson, presidente do PSOL se resumiu em dizer que estava emocionado, que a corrupção em Itabira era uma vergonha e que o PSOL veio prá mudar e...... fim!! (??) O Presidente do PSDC, Dr. José Eustáquio, subiu à tribuna e demonstrou sua indignação à atual situação governamental de nossa município e foi feliz em suas palavras, conseguido umas palmas dos gatos pingados que ali estavam. Alguns detalhes me impressionaram tais como o abandono da mesa diretora do pré-candidato professor Fernando durante o discurso do presidente estadual João Batista, demonstrando imaturidade, falta de ética e respeito para com os convidados; a constante intromissão durante o discurso do presidente estadual de Jânio Martins (pré candidato) e Jackson (Presidente); o não comparecimento do vice-municipal à solenidade e um detalhe: Alegaram que o PSOL já contabilizava mais de 50 adesões, porém as cadeiras estavam preenchidas por exatas 11 pessoas entre as quais namorada, filha e sogra do Presidente Municipal, dois reporteres, presidentes e um vice do PRTB e PSDC e mais uns dois ou três que não me recordo, ou seja, cadê a militância informada em mais de 50?? Nem o Vice apareceu...! Porém, o que mais me deixou estarrecido, foi ao final da reunião, estavámos eu, o Presidente estadual, João Batista, o Vice estadual, Tristeza, o Presidente municipal Jackson e o pré canditado Jânio Martins. Conversavamos sobre a situação em Itabira que era vergonhosa e o que estava acontecendo tinha de acabar, foi quando Jânio no alto da sua sabedoria indagou:" Mas, o que está acontecendo em Itabira, não estou sabendo de nada" Boquiabertos dissemos a ele sobre as acusações de corrupção, maracutaias carnavalescas, avenidas que não aparecem e prédios que aparecem como mágica, shows superfaturados, desmatamento escabroso em prol de alguns que querem o Bem Viver, inchamento da máquina administrativa, puleiros de empregos espalhados por empresas terceirizadas, enriquecimentos ilícitos, Ministério Público omisso, perseguições, imprensa comprada e calada, Câmara Municipal subservientérrima, etc, etc, etc, etc e mais etc, etc, etc,. O pré-candidato a Deputado estadual ainda do alto da sua sabedoria declama:" Não sabia disso, não tenho conhecimento, não tenho tempo pois a faculdade à noite me toma muito tempo e não sei de nada, uai, tá assim? Num acredito." Cada um foi para o seu lado cabisbaixo e creio que o Presidente estadual foi para BH pensando:"PQP, onde fui amarrar o meu jegue!!!"

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Pedindo penico

Acabo de ler no sítio do Mixx (Valenet), a notícia de que o presidente da Câmara de Itabira, Neidson Freitas, esteve ontem em São Gonçalo do Rio Abaixo, para pedir apoio político ao Prefeito Nozinho, para garantirem a eleição de deputados da região (quais?).

Ora, ora... se considerarmos a população eleitoral de São Gonçalo, não haveria tanta razão da visita, uma vez que o município de São Gonçalo é um dos menores em termos de contingente eleitoral, com algo entre 7 mil eleitores. Tudo bem que em se tratando de política, quanto mais votos se garimpa, mais chances de se eleger. Mas, convenhamos, o que está atrás do intento do rapaz? Vamos analisar quem é quem e tecer algumas comparações.

Nozinho, ou Raimundo Nonato Barcelos, começou sua vida na roça, fazendo e vendendo tijolos. De motorista de ônibus, chegou a se tornar grande empresário, no ramo de avicultura. Foi eleito prefeito de São Gonçalo, em 2005, e está em segundo mandato consecutivo. Apesar de ter laços políticos com a nossa cidade, por ter negócios aqui e por pertencer ao PDT, um dos partidos que compõe o grupão, a gestão do Nozinho mais se parece com a linha adotada pelo ex-prefeito Li, só que conseguiu aliar conceitos técnicos avançados de administração pública, ao manter a máquina mais enxuta, com planejamento e apoio do INDG (Instituto de Desenvolvimento Gerencial) e, ainda, levou para auxiliar os melhores profissionais da região. Como resultado, tornou-se referência e liderança política regional. Inaugurou a revolucionária Escola de Tempo Integral (sem igual na região); construiu um belo Centro Cultural; abriu avenidas; asfaltou, praticamente com recursos próprios e em apenas 2 anos, quase que todo o trecho entre São Gonçalo e Itabira; entregou centenas de casas populares; inaugurou postos de saúde; levou cultura para as comunidades rurais com um projeto inovador de inclusão e melhorou bem os serviços públicos. Hoje, Nozinho consegue manter foco na manutenção do ritmo acelerado de seu governo e é presidente da Amepi, Associação dos Municípios do Médio Piracicaba. Como se pode ver, Nozinho é hoje um dos expoentes políticos regionais com maior capital político e em franca ascensão.

Por outro lado, quem é o Neidson? Pelo que me recordo (salvo se minha memória tiver falhado), Neidson iniciou sua carreira bem cedo, só que vendendo celulares e chips de forma "alternativa" (digamos assim), chegando a atravessar vendas e sem ter sido habilitado pelas operadoras oficiais ou manter negócio com portas abertas, garantias, geração de empregos e notas fiscais. Depois, para se promover politicamente, apoiava à esmo festas e baladas. Neidson, também, foi eleito em 2005 para vereador e, desde então, costura a fundo com o grupão, é do PP, partido da base, vinha mantendo cargos na prefeitura e contratadas, inclusive para sua mãe na Apae, segundo informações a mim chegadas no ano passado. Com as trocas de apoios, se elegeu presidente da Câmara de Itabira e almeja ser deputado federal para se cacifar, como um tipo de pupilo do poder. Pelo que se especula, planeja ser prefeito a serviço do grupão, no próximo pleito. Neidson não agiu e não cumpriu com seu real papel de legislador, até agora e em segundo mandato e oportunidade. Fez-se de cego e de surdo diante das denúncias e dos indícios de desvios na Prefeitura. Limitou-se a promoções de eventos e a outras bobagens. É esquivo e já falhou com compromissos sérios, inclusive com o apoio da Câmara com a Conferência Regional de Comunicação. Posso até estar pegando pesado com o novo moço, mas se o leitor der uma olhada na enquete abaixo, perceberá, claramente, a rejeição dele e da instituição que ele representa. Por tudo isso, ele e seus seguidores e padrinho$ estão em descontrolada decadência política (e não econômica, lamentavelmente).

Daí, imagino, a justificativa da visita. Nozinho, como manda a boa educação, o recebeu bem. Agora, se vai acompanhar... sei não. Se fosse eu, em defesa do suado capital político dele, correria léguas desses tipos de apoios e de quem mais os acompanharem.


quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

PSol em Itabira

O nosso leitor Jackson Nunes nos enviou um convite, extensivo a todos leitores do blog Filhos-do-Cauê. Com a palavra, o presidente do PSol de Itabira:

"Ola a todos da imprensa Itabirana segue em anexo convite para o lançamento oficial do Partido Socialismo e Liberdade - PSOL do Municipio de Itabira/MG.
Nessa Quinta-Feira dia 25 de Fevereiro de 2010.
Contamos com sua presença
Cordialmente,
JACKSON NUNES MARTINS
Presidente do Partido Socialismo e Liberdade - PSOL"

Filhos do Cauê

Interessante a temática levantada sobre o que pode ou deve ser publicado neste espaço. Partindo de uma interpretação literal, o discurso da pré-candidata à Presidência, Dilma Roussef, pouco acrescenta ao debate sobre as instituições públicas de Itabira. De fato, o texto é grande e chega a ser enfadonho. Como parte do que eu escrevo, não nos apresenta uma realidade imediata. Não parece fazer parte do nosso cotidiano, como se fosse um lugar distante.

Idéias como crescimento com distribuição de renda, redução das desigualdades regionais, equilíbrio macro-econômico e redução de vulnerabilidade externa não fazem parte do nosso dia-a-dia, e tampouco dizem respeito diretamente à dinâmica da cidade. Mas, mesmo distante, atingem nossa vida. Mesmo quem não foi à Brasília sabe que as coisas que acontecem lá pode nos afetar aqui.

