Fico me questionando, o tempo todo, sobre a utilidade de pesquisas de opiniões, que ultrapassem a esfera de fonte de estudos para marqueteiros.
O real valor delas está na orientação das estratégias, para abordagem, definição de planos de ações, tipos de mídias a serem empreendidas e linguagem a ser adotada. Tudo isso em função do perfil do público-alvo.
Quando optam por divulgar índices de aprovações de governos ou de satisfações dos clientes, caem num universo crítico e limiar do bom senso. Se divulgaram como nota de agradecimento ou reconhecimento de preferência, tudo bem. Vá lá. Mas se divulgam sem estes contextos expostos, podem acabar tendo seu caráter de estudo desviado a favor da manipulação, reforço de intenções ou da formação de opinião, por tornarem-se tendenciosas. Sem falar na estratégia de pesquisar e divulgar opiniões óbvias, vagas ou pouco relevantes, que ficamos sem entender o porquê delas.
Tenho recebido, na minha caixa postal, pesquisas que pouco ou nada contribuem, ou servem para criar confusões (propositais?) nas cabeças da população, como esta que nos foi encaminhada, com a seguinte pergunta "Nos últimos 10 anos, sua vida...". Como respostas, os entrevistados poderiam marcar: "Melhorou", "está igual", "piorou" ou "não sei / não respondeu". Depois da tabulação, confirmou-se, segundo o instituto, o resultado que 67% da população alega que melhorou. Aí, chegou-nos a informação que: "Para 67% dos moradores de Itabira a vida melhorou nos últimos dez anos". Um jogo de palavras que confunde, propositalmente, ou não, de acordo com as intenções de quem quis dar, de bandeja, estas informações. Aí, depende de quem quer que a gente engula o resultado, quem bancou o estudo e com quais intenções. Vejam só...
Podem ser verdades os fatos da pesquisa ter sido feita na cidade de Itabira e os resultados terem sido estes mesmos. Entretanto, a frase "Para 67% dos moradores de Itabira a vida melhorou nos últimos dez anos" pode ser útil para confundir a população, ao ponto de fazer acreditar que os itabiranos estão satisfeitos com a cidade, leia-se, a administração. Principalmente, se a pesquisa foi arcada pelo poder público municipal, ou se foi iniciativa de defensores do governo, ex-assessores etc. Muito vaga pergunta, que pode ser oportuna para criar clima de satisfação popular, onde há reprovação da administração pública e a pseudoimprensa engolir fácil, não acham?
Caso não seja intenção provocar confusão, cabe-nos as perguntas: Como assim!?! A "vida"? E os índices de aprovação do governo municipal, de satisfação da população com os vereadores, da eficiência da saúde, educação, cultura etc.? Melhorou por causa das ações do governo municipal, federal ou por reflexo da economia mundial?
MEMÓRIA:
Nas eleições passadas, uma enxurrada de pesquisas cairam nas nossas caixas de correios. Uma das mais estranhas foi a do Neidson, quando publicou uma pesquisa que o colocava com cerca do dobro das intenções de votos alcançados nas urnas e acima das intenções de votos do Anastasia.
Cabe-nos ressalvar que há institutos sérios e que alguns destes institutos criticados, de igual forma, já deram outras boas contribuições nas suas medições para a sociedade.
Daí, a dica para que fiquemos de olho vivo: quais são as reais intenções dos marqueteiros de postarem números? Quem bancou os estudos e para quê? Será que há algum cristão que se interesse em socializar informações gratuitamente? Se veio de graça, como bons mineiros, desconfiemos sempre...
Institutos DataPésdeMacaco, Datachutes, Datapeação, Databobo, Datasujeiras, Datababação... kkkk
ResponderExcluirE se acham spertos!!!