A quem serve a TV Cultura de Itabira?

Durante a prestação de contas do Festival de Inverno/2009, a responsável pelo financeiro da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade expôs que a TV Cultura não faturou nada em Julho. Zero. Nadica de nada! Achei super estranho...


Como conselheiro da casa, perguntei logo à Marília Ramos, superintendente da FCCDA, o porquê do zero faturamento. Ela, então, disse que podia ser porque não foram contabilizados pagamentos no mês em questão e que achava válido o questionamento, quando propôs uma nova reunião com os responsáveis da TV para esclarecer melhor, a ser marcada.

Ainda inconformado, sintonizei a TV esses dias e vi alguns programas terceirizados e um monte de anunciantes, dentre eles: MD Predial, Eletrolar, Campolar, Auto Peças Caminho Novo, Oi Itabira, Santa Terezinha, Supermercado Nova Europa, Sena Esportes, Odontolife, Censi, Unipac, Cese, Funcesi, Transportes Cisne, Sindicato Metabase, Roberto Automóveis, Salão Embelish, Performance Clínica Estética, Edesilvia, Loja Radical, Supergasbras etc. Tempos atrás, não precisamente neste mesmo período do Festival, já assisti ainda comercais do loteamento Cidade Nova de Barão de Cocais e tantos outros.

Vou além. Minha desconfiança recai na hipótese da gestão editorial da emissora pública ter dois pesos e duas medidas, beneficiando apadrinhados políticos. O que não quer dizer que os anunciantes aqui expostos, não estejam pagando pelos serviços. No início do governo no João, no primeiro mandato, apresentei para o ex-secretário de governo, Sebastião Campos, 4 projetos de produções de programas independentes: Momento Oportuno (sobre desenvolvimento econômico local), Sala de Estudo (sobre dicas de vestibulares e concursos), Câmara em Foco (sobre as ações dos vereadores) e o Sustentabilidade (abordando desenvolvimento sustentável). Até o presente momento, não obtive qualquer resposta. Paralelamente, venho percebendo uma série de co-produções sendo apresentadas, algumas até de caráter cultural bem duvidoso.

Sou a favor das co-produções e que elas sejam sustentáveis, desde que tenham valor para a sociedade e que as escolhas de quais programas sejam levados ao ar, passem por crivos do conselho de cultura. Reunião passada, por exemplo, dois programas foram vetados, por unanimidade pelo conselho e, mesmo assim, foram levados ao ar.

Vamos aguardar a nova reunião e confirmar. Não obstante, está aí, também, uma dica para os edis “melhorem a imagem”, se proporem “dar uma olhadinha” neste órgão público...