Neste sentido, o discurso da Ministra Dilma aponta um caminho. Um caminho que pode guiar o destino do país durante anos futuros. Pode se tornar um texto histórico. Aliás, em minha modesta opinião, já é. Isso porque a história política brasileira vai registrar que na eleição presidencial de 2010 o Partido dos Trabalhadores lança uma mulher à sucessão do Presidente Lula, com chances reais de vitória. Ainda que não saia vitoriosa, a campanha presidencial de Dilma irá influenciar boa parte da agenda do nosso país, ou seja, quais os temas são prioritariamente debatidos, e sob qual linha argumentativa. As pessoas deverão discutir nas ruas as idéias apresentadas na campanha presidencial. Vamos discutir o caminho do Brasil, e as campanhas presidenciais de Dilma, Serra, Ciro e Marina serão uma espécie de guia.

Ainda assim, a polêmica é válida: quais são os limites do nosso blog? A brilhante intervenção de Célio Lima nos demonstra que cada vez mais as fronteiras são pensamentos. De toda forma, é preciso reconhecer: a imprensa nacional nos oferece suficiente cobertura dos fatos nacionais. Privilegiar nossa cidade neste precioso espaço torna-se fundamental. Nesse sentido, agradeço a crítica e concordo plenamente com a construtiva participação do ilustre amigo Márcio Passos.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

FILHOS DE QUEM?

No ano passado, quando Fernando Martins ligou me convidando para também escrever aqui, deixou bem claro que Filhos do Cauê seria o blog de quem defende Itabira a ferro e fogo.
Ou, então, eu entendi tudo errado.
É que não compreendi o que que Itabira tem a ver com o longo discurso da pré-candidata Dilma Rousseff, postado hoje aqui.
Eu até já o tinha lido na chamada grande imprensa. Mesmo assim li de novo para ver se achava alguma coisa a ver com Itabira ou região. Não achei e não entendi.
Só falta agora publicar discursos de Serra, Ciro, Marina e aquele procunciamento de nove horas do comandante Fidel Castro.
Meu querido e brilhante pré-candidato a deputado federal Bernardo Mucida, seus textos estão entre os melhores já postados aqui, mas coopere aí senão o Filhos do Cauê vai mudar de nome.
FILHOS DE QUEM?


Quando Fernando Martins me convidou para escrever com o Filhos do Cauê ele explicou que

Viva o povo brasileiro

Discurso de Dilma Roussef no Quarto Congresso do Partido dos Trabalhadores, após ser indicada pré-candidata à Presidência da República pelo partido.



"Queridas companheiras,
Queridos companheiros



Para quem teve a vida sempre marcada pelo sonho e pela esperança de mudar o Brasil, este é para mim um dia extraordinário.

Meu partido -- o Partido dos Trabalhadores -- me confere a honrosa tarefa de dar continuidade à magnífica obra de um grande brasileiro.

A obra de um líder -- meu líder -- de quem muito eu tenho orgulho: o presidente Lula, o Lula.

Jamais pensei que a vida me reservasse tamanho desafio. Mas me sinto absolutamente preparada para enfrentá-lo - com humildade, com serenidade e com confiança.

Neste momento, ouço a voz da minha Minas Gerais, terra de minha infância e de minha juventude. Dessa Minas que me deu o sentimento de que vale a pena lutar, sim, pela liberdade e contra a injustiça. Ouço os versos de Drummond:

"Teus ombros suportam o mundo/
E ele não pesa mais do que a mão de uma criança"

Até hoje eu sinto o peso suave da mão de minha filha, quando nasceu.

Que força naquele momento ela me deu. Quanta vida ela me transmitiu. Quanta fé na humanidade me passou. Eram, naquela época, tempos difíceis.

Ferida no corpo e na alma, fui acolhida e adotada pelos gaúchos --- pelos gaúchos generosos, solidários, insubmissos, como são os gaúchos.

Naqueles anos de chumbo, onde a tirania parecia eterna, encontrei nos versos de outro poeta -- Mário Quintana -- a força necessária para seguir em frente. Mário Quintana disse:

"Todos estes que aí estão/
Atravancando o meu caminho,/
Eles passarão.
Eu passarinho."

Eles passaram e nós hoje voamos livremente.

Voamos porque nascemos para ser livres.

Sem ódio, sem revanchismo e com serena convicção afirmo que nunca mais viveremos numa gaiola, numa jaula ou numa prisão.

Hoje estamos construindo um novo país na democracia. Um país que se reencontrou consigo mesmo. Onde todos, todos, mas todos mesmo, expressam livremente suas opiniões e suas idéias.

Mas um país que não tolera mais a injustiça social. Que descobriu que só será grande e forte se for de todos.

Vejo nesta manhã -- já quase tarde -- nos jovens que nos acompanham e nos mais velhos que aqui estão -- um extraordinário encontro de gerações. De gerações que, como a minha, levaram nosso compromisso do país e com o país às últimas consequências.

Amadureci. Amadurecemos nós todos.

Amadureci na vida. No estudo. No trabalho duro. Nas responsabilidades de governo no Rio Grande do Sul e, sobretudo, aqui no governo do Brasil.

Mas esse amadurecimento não se confunde com perda de convicções.

Não perdemos a indignação frente à desigualdade social, à privação de liberdade, às tentativas de submeter nosso país.

Não sucumbimos aos modismos ideológicos. Persistimos em nossas convicções, buscando, a partir delas, construir alternativas concretas e realistas.

Continuamos movidos a sonhos. Acreditando na força do povo brasileiro, em sua capacidade de construir um mundo melhor.

A história recente mostrou que estávamos certos.

Tivemos um grande mestre -- o Presidente Lula nos ensinou o caminho.

Em um país, com a complexidade e as desigualdades do Brasil, ele foi capaz de nos conduzir pelo caminho de profundas transformações sociais em um clima de paz, de respeito e fortalecimento da democracia.

Não admitimos, portanto, que alguém queira nos dar lições de liberdade. Menos ainda aqueles que não tiveram e não têm compromisso com ela.

Companheiras, Companheiros

Recebo com humildade a missão que vocês estão me conferindo. Com humildade, mas com coragem e determinação. Coragem e determinação que vêm do apoio que recebo de meu partido e de seu primeiro militante mais ilustre -- o Presidente Lula.

Do apoio que espero ter dos partidos aliados que, com lealdade e competência, também são responsáveis pelos êxitos do nosso Governo. Com eles quero continuar nossa caminhada. Participo de um governo de coalizão. Quero formar um Governo de coalizão.

Estou consciente da extraordinária força que conduziu Lula à Presidência e que deu a nosso Governo o maior respaldo da história de nosso país --a força do povo brasileiro. Esta é a força que nos conduziu até aqui e que nos mantém.

A missão que me confiam não é só de um partido ou de um grupo de partidos.

Recebo-a como um mandato dos trabalhadores e de seus sindicatos.

Dos movimentos sociais.

Dos que labutam em nossos campos.

Dos profissionais liberais.

Dos intelectuais.

Dos servidores públicos.

Dos empresários comprometidos com o desenvolvimento econômico e social do país.

Dos negros. Dos índios. Dos jovens.

De todos aqueles que sofrem ainda distintas formas de discriminação.

Enfim, das mulheres.


Para muitos, elas são "metade do céu". Mas queremos mesmo é metade da terra também. Com igualdade de direitos, salários e oportunidades.

E como disse o presidente Lula, não há limite para nós mulheres. É esse, inclusive, um dos preceitos da primeira vez nós termos uma candidata mulher.

Quero com vocês -- mulheres do meu país -- abrir novos espaços na vida nacional.

É com este Brasil que quero caminhar. É com ele que vamos discutir e seguir, avançando com segurança, mas com a rapidez que nossa realidade social exige sistematicamente de nós.

Nessa caminhada encontraremos milhões de brasileiros que passaram a ter comida em suas mesas e hoje fazem três refeições por dia.

Milhões que mostrarão suas carteiras de trabalho, pois têm agora emprego e melhor renda.

