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quinta-feira, 12 de agosto de 2010

O Voto é responsabilidade de quem?

Recebi dentre os contatos que possuo no cotidiano, o email de Nivaldo Santos, que transcrevo abaixo. Trata-se de um texto limpo, reflexivo e bem atual. Faz o escritor, uma radiografia rápida, porém profunda e com conhecimento de causa do momento político ora em curso, que carece de meditação.

Digo isso, por que hoje nesta tarde, ao encontrar com a Mônica da Interasassociação, em um breve encontro nas dependências do Valério, me deu um estalo. Pressinto que ao refletir sobre o texto em questão, sou levado a pensar sobre toda essa parafernália que já está curso na “caça ao voto”.

Daí não seria o caso de a Interassociação em vez encabeçar apoios aos políticos, sem distinção, sobretudo aqueles que apenas reconhecem as instituições em momentos raros de interesses particulares?

Quem sabe uma inversão de valores poderia mudar o norte da discussão política no município, inaugurando uma nova era de como se deveria fazer política, onde a entidade em vez de discutir os candidatos passasse a propor debates com a comunidade de tal modo, que os políticos que aqui buscam o famigerado voto, fossem obrigados a tratar o eleitor com mais respeito e compromisso social.

Descarregam uma enxurrada de papéis e toma blá, blá, blá.... em seguida, vão embora para retornarem daqui a mais 4 anos e tome balela de novo. Isto é muito pouco. Esse pensamento único, do agora eu, depois eu e sempre eu, precisa ser revisto.

O Voto é o único instrumento legítimo que estabelece um código de ética entre o eleitor e o candidato. Mas é preciso que o eleitor tenha essa ciência e consciência do importante papel que ele representa nesse jogo. Portanto, confiram o texto e reflitam para não transferirem responsabilidades a outrem.

Código Aberto -
Eleitor, o grande ausente na cobertura da campanha eleitoral de 2010

Segundo os valores democráticos convencionais, os eleitores são os grandes atores de uma votação, pois esta seria a sua principal oportunidade para influir nos destinos do país. Pelo menos é isto que dizem os livros, mas, na prática, as campanhas eleitorais foram transformadas em competições em que o importante é saber quem está na frente e quem tem chances de ganhar.

É a velha imagem da corrida de cavalos, criada pela imprensa norte-americana há mais de 50 anos e que continua válida até hoje, tanto lá como cá. Esta simplificação extrema do processo eleitoral é uma conseqüência direta das estratégias dos candidatos e da política editorial da imprensa — que invariavelmente reduz a cobertura da campanha à briga pela pole position nas pesquisas de intenção de voto.
O resultado é o abandono, em maior ou menor escala, da informação sobre as posições, preocupações e desejos dos eleitores. É raríssimo encontrar um jornal, revista, emissora rádio ou TV que vá às comunidades sociais para investigar o que elas estão pensando, abra espaços para os debates que acontecem dentro delas e crie uma interface entre o público e os candidatos.

O resultado é que o eleitor acaba por sentir-se um mero espectador num processo em que ele deveria ser o protagonista, se fosse levada em conta a retórica democrática. Daí uma das mais prováveis razões do desinteresse crescente do cidadão pelas eleições, vistas cada vez mais como mais do mesmo.

Na última metade dos anos 1990 houve uma tentativa de reduzir a apatia e a abstenção eleitoral nos Estados Unidos por meio de um projeto chamado Jornalismo Cívico, nascido no meio universitário e que depois obteve recursos do Centro Pew e a adesão de cerca de 30 jornais regionais norte-americanos.
A proposta era simples. Em vez de cobrir os candidatos, os jornais passaram a dar espaços para as comunidades urbanas expressarem opiniões sobre os seus problemas, sobre a campanha e os partidos. Além disso, jornais começaram a promover audiências públicas para as quais os candidatos eram convocados a discutir com a população uma agenda montada pelos repórteres e editores.

O Centro Pew de Jornalismo Cívico (hoje inativo) chegou a colocar 10 milhões de dólares no projeto que tinha como principal referencial as eleições presidenciais norte-americanas de 1996 e de 2000. Mas, apesar dos esforços da fundação, de intelectuais como o professor de jornalismo Jay Rosen e dos editores de jornais, a proposta do jornalismo cívico acabou não prosperando.

Houve uma forte oposição dos grandes jornais como The New York Times, The Washington Post e Wall Street Journal, que rotularam o projeto como um envolvimento indevido do jornalismo na política, contrariando as normas de isenção e imparcialidade. Houve muito debate, mas acabou prevalecendo a tendência do não envolvimento com os eleitores, a pretexto de preservar a independência das redações.

Hoje esses argumentos perderam boa parte de sua consistência na medida em que os eleitores começam a encontrar outros meios, como os blogs, twits, comunidades sociais e fóruns online, para expressar suas preocupações e apatia diante de mais uma edição da corrida eleitoral protagonizada por candidatos, tribunais e pela imprensa, aqui no Brasil.

Mantendo-se fiel à rotina, os jornais perdem uma oportunidade única para procurar uma aproximação com os eleitores num momento em que cresce o número de jovens que abandonam a mídia convencional como fonte de informações. A opção preferencial pela cobertura dos candidatos feita pela maioria dos jornais brasileiros parece mais vinculada à rotina interna e uma vinculação atávica com a disputa pelo poder, do que por uma atitude lógica.

A imprensa precisa do público para sobreviver como negócio, mas evita uma alternativa como o jornalismo cívico que poderia melhorar a sua imagem diante dos eleitores, especialmente os mais jovens, a um custo quase zero em relação às estratégias editoriais já em curso para a cobertura da campanha de 2010.

Fonte: LesteMais/José Norberto de Jesus

Um comentário:

  1. ai menino zeze norberto de jesus, filho do filho de Deus, voce merece nossos aplausos....parma de contentamento.....pla plapla.... o voto deve ser pela honestidade, assim somente pouco...vejamos a ficha de cada um...tem candidato que passar em frente a delegacia fica preso....então vamos votar em quem...
    votar em quem pode ajudar Itabira, quem pode ser deputado para Itabira.

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