Deu no Trem

Sem qualquer sombra de dúvida o jornal O Trem Itabirano é o que mais anda desafinando o coro dos contentes (Cadê você Zanon??). Uma crítica ácida, perfurante e penetrante a cada edição, mostrando que não são todos os jornalistas comprados em Itabira, mas apenas 90%.

Em sua ultima edição, o escritor e advogado Renato Furst Alvarenga desafiou com uma aposta monetária, o também monetário integrante-mor do Grupão. Vale a pena a leitura:

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Aposto cem mil reais: João Izael não conseguirá trazer a siderúrgica da Vale

"Com um papo de “potencialidades estruturais, dinâmicas e logísticas”, o prefeito João Izael informou estar empenhado em trazer para Itabira uma siderúrgica que, segundo ele, a empresa Vale pretende instalar ainda não se sabe onde. Não quero urubuzar nada, mas tenho certeza: ele não conseguirá trazer nenhuma siderúrgica da Vale para Itabira. Aposto cem mil reais – até mais, se alguém topar.

Sabe por que tenho certeza de que essa tal siderúrgica não virá para Itabira?

Porque a Vale, acredito, não confia no governo João Izael. O prefeito itabirano não tem moral para reivindicar nada da mineradora por um simples, e muito doloroso, motivo: tudo o que a empresa fez em Itabira neste atual milênio e entregou à prefeitura foi perdido por desleixo e incompetência.

A Vale paga a Itabira centenas de milhões de reais em Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM), o que coloca a cidade entre as dez mais ricas do estado, mas o governo João Izael não consegue reverter essa dinheirama em bem-estar para todos.

A Vale ergueu o Memorial Drummond, com projeto de Oscar Niemeyer, mas o governo João Izael não consegue criar projetos bem-sucedidos para o equipamento. A Vale construiu excelentes áreas de lazer, mas o governo João Izael não zelou pelos espaços, que ou já se acabaram ou estão acabando-se. Um exemplo é o parque das Acácias, no bairro Nova Vista, que custou R$ 477 mil à empresa e foi totalmente destruído em dois anos, porque a prefeitura não cuidou do patrimônio.

A Vale financiou a remontagem da casa-sede da Fazenda do Pontal, mas o governo João Izael não teve competência para implantar programas culturais eficientes e atrair turistas e o dinheiro do turismo.

A Vale apoiou com dinheiro a Biblioteca Móvel Drummond Sobre Rodas, para levar livros aos bairros e zona rural, mas o governo João Izael interrompeu o programa, deixou o ônibus apodrecer e o leiloou. Hoje, o ônibus-biblioteca transporta pescadores.

A Vale construiu o parque da Água Santa, para virar ponto de cultura e lazer e melhorar o ambiente no centro da cidade, mas o governo João Izael não cuidou do espaço e quase tudo se perdeu. O local é hoje usado para sexo e uso de drogas.

A Vale doou uma maria-fumaça a Itabira, mas o governo João Izael está deixando a locomotiva, patrimônio ferroviário nacional, apodrecer na praça do Areão.

A Vale contribuiu financeiramente para a construção do distrito industrial, mas o governo João Izael não consegue atrair empresas para gerar emprego e renda.

A Vale patrocina o Festival de Inverno, mas o incompetente governo João Izael não consegue fazer o evento decolar para a grandeza, apesar do imenso potencial itabirano para a cultura e para as artes. E muito mais poderia ser dito aqui.

Não será para poupar o itabirano de um excesso de infelicidade neste momento já tão penoso para a maioria (Brasil, 1; Holanda, 2). Há muitos outros argumentos a evidenciar que Itabira, com os políticos que tem, é péssima parceira para a Vale. Talvez, isso explique o fato de a empresa estar tão distante das coisas itabiranas. Até investe algum dinheiro na cidade, mas sem o entusiasmo e o montante mostrado em outras cidades.

Pelo exposto, acredito que João Izael não conseguirá trazer siderúrgica nenhuma da Vale para Itabira. Ora, se o prefeito não consegue preservar um simples parque feito pela empresa, que moral terá para reivindicar siderúrgica da mineradora?

Os homens da Vale, nada bobos, devem pensar assim quando recebem proposta do governo João Izael: “Se essa turma fracassa no micro, o que dirá do macro?” Após se despedirem dos itabiranos em reuniões, talvez comentem entre eles: “Esses políticos de Itabira que vão pentear macaco, chupar prego, caçar quem os quer, lamber sabão e ver se eu tô na esquina”. É bem provável."

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É o tipo de texto que vale ser lido e relido...umas dez vezes... Vamos lêr de novo???