Milhões de homens e mulheres com seus arados e tratores cultivando a terra que lhes pertence e de onde nunca mais serão expulsos.

Milhões que nos mostrarão suas casas dignas e os refrigeradores, fogões, televisores ou computadores que puderam comprar.

Outros milhões acenderão as luzes de suas modestas casas, onde reinava a escuridão ou predominavam os candeeiros. E estes milhões de pontos luminosos pelo Brasil afora serão como uma trilha incandescente que mostra um novo caminho.

Nessa caminhada, veremos milhões de jovens mostrando seus diplomas de universidades ou de escolas técnicas com a convicção de quem abriu uma porta para o futuro, para o seu futuro.

Milhões -- mas muitos milhões mesmo -- expressarão seu orgulho de viver em um país livre, justo e, sobretudo, respeitado em todo o mundo.

Muitos me perguntam por que o Brasil avançou tanto nos últimos anos. Digo que foi porque soubemos construir novos caminhos, e ter a vontade política de um grande líder, como o presidente Lula com a sua vontade de fazer trilhar, derrubando velhos dogmas que funcionavam como barreiras nos caminhos do Brasil.

O primeiro caminho é o do crescimento com distribuição de renda -- o verdadeiro desenvolvimento. Provamos que distribuindo renda é que se cresce. E se cresce de forma mais rápida e sustentável.

Essa distribuição de renda permitiu construir um grande mercado de bens de consumo de massa, de consumo popular. Ele nos protegeu dos efeitos da crise mundial. O nosso consumo, o consumo do povo brasileiro sustentou o país diante do medo que se abateu sobre o sistema financeiro internacional e privado nacional.

Criamos 12 milhões de empregos formais. A renda dos trabalhadores aumentou. O salário mínimo real cresceu como nunca. Expandimos o crédito para o conjunto da sociedade. Estamos construindo um Brasil para todos. Não o Brasil para uma minoria, como fizemos sistematicamente desde os tempos da escravidão.

O segundo caminho foi o do equilíbrio macro-econômico e da redução da vulnerabilidade externa.

Eliminamos as ameaças de volta da inflação. Reduzimos a dívida em relação ao Produto Interno Bruto.

Aumentamos nossas reservas de 38 bilhões de dólares para mais de 241 bilhões. Multiplicamos por três nosso comércio exterior, praticando uma política externa soberana, que buscou diversificar mercados.

Deixamos de ser devedores internacionais e passamos à condição de credores. Hoje não pedimos dinheiro emprestado ao FMI. É o Fundo que pede dinheiro a nós.

Grande ironia é essa: os mesmos 14 bilhões de dólares que foram sacados do empréstimo, que antes o FMI nos emprestava, agora somos nós que emprestamos ao FMI.

E isso faz a diferença no que se refere à nossa postura soberana.

O terceiro caminho foi o da redução das desigualdades regionais. Invertemos nos últimos anos o que parecia uma maldição insuperável. Quando o país crescia, concentrava riqueza nos estados e regiões mais prósperos. Quando estagnava, eram os estados e regiões mais pobres que pagavam a conta.

Governantes e setores das elites viam o Norte e o Nordeste como regiões irremediavelmente condenadas ao atraso.

A vastos setores da população não restavam outras alternativas que a de afundar na miséria ou migrar para o sul em busca de oportunidades. É o que explica o inchaço das nossas grandes cidades e das médias também.

Essa situação está mudando por decisão do governo do presidente Lula que focou nessas questões, num grande conjunto de sua política de desenvolvimento.

O Governo Federal começou um processo consistente de combate às desigualdades regionais. Passou a ter confiança na capacidade do povo das regiões mais pobres. O Norte e o Nordeste receberam investimentos públicos e privados. O crescimento dessas duas regiões passou a ser sensivelmente superior ao do Brasil como um todo no período da crise.

Nós vamos aprofundar esse caminho e esse compromisso de acabar com esse desequilíbrio. O Brasil não mais será visto como um trem em que uma única locomotiva puxa todos vagões, como nos tempos da "Maria Fumaça". O Brasil de hoje é como alguns dos modernos trens de alta velocidade, onde vários vagões são como locomotivas e contribuem para que o comboio avance, se desenvolva e cresça. Nós queremos 27 locomotivas puxando o trem do Brasil.

O quarto caminho que trilhamos e continuaremos a trilhar é o da reorganização do Estado.

Alguns ideólogos chegavam a dizer que quase tudo seria resolvido pelo mercado. O resultado foi desastroso para muitos países.

Aqui, no Brasil, o desastre só não foi maior -- como em outros países -- porque os brasileiros resistiram a esse desmonte e conseguiram impedir a privatização parcial e integral da Petrobrás, do Banco do Brasil, da Caixa Econômica ou de FURNAS.

Alguns falam todos os dias de "inchaço da máquina estatal". Omitem, no entanto, que estamos contratando basicamente médicos e profissionais de saúde, professores e pessoal na área da educação, diplomatas, policiais federais e servidores para as áreas de segurança, controle e fiscalização.

Escondem, também, que a recomposição do corpo de servidores do Estado está se fazendo por meio de concursos públicos.

Vamos continuar valorizando o servidor e o serviço público. Reconstituindo o Estado. Recompondo sua capacidade de planejar, gerir e induzir o desenvolvimento do país.

É muito bom lembrar que diante da crise, quando o crédito secou, não sacrificamos os investimentos públicos e privados. Ao contrário, utilizamos nossos bancos para impulsionar o desenvolvimento e a garantia de emprego no País. Por isso, quando em muitos países, o emprego caia, em 2009, aqui, nós conseguimos criar quase um milhão de empregos.

Na verdade, quando a crise mundial apenas começava, Lula disse em seu discurso na ONU em 2008:

É chegada a hora da política!

Nada mais apropriado do que essa frase. A maior prova nós demos ao mundo: o Brasil só pôde enfrentar com sucesso a crise porque tivemos políticas públicas adequadas. Soubemos articular corretamente Estado e mercado, porque colocamos o interesse público no centro de nossas preocupações.

O quinto caminho foi o de nossa presença soberana no mundo.

O Brasil não mais se curva diante dos poderosos. Sem bravatas e sem submissão, o país hoje defende seus interesses e, como diz minha mãe, se dá ao respeito. É solidário com as nações pobres e em desenvolvimento. Tem uma especial relação com a América do Sul, com a América Latina e com a África. Estreita os laços Sul-Sul, sem abandonar suas relações com os países desenvolvidos. Busca mudar instituições multilaterais obsoletas, que impedem a democratização econômica e política do mundo.

Essa presença global, e o corajoso enfrentamento de nossos problemas domésticos em um marco democrático, explicam o respeito internacional que hoje gozamos.

O sexto caminho para onde convergem todos os demais foi o do aperfeiçoamento democrático.

No passado, tivemos momentos de grande crescimento econômico. Mas faltou democracia. E nós sabemos como faltou!

Em outros momentos tivemos democracia política, mas faltou democracia econômica e social. E sabemos muito bem que quando falta democracia econômica e social, é a democracia como um todo que começa a ficar ameaçada. O país fica à mercê das soluções de força ou de aventureiros.

Hoje nós estamos crescendo e distribuindo renda, com equilíbrio macro-econômico, com expansão da democracia, com forte participação social na definição das políticas públicas e com respeito aos Direitos Humanos.

Quem duvidar do vigor da nossa democracia que leia, que escute ou que veja o que dizem os jornais livremente, o que dizem nos jornais livremente as vozes oposicionistas. Mas isso não nos perturba. Preferimos as vozes dessas oposições -- ainda quando mentirosas, injustas e caluniosas -- ao silêncio das ditaduras.

Como disse o Presidente Lula, a democracia não é a consolidação do silêncio, mas a manifestação de múltiplas vozes defendendo seus direitos e interesses. Nela, vai desaparecendo o espaço para que velhos coronéis e os velhos senhores tutelem o povo. Este passa a pensar com sua cabeça e a se constituir uma nova e verdadeira opinião pública.

