RONALDO NA FITA

Registro feito durante a inauguração da nova sede da Acita,
na terça-feira passada.

Pois é, Ronaldo Magalhães foi para o PTB, Partido Trabalhista do Brasil. Junto com ele, o José Wilson Campos, comerciante e atual dono da Rádio Caraça-FM, que fora comprada do José Maurício Silva-PMDB, durante o período que o grupão esteve no poder.
 
Logo que chegaram, como bons caciques, dominaram o partido. Wilson assumiu a presidência local e tratou logo de sugerir a candidatura do Ronaldo Magalhães. Ontem, dia 15, deram uma coletiva para a imprensa, anunciando a nova jogada.


O QUE REPRESENTA O RONALDO NO PÁREO DE 2012?

Com certeza, representa muito, sim. Segundo as especulações e consensos informais dos marqueteiros, cientistas políticos e articuladores, Ronaldo figura, hoje, em segundo lugar na aceitação do público, situando-se logo atrás do Damon de Sena, seguidos por Reginaldo Calixto e Bernardo Mucida. Neidson e Banana posicionam-se ainda atrás.

O nome de Ronaldo Magalhães, como ex-deputado estadual ou como secretário adjunto de Estado, não remete a quase nada de valor. Não foram vistas significantes ações de sua autoria em defesa do seu colégio eleitoral itabirano. Sua presença na cidade, durante estes mandatos, só não foi em branco, porque recordamos da investida dele contra o PV itabirano, quando tentou abocanhar o partido do concorrente político Damon de Sena. Enfraquecido e depois de perder a queda de braços para o PV local, ficou sem partido, entrou na campanha do Anastasia e foi compensado com um cargo de secretário adjunto. Mesmo com cargo privilegiado no estado, não se viu ainda nenhuma indicação ou defesa dele para a cidade.

Entretanto, a força do seu nome ainda remete ao seu mandato como prefeito de Itabira. Ronaldo Magalhães teve a sorte de entrar na hora certa para a Prefeitura de Itabira, logo após a desgastante, mas necessária reforma fiscal que seu antecessor, Jackson Tavares-PT, havia feito. O município passou a arrecadar bem mais, quando saiu dos 60 para 300 milhões de reais de orçamento anual. Além da reforma fiscal, foi durante seu mandato que a Vale entregou as obras de boa parte das 52 Condicionantes Ambientais, também conquistadas na queda de braços entre Jackson e a Vale. Daí, então, para a população menos politizada e culta, Jackson quase não fez nada, enquanto Ronaldo muito fez.

O reforço do seu nome, como "bom" executivo público, vem depois do seu afastamento do seu sucessor e ex-vice prefeito, o João Izael, que vai sair da prefeitura, depois de 2 mandatos, como um dos piores prefeitos que a cidade já teve. Adjetivo este balizado por ter torrado o maior orçamento da história da cidade, praticamente, só com custeio de folha de pagamento, apadrinhamentos, cargos-fantasmas e contratos de terceirizações.

O único senão, com relação ao seu nome e que lhe confere rejeição, são os fortes indícios de corrupção do seu governo e enriquecimentos espontâneos de seus ex-secretários e assessores, muito mal falados na cidade.

Como no cenário político, ainda não surgiu um nome que alie comprovada capacidade técnica de gestão, firmeza de carater, idoneidade, garra e humildade, o cenário, a meu ver, resulta na especulação acima.

E a chegada dele vem em boa hora. Sentia um arriscado ar de "já ganhou" na cidade. Sem arregaçarmos as mangas, sem trabalho sério e comprometido, ou com arrogância, não chegaremos a lugar nenhum.
 
 
DISCURSO ESTRATÉGICO

A coletiva concedida ontem, soou muito mais à exposição do seu nome, do que a pré-lançamento para disputa para 2012. Categoricamente, Ronaldo não afirmou que será candidato, mas deixou um "pode ser" no ar, que, se confirmado, sepulta ou aniquila as aspirações do Neidson Freitas e do Alexandre Banana.

Três pontos chamaram as atenções: Ronaldo Magalhães fez questão de afirmar que conversou quatro vezes com Damon, que já conversou com Bernardo Mucida e que mantém muito bom relacionamento com seu sucessor e parceiro político, João Izael.
 
Mais do que se posicionar como político ético e maduro, há de se considerar o posicionamento como mais uma jogada dos correligionários do antigo grupão para confundir o eleitorado, que insiste em querer chapas homogêneas e polarizadas.
 
Ao afirmar o "bom trânsito" nos partidos de oposição e as aproximações, bem como dar o ar da graça de amizade com o João, Ronaldo coloca mais fermento no bolo do imaginário popular, para fomentar a descrença do eleitorado na classe política, principalmente com relação à oposição. A ideia é que, estando todos candidatos na mesma receita, do mesmo bolo, fica "tudo igual". Se os nomes do grupão estão sujos e não há pega para sujar os nomes da oposição, a única saída é convencer o eleitorado de que todos eles são iguais. Providencial, não!?

Com este discurso, se o Damon ou o Bernardo fecha com ele, o sinal do acolhimento já fora dado. Se não fecha, ele pode entrar no jogo do "tudo igual", digamos, com menos pegas para eles.