As redes sociais e mídias alternativas encabeçam mudanças profundas em Itabira. Temos já um sem número de resultados alcançados, desde que os formadores de opiniões começaram as articulações nos fóruns de discussões do Facebook, nos blogues independentes e nas redes sociais. Se a pseudoimprensa não se prestou a noticiar e analisar, com a abertura do espaço, o domínio acabou sendo ocupado pela massa.
Há várias melhorias e mudanças de destinos, desde então. O Museu do Ferro e a Casa do Brás foram reabertas, depois de manifestações populares iniciadas nestas teias. A Arsae-MG, que no ano passado validou o aumento de 33,15% nas tarifas de água, numa "audiência" nada transparente, para este ano resolveu trabalhar mais sério e não acatou ao pedido de mais 8,88%, tendo limitado o aumento para 3,10%, condicionados à criação de fundo de investimentos de expansão das redes e alterações na estrutura tarifária, com a implantação da tarifa social. A truculência do poder econômico da MD Predial, dos advogados e do seu sócio principal, Émerson (Gui) de Alvarenga Barbosa, contra Dorinha Cabral, que é uma ferrenha participante destas redes, foram veementemente criticados e rechaçados pelos colegas participantes, tendo, inclusive, acompanhado e apoiado ela na audiência, ocorrida no último 23, na Justiça. A proposta de acordo foi recusada pela ré e nova audiência foi marcada.
RECUPERAÇÃO DA CONSOCIAL
Uma das mais interessantes e recentes mobilizações resultou na inversão da 1ª Consocial - Conferência sobre Transparência e Controle Social -, que era determinação da União e que o governo João Izael protelou em executá-la e depois tentou fazê-la sem a real participação popular, contrariando as normas e as leis, segundo informações do blogueiro Luiz Zanon (clique aqui para ler).
Na tentativa frustrada de manipular a conferência, o governo colocou o "auditor" Ailton Morais como coordenador da conferência e limitou o direito de voz e votos aos primeiros 100 inscritos, condicionados ainda a serem vinculados às ONGs ou entidades organizadas, contrariando as claras determinações federais, segundo Zanon. Para quem não se lembra, Ailton Morais era reconhecido como dono do jornal Imprensa Jovem e, enquanto ocupava o cargo de secretário, o jornal recebia anúncios da prefeitura, como um tipo de pagamento por fora, possivelmente em troca das bajulações (clique aqui para reler).
Então, inconformados com a manipulação do governo, integrantes do fórum "Itabiranos sem censura" impediram as restrições ilegais impostas pelos governistas, tendo conseguido abrir as inscrições para quem quisesse participar e ainda conseguiram eleger 4 delegados do total de 9, mais dois suplentes, do total de 10, dentre eles, Giocasta Machado, Délcio Fonseca Mafra, José da Penha e Gercimar Almeida, como delegados, e Cléverson Lobo Buim e Sílvio Lage, como suplentes. Outros significativos participantes, embora não tenham colocado seus nomes para os cargos de responsabilidade, vêm postando sugestões e debatendo os temas, todos os instantes, nestes fóruns, que atuam em paralelo, balizando e orientando os nomeados.
Durante a primeira conferência, ocorrida no dia 13, os presentes aprovaram 20 propostas que serão levadas à etapa estadual, a ser realizada nos dias 14 e 15 de março. Délcio Fonseca Mafra, um dos delegados que emergiu dos fóruns sociais, deu a seguinte entrevista para a Rádio Itabira-AM:
Esta não é a primeira falha dos governistas do grupão, nem as primeiras ingerências. No final de 2009, mediante decreto do presidente Lula, foram realizadas as conferências de comunicação, chamadas de Confecom, por todo o país.
Em Itabira e região, diante da falta de iniciativa do governo, quem assumiu os trabalhos foi o jornalista Luiz Antônio Zanon, do Mosaico. Na ocasião, o gabinete do prefeito se recusou a apoiar e a participar, não tendo oferecido qualquer atenção ou contribuição.
Já o ex-presidente da câmara de vereadores, Neidson Dias Freitas (PP), autodenominado posteriormente de "embaixador de Itabira no governo do Estado", ligado ao grupo político do prefeito, disponibilizou as dependências da casa, logística e recursos financeiros para as organizações dos eventos municipal e regional. Diante das evoluções da Conferência local, definiu-se que a etapa regional fosse realizada no Centro Cultural de São Gonçalo do Rio Abaixo, com apoio da Amepi - Associação dos Municípios do Médio Piracicaba -, da câmara de vereadores de Itabira e das prefeituras de São Gonçalo e de João Monlevade. Vide arte de comprovação.
Estranhamente, depois de contratadas e executadas as duas etapas, tendo sido publicadas as logomarcas dos patrocinadores, conforme pode-se comprovar acima, a câmara de Itabira, até o momento, não ressarciu os promotores e nem os palestrantes contratados pela Confecom Regional, pelo que nos consta. Segundo Zanon, Neidson deu o calote, alegando por meio de sua assessoria jurídica, depois de realizada a conferência regional, que a casa não poderia arcar com custos de eventos ocorridos fora da abrangência municipal, mesmo que o tema fosse de interesse coletivo da cidade e que fosse uma sequência de uma promoção iniciada na cidade. Tampouco contrapôs, a tempo, qualquer alteração no calendário e locais das atividades, nem mesmo tentou intermediar qualquer outra forma de reparação, como pela intermediação com a câmara de São Gonçalo, por exemplo.
Da parte que caberia à organização do evento, tudo saiu dentro dos conformes, com boas indicações de modificações nas leis e com todas as chancelas respeitadas e divulgadas como apoiadores ou patrocinadores. Temos todo o material impresso guardado, como provas. O palestrante Heitor Reis, da Abraço (Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária), foi um dos profissionais lesados com a escorregada da câmara. Meses depois, sofreu um AVC e encontra-se em recuperação, cujo recurso e direito, mais do que nunca, lhe faz muita falta.
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Conferência Regional da Confecom - 04/11/2009. |
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Grupo de trabalhos em atividade, discute sugestões e reivindicações
para a Conferência Estadual da Confecom. |
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Mesa de trabalhos e palestrantes da Confecom Regional.
Da esquerda, para a direita, Heitor Reis, Fernando Martins e Cláudio Vilaça. |
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