As instituições funcionam no país. Os poderes são independentes. A Federação é respeitada. Diferentemente de outros períodos de nossa história, o Presidente relacionou-se de forma republicana com governadores e prefeitos, não fazendo qualquer tipo de discriminação em função de suas filiações partidárias.

Não praticamos nenhum casuísmo. Basta ver a reação firme e categórica do Presidente Lula ao frustrar as tentativas de mudar a Constituição para que pudesse disputar um terceiro mandato. Não mudamos -- como se fez no passado -- as regras do jogo no meio da partida.

Como todos podem ver, temos um extraordinário alicerce e uma herança bendita sobre a qual construir o terceiro Governo Democrático e Popular. Temos rumo, experiência e impulso para seguir o caminho iniciado por Lula. Não haverá retrocesso, nem aventuras. Mas podemos avançar muito mais. E muito mais rapidamente.

Queridas companheiras, queridos companheiros.

Não é meu propósito apresentar aqui um Programa de Governo.

Este Congresso aprovou as Diretrizes para um programa que será submetido ao debate com os partidos aliados e com a sociedade.

Hoje quero assumir alguns compromissos como pré-candidata, para estimular nossa reflexão e indicar como pretendemos continuar este processo iniciado há sete anos.

Vamos manter e aprofundar aquilo que é marca do Governo Lula -- seu olhar social, seu compromisso social. Queremos um Brasil para todos. Nos aspectos econômicos e em suas projeções sociais, mas também um Brasil sem discriminações, sem constrangimentos. Ampliaremos e aperfeiçoaremos os programas sociais do Governo Lula, como o Bolsa Família, e implantaremos novos programas com o propósito de erradicar a miséria na década que se inicia.

Vamos dar prioridade à qualidade da educação, essencial para construir o grande país que almejamos, fundado no conhecimento e na justiça social. Mas a educação será, sobretudo, um meio de emancipação política e cultural do nosso povo. Uma forma de pleno acesso à cidadania. Daremos seguimento à transformação educacional em curso -- da creche ao pós-graduação.

Os jovens serão os primeiros beneficiários da era de prosperidade que começamos a construir no primeiro governo do presidente Lula, que continuamos no segundo e que continuaremos. Nosso objetivo estratégico é oferecer a eles a oportunidade de começar a vida com segurança, liberdade, trabalho e realização pessoal.

No Brasil temos hoje 50 milhões de jovens, entre os 15 e os 29 anos de idade. Mais de um quarto da nossa população. É para eles que estamos construindo um Brasil melhor. Eles têm direito a um futuro melhor.

O Brasil precisa muito da juventude. De profissionais qualificados. De mulheres e homens bem formados.

Isto se faz com escolas que propiciem boa formação teórica e técnica, com professores contratados, concursados, bem treinados e bem remunerados. Isso não é inchaço da máquina, é imprescindível para todos. Com bolsas de estudo e apoio para que os alunos não sejam obrigados a abandonar a escola. Com banda larga gratuita para todos, computadores para os professores, salas de aula informatizadas para os estudantes. Com acesso a estágios, cursos de especialização e ajuda para entrar no mercado de trabalho.

Serão esses jovens bem formados e preparados que vão nos conduzir à sociedade do conhecimento nas próximas décadas.

Protegeremos as crianças e os mais jovens da violência, do assédio das drogas, da imposição do trabalho em detrimento da formação escolar e acadêmica.

As crianças e os mais jovens devem ser, sim, protegidos pelo Estado, desde a infância, para que possam se realizar, em sua plenitude, como brasileiros.

Companheiros e companheiras,

Um País se mede pelo grau de proteção que dá a suas crianças. São elas a essência do nosso futuro. E é na infância que a desigualdade social cobra seu preço mais alto. Crianças desassistidas do nascimento aos cinco anos serão jovens e adultos prejudicados nas suas aptidões e oportunidades. Cuidar delas adequadamente é combater a desigualdade social na raiz.

Vamos ampliar e disseminar por todo o Brasil a rede de creches, pré-escolas e escolas infantis. Um tipo de creche onde a criança tem acesso à socialização pedagógica, aos bens culturais e aos cuidados de nutrição e saúde indispensáveis ao seu pleno desenvolvimento. E o governo federal vem fazendo isso. E é isso é o que está previsto no PAC 2.

Vamos resolver os problemas da saúde, pois temos um incomparável modelo institucional -- o SUS. Com mais recursos e melhor gestão vamos aprimorar a eficácia do sistema. Vamos reforçar as redes de atenção à saúde e unificar as ações entre os níveis de governo. Darei importância às Unidades de Pronto Atendimento, as UPAs --pretendemos chegar até 2010, até o fim do governo do presidente Lula, a 500 UPAs. Daremos prioridade também ao SAMU, aos hospitais públicos e conveniados, aos programas Saúde da Família, Brasil Sorridente, que o presidente Lula tanto se empenha para implantar, e Farmácia Popular.

Vamos cuidar das cidades brasileiras. Colocar todo o empenho do Governo Federal, junto com estados e municípios, para promover uma profunda reforma urbana, que beneficie prioritariamente as camadas mais desprotegidas.

Vamos melhorar a habitação e vamos perseguir a universalização do saneamento. Implantar transporte seguro, barato e eficiente. Tudo isso está previsto no chamado PAC 2.

Vamos reforçar, também, os programas de segurança pública.

A conclusão do PAC 1 e a implementação do PAC 2, junto com a continuidade do programa Minha Casa, Minha Vida serão decisivos para realizar esse compromisso. Serão decisivos para melhorar as condições de vida dos brasileiros. Naquilo que é talvez uma das maiores chagas da história do Brasil, que é o fato de uma parte da população ter sido obrigada a morar em favelas, em áreas de riscos, como beiras de córregos e, quando caem as grandes chuvas, são eles os mais afetados e os que mais sofrem conseqüências dramáticas, incluindo a morte.

Vamos fortalecer a proteção de nosso meio ambiente. Continuaremos reduzindo o desmatamento e impulsionando a matriz energética mais limpa do mundo. Vamos manter a vanguarda na produção de biocombustíveis e desenvolver nosso potencial hidrelétrico. Desenvolver sem agredir o meio ambiente, com usinas a fio d'água e utilizando o modelo de usinas-plataforma. Aprofundaremos nosso zoneamento agro-ecológico. Nossas iniciativas explicam a liderança que alcançamos na Conferência sobre a Mudança do Clima, em Copenhague. As metas voluntárias de Copenhague, assumidas pelo Brasil, serão cumpridas, haja ou não acordo internacional. Este é o nosso compromisso haja, ou não, acordo internacional. Esse é o compromisso do presidente Lula e o meu compromisso.

Vamos aprofundar os avanços já alcançados em nossa política industrial e agrícola, com ênfase na inovação, no aperfeiçoamento dos mecanismos de crédito, aumentando nossa produtividade.

Agregar valor a nossas riquezas naturais é fundamental numa política de geração de empregos no País. Tudo que puder ser produzido no Brasil deve ser -- e será -- produzido no Brasil. Sondas, plataformas, navios e equipamentos aqui produzidos, para a exploração soberana do Pré-sal. Essa decisão vai gerar emprego e renda para os brasileiros. Emprego e renda que virão também da produção em indústrias brasileiras de fertilizantes, combustíveis e petroquímicos derivados do óleo bruto. Assim, com este modelo soberano e nacional, a exploração do Pré-sal dará diversidade e sofisticação à nossa indústria.

Os recursos do Pré-sal, aplicados no Fundo Social, sustentarão um grande avanço em nossa educação e na pesquisa científica e tecnológica. Recursos que também serão destinados para o combate à pobreza, para a defesa do meio ambiente e para a nossa cultura.

Vamos continuar mostrando ao mundo que é possível compatibilizar o desenvolvimento da agricultura familiar e do agronegócio. Assegurar crédito, assistência técnica e mercado aos pequenos produtores e, ao mesmo tempo, apoiar os grandes produtores, que contribuem decisivamente para o superávit comercial brasileiro.

Todas as nossas ações de governo têm, sem sombra de dúvida, uma premissa: a preservação da estabilidade macro-econômica.

