O
 repórter Luciano Máximo informa que falta pouco para que o governo 
federal ponha na rua o edital de licitação para essa encomenda.
Governos
 que pagam mal aos professores, que não têm programas sérios de 
capacitação dos mestres, onde escolas estão caindo aos pedaços, 
descobriram que a compra de equipamentos eletrônicos é um bálsamo da 
pedagogia da marquetagem. Cria-se a impressão de que se chegou ao futuro
 sem sair do passado.
O
 governo de Pernambuco licitou a compra de 170 mil tabuletas, num 
investimento global de R$ 17 milhões. A prefeitura do Rio anunciou em 
outubro que tem um projeto para distribuir outras 25 mil. A de São Paulo
 contratou o aluguel de 10 mil ao preço de R$ 139 milhões.
Felizmente, o negócio foi abatido em voo.
A rede pública de Nova York, com 1,1 milhão de estudantes, investiu 
apenas US$ 1,3 milhão, numa experiência que colocou dois mil iPads nas 
mãos de professores e de alunos de algumas escolas. Já a cidade mineira 
de Itabira (12 mil jovens na rede pública) comprou três mil laptops, num
 investimento de US$ 573 mil.
Na
 Índia, onde se fabricam tabuletas simples por US$ 35, existe um projeto
 piloto, para 100 mil alunos, num universo de 300 milhões de estudantes.
 Se tudo der certo, algum dia distribuirão 10 milhões de unidades.
Na
 Coreia, o governo planeja colocar tabuletas nas mãos de todas as 
crianças do ensino fundamental. Lá, a garotada tem jornadas de estudo de
 12 horas diárias.
O
 projeto de Pindorama parece mais com o do Cazaquistão do companheiro 
Borat, onde se prevê a compra de 83 mil tabuletas até 2020.
Encomendas
 milionárias de computadores ou tabuletas para a rede pública são apenas
 compras milionárias, com tudo o que isso significa. Se a doutora Dilma 
quiser, pode pedir as avaliações técnicas que porventura existam do 
programa federal. Um Computador por Aluno.
Com
 quatro anos de existência, o UCA tem muitos padrinhos e fornecedores 
(150 mil máquinas entregues e 450 mil encomendadas por estados e 
municípios). Nele, algumas coisas deram certo. Outras deram errado, ora 
por falta de treinamento dos professores, ora pela compra de 
equipamentos condenados à obsolescência.
Uma
 boa ideia não precisa desembocar em contratos megalomaníacos que 
terminam em escândalos. Se um cidadão que cuida do seu orçamento não 
sabe qual tabuleta deve comprar, o governo, que cuida da Bolsa da Viúva,
 deve ter a humildade de reconhecer que não se deve encomendar 300 mil 
tabuletas, atendendo a fabricantes que não conseguem produzir máquinas 
baratas como as indianas ou versáteis como as americanas, japonesas e 
coreanas.
Se
 esses equipamentos só desembarcarem em cidades e escolas onde houver 
banda larga e professores devidamente capacitados, tudo bem.
Se
 o que se busca é propaganda, basta comprar 20 tabuletas, chamar a 
equipe de marqueteiros que faz filmes para as campanhas eleitorais e 
rodar o vídeo. Consegue-se o efeito e economiza-se uma montanha de 
dinheiro."
   
Aqui na nossa querida cidade do BEM VIVER também desembarcaram essas maquininhas mirabolantes, cerca de 3000 mil.
ResponderExcluirFizeram o maior carnaval pela imprensa afora, mas já estão funcionando? As escolas não estavam preparadas, pois não têm sequer rede elétrica que preste, imagina se vão ter banda larga. Alguém aí da Educação, algum professor, conte pra nós se já está trabalhando com estas máquinas ou se tudo não passou de AUÊ do grupão.