Na minha recente postagem, sob o título
'Instintos Animais', andei analisando o estranho comportamento do itabirano diante de tantos indícios de corrupção, jamais vistos na cidade. Proponho dar sequência à análise, pedindo mais um pouco de atenção para continuarmos com o raciocínio.
Semanas atrás, recebi dois e-mails, de duas lideranças de oposição, fazendo graves denúncias contra a Prefeitura. Um dos e-mails, enviado pelo presidente do PV itabirano, traz anexo um recorte escaneado de um jornal (parece ser do Estado de Minas), com uma matéria sobre condenações do TCE - Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais – contra prefeitos e agentes públicos, no qual, cita que um ex-secretário da fazenda de Itabira foi condenado a ressarcir em R$ 24,5 mil, por homologação de contratos entre janeiro de 2003, a junho de 2004, ou seja, nos mandatos do Ronaldo Magalhães (prefeito) e João Izael (vice).
No dia 19 de novembro, o Diário de Itabira estampou um "contra-ataque" do Alexandre Banana, quando ele reagiu às declarações do Ronaldo Magalhães, por ter afirmado que as denúncias dos ex-vereadores do PT, Alexandre e Wanessa Porto, eram infundadas porque tramitam como procedimentos administrativos ou porque já foram arquivadas. Banana se irritou, rebateu as declarações e fez questão de provar que 10 ações ainda estão em andamento em 1ª e 2ª instâncias.
Minha hesitação em postar aqui tais denúncias é porque condenações cabem recursos e porque acredito que há bons e bem intencionados agentes no grupão, embora percebe-se que não sejam dominantes na gestão ou na péssima linha política adotada. E corro o risco de citar alguns desses bons nomes, como Marcos Alvarenga, Alcides Escolástico, Deoclécio Mafra, Mauro Márcio Alvarenga, Geovane Novaes, Geraldo Rubens, Henrique Carvalho e outros mais que possa ter me esquecido.
Os problemas, a meu ver, são que as falhas parecem ser bem íntimas do gabinete, que dão a má cara e a má fama ao grupão. À reboque segue cega a população perdida, sem esperança, arrastando-se como zumbis, em troca de migalhas, de restos, de contratinhos, de carguinhos e de estagiozinhos, servidos em milhares de porções propositalmente racionadas. Falsas benesses que custam alto demais ao se dar conta que vivemos numa cidade sem projeto de autosustentabilidade, com saúde, cultura e educação medianas, bem aquém do bilionário orçamento municipal, nunca antes alcançado.
Como receita para se perpetuarem no poder, a estratégia de unir (ou cooptar) apoiadores das três facções políticas remanescentes, de Luiz Menezes (que tinha uma linha mais populista), aos apoiadores do grupo do Li (que foi mais técnico), com alguns dissidentes do Jackson, por meio do PSDB e PMDB, quando formou-se essa estranha mistura, sem idealismo, sem sentimento comunitário, que mais se assemelha a um coquetel de diesel com leite, brita, fubá, pimenta, rapadura e gás carbônico; superaquecidos pela pseudoimprensa e, depois, servida goela abaixo, pelando, como única fonte de sobrevivência. Ou seja, uma alquimia que nenhum composto útil produz para ninguém.
Por sorte nossa, esse mau tempo não tarda a mudar. Se você der uma olhadela, nos resultados das nossas recentes enquetes, os itabiranos querem mudança verdadeira. O governo do João tem recebido a pior avaliação conhecida, segundo nossas enquetes, e apenas 10% da população alegam querer algum nome do grupão na sucessão. Os 90% demais querem Damon, Alexandre Banana ou outro novo nome, bem distante do atual modelo.
Itabira vai muito além da gana de um grupo. Itabira tem raiz, tem nomes tradicionais como Ferreira, Drummond, D´Caux, Morais, Santos, Porto, Lage, Martins da Costa, Andrade, Caldeira, Saez, Lott, Jácome, Barros, Bragança, Ribeiro, Silva, Braga, Penido, Rosa, Soares e uma infinidade de gente boa, que formará bons filhos e excelentes formadores de opinião e que, assim que acordarem, darão o correto recado a quem só se preocupou em beneficiar a si próprio.