Vamos manter o equilíbrio fiscal, o controle da inflação e a política de câmbio flutuante.

Vamos seguir dando transparência aos gastos públicos e aperfeiçoando seus mecanismos de controle.

Vamos combater a corrupção, utilizando todos os mecanismos institucionais, como fizemos até agora.

Vamos concretizar, junto com o Congresso, as reformas institucionais que não puderam ser completadas ou foram apenas parcialmente implantadas, como a reforma política e a tributária.

Uma coisa é estratégica. Vamos aprofundar nossa postura soberana no complexo mundo de hoje. É como diz o presidente Lula: "Quem não se respeita, não pode ser respeitado". Seremos intransigentes na defesa da paz mundial e de uma ordem econômica e política mais justa.

Enfim, vamos governar para todos. Com diálogo, tolerância e combatendo as desigualdades sociais e regionais.

Companheiras e companheiros,

Faremos na nossa campanha um debate de idéias, com civilidade e respeito à inteligência política dos brasileiros e das brasileiras. Um debate voltado para o futuro.

Nós somos aqueles que temos o que apresentar.

Recebo essa missão especialmente como um mandato das mulheres brasileiras, como mais uma etapa no avanço de nossa participação política e como mais uma vitória contra a discriminação secular que nos foi imposta. Gostaria de repetir: quero com vocês, mulheres do meu País, abrir novos espaços na vida nacional.

Queridas amigas e amigos

No limiar de uma nova etapa de minha vida, quando sou chamada a tamanha responsabilidade, penso em todos aqueles que fizeram e fazem parte de minha trajetória pessoal.

Em meus queridos pais.

Em minha filha, meu genro e em meu futuro neto ou neta.

Nos tantos amigos que fiz.

Nos companheiros com quem dividi minha vida.

Mas não posso deixar de ter uma lembrança especial para aqueles que não mais estão conosco. Para aqueles que caíram pelos nossos ideais. Eles fazem parte de minha história.

Mais que isso: eles são parte da história do Brasil.

Quero recordar três companheiros que se foram na flor da idade.

Carlos Alberto Soares de Freitas.

Beto, você ia adorar estar aqui conosco.

Maria Auxiliadora Lara Barcelos

Dodora, você está aqui no meu coração. Mas também aqui com cada um de nós.

Iara Yavelberg.

Iara, que falta fazem guerreiras como você.

O exemplo deles me dá força para assumir esse imenso compromisso.

A mesma força que vem de meus companheiros de partido, sobretudo daquele que é nosso primeiro companheiro -- o presidente Lula.

Este ato de proclamação de minha candidatura tem uma significação que transcende seu aspecto eleitoral.

Estamos hoje concluindo o Quarto Congresso do Partido dos Trabalhadores.

Mais do que isso: estamos celebrando os Trinta Anos do PT.

Trinta anos desta nova estrela que veio ocupar lugar fundamental no céu da política brasileira.

Em um período histórico relativamente curto mudamos a cara de nosso sofrido e querido Brasil.

O PT cumpriu essa tarefa porque não se afastou de seus compromissos originais. Soube evoluir. Mudou, quando foi preciso.

Mas não mudou de lado.

Até chegar à Presidência do país, o PT dirigiu cidades e estados, gerando práticas inovadoras políticas, econômicas e sociais que o mundo observa, admira e muitas vezes reproduz. Fizemos isso, preservando e fortalecendo a democracia.

Mas, a principal inovação que o PT trouxe para a política brasileira foi colocar o povo -- seus interesses, aspirações e esperanças -- no centro de suas ações.

Olhando para este magnífico plenário o que vejo é a cara negra, branca, índia e mestiça do povo brasileiro.

Esta é a cara do meu partido.
O rosto daqueles e daquelas que acrescentam à sua jornada de trabalho, uma segunda jornada -- ou terceira, no caso das mulheres: a jornada da militância.

Quero dizer a todos vocês que tenho um enorme orgulho de ser petista. De militar no mesmo partido de vocês. De compartilhar com Lula essa militância.

Companheiros e companheiras,

Estou aceitando a honrosa missão que vocês me delegam com tranquilidade e determinação.

Sei que não estou sozinha.

A tarefa de continuar mudando o Brasil é uma tarefa de milhões. Somos milhões.

Vamos todos juntos, até a vitória.

Viva o povo brasileiro!"

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Outdoor para Itabira




Se Lula pode eu também posso: Merda!!

Voltei das minhas viagens, trabalhando nos carnavais de algumas cidades. Curioso para saber o que deu o carnaval de Itabira, leio nos jornais que o carnaval foi um sucesso, que tudo aconteceu normalmente e que apenas foi cancelado a licitação devido um tal de tempo de publicação numseioquê. Putz... Me enojou, confesso que me deu nausêas. O carnaval da maracutaia, como estão chamando não deu em nada, ou seja, imprensa comprada, calada e branquérrima, não soltaram uma nota sequer, com raras excessões. Participei de vários carnavais, ganhei e perdi licitações sérias e aqui, na cidade do bem viver para poucos, tudo normal, afinal, são seres inatingiveis ou invisiveis para quem poderia tomar uma atitude séria e corajosa. Já foi comentado aqui, mas gostaria de novamente transcrever, como forma de protesto, trechos da cartilha da AMARRIBO: "A corrupção corroi a dignidade do cidadão, contamina os indivíduos, arruina os serviços públicos e compromete a vida das gerações atuais e futuras" . É nojento isso tudo... Já diria o poeta Gabriel, O Pensador: "Confia em mim que no fim dá tudo certo" Esse é o pensamento de quem se acha e é impune... merda, merda, merda e merda!!

Por que continuarmos entregando comodities?

Muito bom o texto do colega Márcio Passos, postado aqui neste blog ontem. Vou arriscar em relembrar alguns fatos recentes para melhor analisarmos.

Por ocasião do golpe do ex-deputado estadual Ronaldo Magalhães no PV itabirano, o deputado federal do PV, José Fernando Aparecido de Oliveira, aqui esteve para defender o colega Damon de Sena, vítima direta do golpe, cuja aprovação de sua candidatura no mesmo partido ficou na berlinda, até então. Voltando ao Zé Fernando, na coletiva com a imprensa, ele acabou comentando sobre as ações dele para aumentar os impostos sobre mineração (royalties), alegando que as cidades mineradoras pouco recebem. A princípio, discordei em parte. Afinal, todas as cidades mineradoras gozam de excelentes receitas. A questão é que, comparadas às cidades com petróleo é que se percebe a grande diferença. Tudo bem.

Dias depois, vi rapidamente na Revista Veja uma provocação do Lula, que irritado propos que a Vale, ao invés de exportar minério, produzisse e exportasse aço, sob pena de, se não atendesse, aumentariam os impostos sobre a comodity. Aí, Jorge Gerdau (Gerdau S/A) deu o grito e disse que aqui já se produz muito aço. Sob pano de fundo da provocação, segundo postagem aqui neste blog,  estava o fato da Vale ter contratado o mesmo marqueteiro do PSDB.

Então, ouvi antes de ontem, de um conceituado encarregado geral de uma grande construtora nacional, que o aço brasileiro é um dos mais caros do mundo. Por isso que, nos Estados Unidos, quase toda edificação faz uso de aço e aqui, no Brasil, preferem o concreto.

Por fim, sempre que lembro que, ao comprarmos um veículo novo, pagamos quase que a metade do valor do bem em impostos, torna-se bastante plausível a proposta do Zé Fernando, que vem aí para disputar o Governo do Estado. Por essas lógicas, o ideal seria que aumentássemos os impostos sobre a venda e exportação de todas e quaisquer comodities e pagássermos bem menos sobre os produtos finais. Com isso, o país exportaria mais produtos finais, como carros zeros, geladeiras, computadores etc. e menos riquezas brutas (algumas delas não renováveis, como os minérios), incentivando toda a cadeia produtiva e a oferta de empregos. Enquanto exportamos uma tonelada de minério por cerca de uns 100 dólares, uma tonelada de aço presente num BMW importado, provavelmente produzido com nosso ferro, por exemplo, pode ultrapassar dos 100.000 dólares. Percebem a diferença?


