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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Tentei em vão

No ano passado fui convidado para participar do Conselho de Cultura da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade, pela Marília Ramos. De uma resistência inicial, por preconceito (confesso), acabei aceitando, após conversar com ela e me entusiasmar com as propostas iniciais dela, com o seu empenho e vontade de fazer bem feito. Começamos bem, reunindo quase que uma vez ao mês, ela se mostrou muito ativa, rigorosa e com muito boa fé. Havia garra e vontade de acertar.

Só que, por volta de junho passado, as coisas começaram a desafinar. O orçamento do Festival de Inverno só foi confirmado às vésperas do evento, fato que muito prejudicou a contratação de bons espetáculos, quando praticamente já não havia disponibilidade de agenda dos melhores proponentes. Depois, chegou às nossas mãos dois projetos de programas para a TV Cultura, em regime de co-produção, um do Zé Geraldo do Espinhaço e outro de um repórter da casa. Ambos foram recusados, por unaminidade do Conselho, por causas diversas, dentre elas linha editorial duvidosa ou por não terem especificado, claramente, a quem caberiam as receitas dos programas. Dias após, vi um deles no ar, além de outros que pareciam ser co-produzidos.

Em setembro, nos foi apresentada a prestação de contas do Festival de Inverno, num encontro no teatro da Fundação. Estranhamente, segundo o financeiro da casa, no mês de julho, a TV não faturou nada, zero, nenhum centavo. Com tantos programas e comerciais na TV, era estranha a situação. Por não acreditar que todos aqueles clientes estariam inadimplentes, entrei em contato, por e-mail, pedindo esclarecimentos por diversas vezes, solicitei os extratos de contratos e receitas da TV nos últimos anos e, até então, não recebi comprovantes concretos. Segundo alguns defendem, havia um entendimento local que os servidores se sentiam no direito de explorar comercialmente o espaço da TV. A idéia era que eles poderiam utilizar do canal e dos recursos técnicos públicos, para produzirem alguns programas de TV, em regime de co-produção, de modo que fariam fora do "horário de serviço" deles, entretanto, com direito de exploração da grade de comerciais. Como já havia vivenciado situação semelhante no passado, na dúvida, questionei, porque entendo não haver respaldo legal, tampouco moral.

Por fim, esperei a Conferência de Cultura, esperei o final de ano e, cansado, desisto. Registro aqui o problema para que eu não seja responsabilizado, no futuro, por conivência. Pelo visto, o preconceito tinha razão de existir. Pelo que se pode ver, fica difícil acreditar em alguma ação desse grupão que possa dar certo. É uma pena...


2 comentários:

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  2. Na TV(Sem)cultura é assim mesmo.
    Trabalhei lá por quase 14 anos e nos últimos tempos vi programas de qualidade duvidosa e em horário nobre serem produzidos por uns poucos que se julgavam no direito de ter seu espaço e vender esse mesmo, somente porque trabalharam para o Prefeito ou faziam parte de algum partido da "panelinha".
    As vezes o Caixa da TV não tinha recurso nem para comprar pilha para controle remoto ou papel higiênico( basta perguntar ao senador Eduardo Azeredo quando veio em visita a Itabira na Campanha majoritária e passou por na TV).Mesmo assim os programas da "panela"estavam no ar.
    Lembro-me de certa vez , que eu trabalhava para o "Esporte Cultura" nos fins de semana.Havia até uma parceria: O Esporte Cultura gravaría os jogos do Valério e as imagens seriam cedidas ao Telejornal Local, com isso o plantão jornalistico ficaria mais aliviado.
    Lembrando que o contrato firmado entre a emissora e a equipe do Esporte Cultura (Programa terceirizado)permitia que a TV cedesse equipamentos de audio e video para a equipe do programa , desde que fosse operado por pessoa capacitada.
    Fui proibido de trabalhar mesmo durante minha folga. Pouco depois foi ao ar um programa de qualidade duvidosa de nome esquisito (Prosa), produzido com equipamentos da TV e com profissionais da emissora trabalhando em horário comercial.
    E a renda desse Programa (comerciais veiculados no horario do mesmo)?
    Ficava para a equipe que produzia o mesmo!
    E a TV nada !!!!
    Assim funciona até hoje.

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