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quarta-feira, 6 de março de 2013

PAROU GERAL

(São Gonçalo do Rio Abaixo)



CIDADE (S)EM MOVIMENTO

Tempos difíceis em São Gonçalo do Rio Abaixo. 

Se antes a administração podia se gabar do conceito "Uma cidade em movimento" ou "Cidade que não para", desde que tomou posse, o novo governo praticamente nada vez ou propôs de concreto até agora, senão o carnaval e alguns atendimentos cotidianos.

Prova cabal desse paradeiro é o release enviado para a imprensa, no qual o atual prefeito (veja bem se não pego pesado), depois de 60 dias de mandato, reuniu seu secretariado para iniciar o planejamento das ações para cumprirem com o que prometeu em campanha. Isso mesmo, iniciar agora o planejamento do que e como fazer, depois de 60 dias corridos de governo, com mais de 25 milhões de reais arrecadados (previstos para o período), num dos caixas mais privilegiados do estado. Acha que estou exagerando? Então confirme você mesmo o que pediu o prefeito no dia 1º (clique aqui).

As obras inacabadas, deixadas pelo governo anterior, praticamente, não avançaram. A praça Central e o Estádio Municipal que nos diga. Aliás, todas essas obras começaram a ser "tocadas" numa lentidão sem fim, desde o terceiro ano do segundo mandato do ex-prefeito Nozinho. Do pacotão dos 64 milhões em obras e do projeto Caminhos Rurais, quase nenhuma foi concluída ou colocada em funcionamento pleno, com exceções dos asfaltos para o Turvo e Bamba.

Esta situação se agravou com a mudança de foco, quando percebemos que a administração passou a se preocupar mais com os atendimentos dos pedidos dos eleitores durante a disputa eleitoral, do que com a conclusão do que iniciaram. Como resultado, obras estruturantes quase paradas e quatro processos de abusos de poderes administrativos e funcionais, com previsão de cassação e perda dos direitos políticos por 8 anos, culminando em novas eleições, caso se confirmem as sentenças previstas em lei.

Diante deste lamentável cenário, a cidade parou. Eleitores deles que esperavam ser contratados pelas promessas vãs, não foram chamados e viram-lhes as costas agora. Os que já foram apadrinhados, temem a cassação e serem mandados embora. O resultado aí está, tudo parado, comércio em baixa, população acabrunhada e sem esperança.


E CADÊ A JUSTIÇA?

A cada vez que se vai ao centro da cidade, não tem uma só vez que não chegam umas pessoas para perguntarem sobre os processos. Aí, chegam alguns governistas com o disparate de zombarem que nada vai acontecer com eles e que nova eleição, só se for a do Papa, aumentando a ira dos opositores, pelo senso de falta de Justiça que já permeia na cidade. Nos primeiros dias deste mandato, não era raro servidores de confiança do governo atenderem seus eleitores, sob a luz do sol quente e diante dos olhos de todos, em situações questionáveis como ilegais e imorais. Com a chegada do arrocho e dos questionamentos da população, que está bem mais atenta e conhecedora das leis, recuaram um pouco.

Os julgamentos de primeira instância dos processos de cassações deveriam ter ocorrido em novembro passado. Desde então, o juiz Wellington Reis não promoveu as audiências; os eleitos foram diplomados sub júdice; o juiz se afastou da comarca; a juíza substituta começou a tramitar com os processos, mas tirou licença maternidade e, atualmente, o TJMG aguarda a nomeação da juíza substituta. Uma novela que parece estar bem próxima do fim, principalmente depois que o deputado estadual Bonifácio Mourão (PSDB) pediu para acelerar os processos.

A atual previsão é que a audiência ocorra nos próximos dias. Entretanto, populares e militantes da oposição têm se mostrado com os ânimos mais exaltados e com menores paciências, tendo ameaçado, por várias vezes, promoverem outro manifesto. Ontem mesmo, ouvi que, se a Justiça não decidir até o dia 15, farão nova e maior manifestação.


VAMOS COM CALMA COM O ANDOR, QUE O SANTO É DE BARRO*

O que os militantes e apoiadores têm que ter em mente é que promoverem manifestações, embora sejam garantidas por lei (as pacíficas, é claro), elas podem resultar numa perda de controle, de tal forma que se algum manifestante apoiador ou mesmo alguma pessoa ligada ao governo e disfarçada no grupo vir a quebrar ou causar algum dano à algum patrimônio público, fará com a polícia atue e eles respondam na Justiça pelo dano. Sem falar no risco de queimar a imagem do candidato opositor, o Buzica.

Por outro lado, se cumprem com a manifestação e ela transcorrer com sucesso, dará mídia estadual que não será nada boa para a Justiça e para o governo, se interpretada como cidade rica, mas com corrupção e sem lei. Ou seja, uma situação que não interessa a ninguém.

Além do mais, imagino que os governistas já estão começando a perceber isso. Afinal, se eles têm convicção de que não abusaram economicamente na eleição, que não perseguiram ninguém, que não compraram votos, ou que não transferiram votos indevidamente, qual é o problema em deixar a Justiça fazer a parte que lhe cabe? É o óbvio! Não? Em conversas com o Buzica e seus apoiadores, eles só querem a sentença logo, seja qual forem os resultados, para que cada qual toque suas vidas. Nada de mais. São direitos fundamentais de quem se sentiu lesado ou trapaceado e quer garantir seus direitos.

Defendo, na boa, que aguardem mais uns dias, com a mesma paciência e confiança que depositaram na Justiça até o momento. Ainda que esteja com o pavio curto, vale a pena manter a calma. A Justiça tarda, mas não falta. Seja qual for a sentença, ela será muito mais benéfica para a população, governo e oposição, do que ficar da forma que está, sem solução, neste imbróglio e marasmo que se plantou na cidade. A partir das sentenças finais, seja como for, São Gonçalo terá que seguir adiante e sairá deste paradeiro. Ao governante vencedor, sucesso e muito juízo, para não cair nas mesmas tentações.

E que assim, seja! Amém.

* Título corrigido por um atento leitor. 

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