Comodity ou comodities: Produtos comercializados na forma bruta ou sem muito beneficiamento, que geram menor valor agregado, demandam menos mão-de-obra e oferecem menos riqueza para o país. Por exemplo, vender minério, petróleo bruto e trigo, em detrimento de vender produtos finais de aço, de plástico ou pães, respectivamente.  

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010


ROYALTIES SEM MUDANÇA

O governo Lula desistiu de modificar a tributação de royalties no setor de mineração, antiga reivindicação dos municípios mineradores.
Não houve acordo entre os ministérios da Fazenda e de Minas e Energia sobre o assunto, que não será mais enviado ao Congresso, ao contrário do que o Planalto planejara.
A mudança foi derrubada por pressão das mineradoras, que alegaram risco de perder a competitividade, e da equipe econômica, que temia arrecadar menos.
A notícia é uma ducha fria nos prefeitos dos municípios mineradores, a exemplo de Itabira, São Gonçalo, Barão de Cocais, Santa Bárbara, Bela Vista e Rio Piracicaba.
Apesar dos danos ambientais serem maiores na indústria extrativa mineral é a exploração petrolífera que paga os maiores royalties.
A expectativa era de que esta distorção fosse corrigida agora, mas foi tudo por terra.
O deputado federal José Fernando Aparecido de Oliveira (PV-MG) é um dos maiores defensores da correção do royalties do minério e seria o relator da matéria na Câmara dos Deputados.
Seria, porque o Governo Lula cedeu à pressão das mineradoras. É ponto final? Esperar para ver!
A notícia saiu publicada na edição do jornal Folha de S. Paulo na quarta-feira da semana passada. Alguma autoridade e a imprensa itabirana já tiveram tempo de se manifestar sobre o assunto ou se deram felizes com o sucesso do Carnaval que está sendo apontado como mais uma de tantas folias da maracutaia?

Tentei em vão

No ano passado fui convidado para participar do Conselho de Cultura da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade, pela Marília Ramos. De uma resistência inicial, por preconceito (confesso), acabei aceitando, após conversar com ela e me entusiasmar com as propostas iniciais dela, com o seu empenho e vontade de fazer bem feito. Começamos bem, reunindo quase que uma vez ao mês, ela se mostrou muito ativa, rigorosa e com muito boa fé. Havia garra e vontade de acertar.

Só que, por volta de junho passado, as coisas começaram a desafinar. O orçamento do Festival de Inverno só foi confirmado às vésperas do evento, fato que muito prejudicou a contratação de bons espetáculos, quando praticamente já não havia disponibilidade de agenda dos melhores proponentes. Depois, chegou às nossas mãos dois projetos de programas para a TV Cultura, em regime de co-produção, um do Zé Geraldo do Espinhaço e outro de um repórter da casa. Ambos foram recusados, por unaminidade do Conselho, por causas diversas, dentre elas linha editorial duvidosa ou por não terem especificado, claramente, a quem caberiam as receitas dos programas. Dias após, vi um deles no ar, além de outros que pareciam ser co-produzidos.

Em setembro, nos foi apresentada a prestação de contas do Festival de Inverno, num encontro no teatro da Fundação. Estranhamente, segundo o financeiro da casa, no mês de julho, a TV não faturou nada, zero, nenhum centavo. Com tantos programas e comerciais na TV, era estranha a situação. Por não acreditar que todos aqueles clientes estariam inadimplentes, entrei em contato, por e-mail, pedindo esclarecimentos por diversas vezes, solicitei os extratos de contratos e receitas da TV nos últimos anos e, até então, não recebi comprovantes concretos. Segundo alguns defendem, havia um entendimento local que os servidores se sentiam no direito de explorar comercialmente o espaço da TV. A idéia era que eles poderiam utilizar do canal e dos recursos técnicos públicos, para produzirem alguns programas de TV, em regime de co-produção, de modo que fariam fora do "horário de serviço" deles, entretanto, com direito de exploração da grade de comerciais. Como já havia vivenciado situação semelhante no passado, na dúvida, questionei, porque entendo não haver respaldo legal, tampouco moral.

Por fim, esperei a Conferência de Cultura, esperei o final de ano e, cansado, desisto. Registro aqui o problema para que eu não seja responsabilizado, no futuro, por conivência. Pelo visto, o preconceito tinha razão de existir. Pelo que se pode ver, fica difícil acreditar em alguma ação desse grupão que possa dar certo. É uma pena...


Tudo como antes, no quartel de Abranches

Pois é, li hoje no Diário de Itabira que, segundo o secretário de esportes de Itabira, o Lado (PMDB), o carnaval em Itabira "foi um sucesso".

Do ponto de vista de público, não há dúvidas. Mas não vi nenhuma explicação oficial que os defendesse sobre os indícios de favorecimento na licitação do Carnaval, apontados no blog do Zanon e por nós registrados. A Prefeitura homologou, depois cancelou o processo e, por fim, tudo terminou em samba, sob os deslizes e narizes de todos os responsáveis.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

O caminho da mudança, da igualdade e democracia.

Vai ao ar hoje o vídeo em comemoração aos 30 anos do Partido dos Trabalhadores. Em 60 segundos, o PT descreve parte de seu caminho, relembrando a luta pela redemocratização, a inserção no movimento social e defesa das minorias, até chegar ao governo Lula, período no qual milhões de brasileiros saíram da pobreza e reduziu a desigualdade. Ao final, o Presidente Lula e a Ministra Dilma caminham junto à multidão, apontando a tarefa de continuar mudando o Brasil.

Em Minas Gerais, a presença de milhares de militantes, integrantes de movimentos sociais, além de Ministros, Deputados Federais e Estaduais, Prefeitos e Vereadores de todo o Estado, e do Vice-Presidente da República à comemoração do 30º aniversário do partido demonstra a importância do Partido dos Trabalhadores para nosso Estado e para o Brasil. Ao mesmo tempo, no encontro percebia-se um sentimento de otimismo no sentido de trabalhar pela mudança, igualdade e democracia também em Minas Gerais.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Enfim, uma bola dentro

Graças à iniciativa (e insistência) do delegado do Conselho Regional de Contabilidade (CRC-MG), Reginaldo Calixto, dentro de 90 dias, o superintendente da Receita Federal, Hermano Lemos de Avellar garantiu recuperar o Posto da Receita Federal para Itabira, que contará com apoio do prefeito João Izael, no sentido do município arcar com as despesas do CAC. Bola dentro para o João, ao apoiar a iniciativa, e parabéns ao Calixto, pela insistência.

Era inadimissível pensar que Itabira, cidade que tanto já contribuiu e contribui para o crescimento do país, perder um posto de atendimento, a ponto de termos que ir a João Monlevade para sermos atendidos.

Outra dentro, já elogiada aqui neste blog, foi a receita municipal passar a emitir certidões negativas via Web. Mais um feliz e oportuno serviço que passamos a contar com ele. Agora, só falta resolver, no âmbito da contabilidade, com a confusão que ocorre com os descontos do ISS na fonte pagadora. Há empresas que descontam na fonte, outras que não descontam, há contratos que precisam ser descontados e outros não. Uma confusão e erros iminentes de pagarmos duas vezes, ou mesmo de ficarmos inadimplentes, por só percebermos que não pagamos o ISS, depois que o cliente pagou a nota fiscal, sem reter o ISS devido na fonte.

O que estranho é por onde andavam os vereadores, o presidente da Câmara Neidson Freitas e mesmo o (até então) deputado Ronaldo Magalhães, que não defenderam idéias afins. Chega de apoio a festinhas, babações, moçõeszinhas, enventinhos de factóides e de outras bobagens. Itabira precisa de ações mais consistentes e muito merece mais.


domingo, 7 de fevereiro de 2010

30 anos do PT Mineiro

Amanhã acontece a cerimônia de posse do presidente estadual do PT, deputado federal Reginaldo Lopes, do presidente do PT de BH, Roberto de Carvalho, e a comemoração dos 30 anos do PT mineiro, em BH, na Serraria Souza Pinto, às 7 e 30 da noite.

O convite veio do colega de blog Jânio Bragança, que tem bom acesso no PT estadual e nacional e que, a meu ver, deveria ser melhor aproveitado na cidade. Além de bem relacionado, goza de boa visão, bom gosto e quer que Itabira dê certo. Isso sem falar do requintado gosto por bons vinhos...

Para ter acesso à cerimônia, é necessária a apresentação do convite ou confirmar presença pelo telefone (31) 3115.7613, com Vânia, ou pelos e-mails: secretariageral@ptmg.org.br e sai@ptmg.org.br.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Tá difícil!

Muito complicado o futuro político de Ronaldo Magalhães. Como ex-prefeito, herda o ônus de indícios de enriquecimento expontâneo (sugeridos por corrupção) de alguns ex-secretários, sendo o mais falado na cidade o ex-secretário de obras, Emerson Alvarenga Barbosa (Gui). Como deputado, entrou como suplente pelo PSDB e tocou o mandato até então.
No final do ano passado, deu o golpe no Damon de Sena, ex-candidato a prefeito e principal opositor, para tentar inviabilizar a campanha do pevista à Assembléia, ao mudar de partido para o PV. Confesso, eu mesmo cheguei a setenciar como morta a tentativa do Damon, de vir a ser o candidato a deputado estadual por nossa região. E não foi só eu que imaginei isso. O próprio Ronaldo sugeria em entrevistas que não seria possível dois candidatos a estadual, pela mesma sigla (PV) e pela mesma região. Damon estava na berlinda e quase apagado.

Daí, Ronaldo parecia ter se tornado um cacique regional do PV, mesmo sendo um recém chegado e nada ideológico (na minha mera opinião), amparado por lideranças estaduais do PV (como o deputado federal Antônio Roberto), onde se filiou por BH.

Só que, com a confirmação da pré-candidatura do deputado federal José Fernando Aparecido de Oliveira ao governo do estado, amigo do Damon e apoiado pela Marina Silva, começa a ruir o futuro do Ronaldo. De quase um cacique, pode vir a se tornar um zero à esquerda no PV ou um mero militante (se ele aceitar essa condição, certamente). A não ser que o "Santo Aécio" entre na parada e tente salgar o corpo, já quase em estado de putrefação política, se tiver interesse e força em âmbito nacional no PV, é claro. Hoje vejo que Damon não foi bobo. Foi extremamente frio e calculista. Soube administrar o conflito com destreza, com bem manda o figurino.

Pelo que podem ver, com bem citou meu amigo Henrique Nery, o tecido da manhã na política, pode virar retalho ao anoitecer. Na política, o andar do tempo é outro. O que imaginávamos como certo, pode ser deboche horas depois.

Por isso, deixo o aviso: nenhum de nós articulistas, ou bruxos, políticos, videntes, marqueteiros, pais-de-santo, macumbeiros, raposas ou qualquer outro personagem tem maior poder do que a vontade do povo e/ou a de Deus. E coitados de quem achar o contrário. É isso...

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Remuneração dos Deputados e Custeio da Atividade Parlamentar

Remuneração dos Deputados e Custeio da Atividade Parlamentar

1. REMUNERAÇÃO DOS DEPUTADOS:

Calculada nos termos do art. 2º da Lei nº 14.584, de 21.01.2003, art. 1º da Lei nº 13.200, de 03.02.1999, art. 1º da Resolução nº 5.154, de 31.12.1994, c/c o Decreto Legislativo da Câmara Federal nº 112, de 04.06.2007 e Ato Conjunto das Mesas do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, correspondente à 75% da remuneração do Deputado Federal:
Subsídio mensal - R$ 12.384,07
A remuneração mensal é formada ainda pelo Auxílio-Moradia Mensal, que também corresponde a 75% do recebido pelo Deputado Federal: R$ 2.250,00
Total bruto da remuneração mensal do Deputado Estadual: R$ 14.634,07
O Deputado Estadual faz jus ainda a:
- Ajuda de custo correspondente a duas parcelas nos valores do subsídio, a serem pagas no início e no encerramento de cada sessão legislativa (fevereiro e dezembro).
- Parcela correspondente aos valores do subsídio, a ser paga no mês de dezembro, proporcionalmente ao efetivo exercício do mandato parlamentar no ano.
- Comparecimento a reuniões extraordinárias - valor correspondente à fração de 1/30 do valor do subsídio, acrescido de 50%, perfazendo o valor de R$ 619,20 (seiscentos e dezenove reais e vinte centavos) para cada reunião, limitadas a oito por mês, e remuneradas em razão do comparecimento do parlamentar.

2. CUSTEIO DA ATIVIDADE PARLAMENTAR:

- Verba indenizatória por despesas realizadas, mediante requerimento e comprovação, nos termos da Deliberação da Mesa nº 2.446/09, no limite mensal de R$ 20 mil.
Remuneração dos Deputados e Custeio da Atividade Parlamentar

1. REMUNERAÇÃO DOS DEPUTADOS:

Calculada nos termos do art. 2º da Lei nº 14.584, de 21.01.2003, art. 1º da Lei nº 13.200, de 03.02.1999, art. 1º da Resolução nº 5.154, de 31.12.1994, c/c o Decreto Legislativo da Câmara Federal nº 112, de 04.06.2007 e Ato Conjunto das Mesas do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, correspondente à 75% da remuneração do Deputado Federal:
Subsídio mensal - R$ 12.384,07
A remuneração mensal é formada ainda pelo Auxílio-Moradia Mensal, que também corresponde a 75% do recebido pelo Deputado Federal: R$ 2.250,00
Total bruto da remuneração mensal do Deputado Estadual: R$ 14.634,07
O Deputado Estadual faz jus ainda a:
- Ajuda de custo correspondente a duas parcelas nos valores do subsídio, a serem pagas no início e no encerramento de cada sessão legislativa (fevereiro e dezembro).
- Parcela correspondente aos valores do subsídio, a ser paga no mês de dezembro, proporcionalmente ao efetivo exercício do mandato parlamentar no ano.
- Comparecimento a reuniões extraordinárias - valor correspondente à fração de 1/30 do valor do subsídio, acrescido de 50%, perfazendo o valor de R$ 619,20 (seiscentos e dezenove reais e vinte centavos) para cada reunião, limitadas a oito por mês, e remuneradas em razão do comparecimento do parlamentar.

2. CUSTEIO DA ATIVIDADE PARLAMENTAR:
- Verba indenizatória por despesas realizadas, mediante requerimento e comprovação, nos termos da Deliberação da Mesa nº 2.446/09, no limite mensal de R$ 20 mil.
O VERDE DE DAMON

Inconformado com a indicação do deputado federal José Fernando pela ex-ministra Marina Silva para a disputa do Governo de Minas, o presidente do partido no Estado, deputado Antônio Roberto (que não quer candidato próprio do PV), não compareceu ao pré-lançamento da campanha em Belo Horizonte.
Melhor para o itabirano Damon de Sena (apoiado por Fernando) e pior para o ex-deputado Ronaldo Magalhães (apoiado por Antônio Roberto).
Pode acontecer de tudo em Minas dentro do Partido Verde...
O VERDE DE DAMON


Inconformado com a indicação do deputado federal José Fernando pela ex-ministra Marina Silva para a disputa do Governo de Minas

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Pesquisa da CNT/SENSUS.

Esta pesquisa foi publicada ontem 1/02/2010, da CNT/SENSUS, vejamos o cenario politico atual.

Cenário com Ciro:

José Serra - 33,2%
Dilma Rousseff - 27,8%
Ciro Gomes - 11,9%
Marina Silva - 6,8%
Nenhum/Branco/Nulo - 10,5%
NS/NR - 9,9%

Cenário sem Ciro

José Serra - 40,7%
Dilma Rousseff - 28,5%
Marina Silva- 9,5%
Nenhum/branco/ Nulo - 11,4%
NS/NR - 10%

Metodologia
2.000 entrevistas
Margem de erro: 3 pontos percentuais
Data da coleta de dados: de 25 a 29 de janeiro de 2010

Zé Fernando é pré-candidato ao governo de Minas

O Partido Verde (PV) confirmou ontem, 1º, que terá candidatura própria ao Governo de Minas. O nome indicado é o do deputado federal do José Fernando Aparecido de Oliveira, e para o Senado, o vereador de BH Leonardo Mattos.
O deputado e o vereador entregaram, ontem à tarde, nas mãos do coordenador regional do PV, Fernando Guida, uma carta sobre intenção de concorrer aos cargos. Durante a solenidade, que teve a presença do prefeito de Monlevade, Gustavo Prandini, Guida, que representou o presidente nacional do PV João Penna, leu uma mensagem de Marina Silva que fala da grande satisfação de ter o deputado José Fernando como pré-candidato a governador do Estado. A senadora afirma ainda que, juntos e com o discurso afinado, os dois vão realizar o projeto nacional de governar com sustentabilidade.Guida reafirmou ainda que o PV vai lançar candidatura própria nas grandes cidades. "Essa foi uma decisão da Executiva Nacional. E em Minas a chapa sai completa, com Zé Fernando governador e Leo Mattos para o Senado", conclui.No evento, o deputado falou que vai fazer um plano de governo com a ajuda da sociedade e também levará outras discussões, como a política do café e dos royalties do minério, que são suas bandeiras na Câmara Federal. "Não podemos aceitar essa política do minério e do café. São as maiores fontes da economia mineira", completa. Ele destacou também que vai trabalhar pela cultura de Minas. "Temos um patrimônio enorme e belo. Vamos valorizar ainda mais a cultura". Cerca de 300 pessoas, entre eles, o Secretário do Meio Ambiente de Belo Horizonte, Ronaldo Vasconcellos, o prefeito de Sabará, Willian Borges, vereadores de vários municípios mineiros, filiados e representantes de diretórios municipais participaram do evento.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

A CORRIDA PRESIDENCIAL, SERÁ POLARIZADA PSDB X PT(LULA)

O Presidente Lula está convencido, já há alguns meses, de que uma eleição presidencial plebiscitária, opondo apenas José Serra e sua candidata Dilma Rousseff, deixando Marina Silva correndo bem por fora, é mais interessante para o governismo do que uma disputa que inclua Ciro Gomes como tercius.

Aparentemente, Lula acredita que isso facilitará o discurso de Dilma e a comparação entre a memória do governo Fernando Henrique Cardoso, negativa, que o PT tentará colar com a imagem de José Serra, e a do seu próprio governo, positiva, que a campanha da Ministra tentará acoplar a ela.

De fato, uma campanha plebiscitária facilitará essa comparação. Afinal, sem Ciro, apenas Dilma representará a continuidade. É nisso que Lula aposta.

Acontece que a eleição, sendo plebiscitária, poderá terminar no primeiro turno. Obviamente, isso quer dizer que o processo eleitoral será mais curto. E isso, ao invés de auxiliar Dilma, ajuda Serra, que não precisa se fazer conhecer pelo eleitorado, já que tem grande recall, ao contrário da Ministra, que precisa tanto ser exibida que Lula começou a campanha um ano antes.

Em suma, a eleição plebiscitária constrói o “nós contra eles” que Lula quer, mas também encurta o tempo que Dilma Rousseff tem para construir sua imagem e conquistar votos próprios. Estes, segundo os especialistas, serão necessários para que a Ministra vença. Apenas o que Lula conseguirá transferir não será suficiente, pois se situará entre 30 e 40% dos votos.

É aí que começa a surgir a possibilidade de a eleição plebiscitária, desejada por Lula, interessar a Serra, e não a Dilma. Tudo dependerá da velocidade de crescimento de Dilma e da quantidade de votos próprios que a Ministra conseguirá amealhar antes da campanha, é verdade. Mas só a possibilidade de a estratégia tão apregoada por Lula auxiliar Serra já é curiosa.

Dilma tem subido com certa rapidez, mas está se aproximando do teto da transferência de votos de Lula. A partir daí, precisará conquistar seus próprios votos e, para isso, precisará de tempo e construção de imagem junto ao eleitorado. Uma campanha mais curta e menos focada por envolver os que buscam ocupar outros cargos eletivos atrapalha, ao invés de auxiliar este processo.

Portanto, se por um lado o “plebiscito” facilita o “FHC versus Lula”, por outro, tem tudo para resolver a parada no primeiro turno, fazendo Dilma correr contra o relógio.

Nesse momento, alguns se perguntarão: Mas como Lula não vê isso. A resposta é simples: Ele vê, mas tem a crença de que os dias de grande exposição da corrida presidencial entre o primeiro e o segundo turno não serão necessários. Resumindo: Acredita que Dilma liquidará a parada no primeiro turno, e não Serra.

Outro questionamento pode surgir nesse momento: Por que Lula arriscaria? Se o tempo de exibição trabalha a favor de Dilma, o que faz Lula não querer o segundo turno? Por que possibilitar a Serra vencer no primeiro turno, ao invés de forçar o segundo utilizando Ciro e o PSB?

A resposta seria a seguinte: Um segundo turno só é garantido com Ciro Gomes. E com Ciro Gomes na contenda, Dilma não é mais a única que aposta no continuísmo. Pior do que isso: Pode ser Ciro, e não Dilma, o representante governista no segundo turno. Isso Lula não aceitaria. Atentaria contra sua imagem messiânica.

É nesse cenário que o PSB entrega a candidatura de Ciro Gomes nas mãos de Lula. Sendo assim, os socialistas só terão candidato se Lula entender que isso ajudará Dilma. Acontece que, como já explicado, o Presidente prefere os prós e contras da eleição plebiscitária do que os prós e contras do segundo turno. Portanto, Ciro não deve ser candidato.

Lula elogiará sempre Ciro e não o proibirá de ser candidato. Mas provavelmente inviabilizará uma candidatura competitiva do PSB, atraindo todos os apoios da base aliada para Dilma. É quase como se proibisse.

A grande resposta que une todas as peças desse quebra-cabeça é a de que Lula prefere ver Dilma derrotada e a eleição terminada no primeiro turno, do que um segundo turno entre Ciro e Serra.

Isso se for o caso. Lula acredita de verdade que pode fazer Dilma vencer Serra no primeiro turno, mesmo tendo a noção de que uma campanha mais curta favorece Serra.

Acontece que a presença de Ciro Gomes na disputa não apenas garante o segundo turno, ela retira votos de José Serra. É por esse fato poder ser somado ao prejuízo para Dilma de uma campanha curta que pode-se dizer que a eleição plebiscitária pode favorer Serra de certa forma.
Os índices da pesquisa CNT/Sensus divulgada recentemente comprovam isso:

No cenário que inclui Ciro, José Serra tem 33,2%, Dilma Rousseff 27,8%, Ciro Gomes 11,9% e Marina Silva 6,8%. Sem Ciro, José Serra tem 40,7%, Dilma Rousseff 28,5% e Marina Silva 9,5%.
Percebe-se que os votos de Ciro migram muito mais para Serra do que para Dilma. Se fosse concretizado em outubro o cenário atual sem Ciro aferido pelo Instituto Sensus, Serra venceria no primeiro turno.

Em suma, a eleição sem Ciro, plebiscitária, desejada por Lula, pode, dependendo da conjuntura, auxiliar um Serra que, recebendo muitos votos que iriam para Ciro, conseguiria manter alguma distância de votos para uma Dilma que, sem o segundo turno e sua propaganda na televisão que foca apenas a corrida presidencial, não alcançaria Serra no primeiro turno confuso, orbitado por candidatos a Governador, Senador, Deputado Federal e Deputado Estadual.

A dúvida que fica é: Está certo Lula ao, mesmo sabendo de tudo isso, acreditar que Dilma tirará toda a vantagem de Serra mesmo sem o segundo turno ou está certo entendimento de que, sem Ciro na corrida e sem segundo turno, o plebiscito dará a vitória a Serra, independentemente da comparação dos governos de FHC e Lula, até porque haverá comparação, pelo PSDB, das biografias de Serra e Dilma?

Aguardemos para ver, como diziam os antigos, quem tem mais garrafas vazias para vender.