Recebemos esta profunda reflexão de uma leitora, que se mostra inconformada com o destino das 300 famílias do aglomerado Drummond. No texto, ela compara a atuação de um vereador de Ipatinga, cujo comportamento deve ser exemplo para nossa subserviente e omissa câmara de vereadores. Não para este mandato, que já era e não acredito mais em redenção. Mas para que os leitores pensem melhor em quem votar em 2012. Renovação total já!
'Agosto, mês do desgosto ou da desilusão?
Certamente as pessoas da geração dos 50 devem se lembrar como era esperado o mês de agosto. Diziam que era o mês dos infortúnios e por isto era um mês “reservado” às desventuras, aos acidentes, desastres sendo chamado por muitos “o mês do desgosto”. Nem casamentos eram realizados neste mês, pois certamente os casais não seriam felizes.
O tempo foi passando e esta máxima caiu no descrédito, tornando-se um mês como os demais do calendário civil. Mas em Itabira, o mês de agosto de 2011 ganhou outro significado. Diria sem sombras de dúvidas: o mês da vergonha.
Não dá para entender o rumo indicado para as mais de 300 famílias que há uma década luta pelo sonho de uma moradia. Invadiram um terreno até então esquecido, construíram ali suas moradias e alimentaram sonhos.
Não quero dizer que sou a favor de invasões, mas temos a clareza que elas acontecem a partir do momento que não existe política pública que busque garantir habitação popular nesta nossa cidade.
Numa publicação no Diário de Itabira, li que o orçamento para 2012 iria garantir a construção de 10 casas populares. A Câmara apresentou uma emenda elevando este número para 40. Gente, neste compasso, as 300 famílias e mais todas as outras que, também, sonham por uma moradia, vão ter que consolidar esta quimera em outras bandas. Aqui não vai dar.
Voltando ao tema do “mês medonho”, pude observar pela imprensa o espetáculo cinematográfico na retirada das famílias. Realmente, tudo foi providenciado: helicópteros, cavalaria, cães, médicos, enfermeiros, assistentes sociais, repórteres, fotógrafos, curiosos, conselho tutelar etc. etc... Só o prefeito não apareceu. Também não ouvi dizer que os vereadores apareceram por lá. Ah! É porque eles estavam em período de férias.
Também não faltaram elogios aos que comandaram a ação “pacífica” sendo creditado ao prefeito o sucesso da operação. Calma gente, devagar com o andor!
Estive um dia desses em Ipatinga e, durante um evento da SSVP, fiquei conhecendo um senhor que na oportunidade acolhia as pessoas com alegria e demonstrava ser um líder atento aos mínimos detalhes. Retornando a minha, casa resolvi pesquisar o currículo daquele cidadão.
Colocando seu nome no Google, constatei que ele é vereador em Ipatinga. Em momento algum, ele declarou esta identidade e, então, percebi que, naquela ocasião, sua identidade era de um voluntário a serviço dos menos favorecidos.
Mas minha admiração por ele se tornou maior quando tive a oportunidade de ler seu pronunciamento na tribuna da câmara municipal de Ipatinga. Ele é do mesmo partido do prefeito (de Ipatinga), e na sua fala ele afirmava não concordar com as ações do prefeito que ele ajudou a eleger. Falou da caminhada, das promessas de campanha e da sua decepção. Confira o pronunciamento:
Publicado em 22/02/2011
Parlamentar usou a tribuna durante a reunião desta terça para criticar o prefeito “pelo descaso com a cidade”. Apesar de pertencer ao mesmo partido do prefeito, o PPS (Partido Popular Socialista), o vereador César Custódio teceu críticas à prefeitura sob o comando de Robson Gomes.
Durante a 2ª sessão da reunião ordinária desta terça-feira (22/02), o parlamentar subiu à tribuna, leu uma carta classificando a atual administração municipal “como medíocre e desleixada” e recebeu muitos aplausos dos munícipes presentes no plenário.
“Este governo que aí está teve todos os elementos para ser um dos melhores governos que esta cidade já vivenciou, mas jamais a nossa cidade conviveu com tamanho descaso e mediocridade”, disse César.
César citou diversos problemas que o Município tem enfrentado.
“Temos problemas na limpeza urbana, na educação, no não cumprimento das obras do Orçamento Cidadão e até a precária situação em que a saúde pública dos nossos munícipes se encontra.”
O vereador mencionou ainda a falta de ética existente entre os integrantes da prefeitura.
“A falta de ética é total, a máquina está cada vez mais inchada e inoperante, com forasteiros de todos os lados. A administração vai de mal a pior. Em um curtíssimo espaço de tempo, temos uma CPI em fase de conclusão e com quantas mais ainda poderemos nos deparar?”, questionou ele.
Ele ainda criticou a nomeação de servidores do primeiro escalão do governo.
O parlamentar finalizou seu discurso conclamando a sociedade para a mobilização contra a atual administração.
“Conclamo as Igrejas, o comércio, a sociedade organizada, enfim, toda a população de Ipatinga, para que tomemos posição. Temos que nos mobilizar.”
E voltando para nossa terrinha fico matutando:
É impossível ao ser humano, que não é deus, deixar de cometer erros.
As falhas que nos são apontadas devem servir como oportunidade para rever a nossa caminhada e aprender com nossos erros. Mas, se as pessoas que rodeiam os governantes impedem que eles tomem conhecimento das coisas que não estão corretas até porque elas são também co-responsáveis, com repará-las?
Faz-se necessário despir-se da redoma, libertar-se das algemas da bajulação e enfrentar a realidade sem a “falsa maquiagem”.
Se você abre uma porta, você pode ou não entrar em uma nova sala. Você pode não entrar e ficar observando a vida. Mas se você vence a dúvida, o temor, e entra, dá um grande passo: nesta sala vive-se! Mas, também, tem um preço... São inúmeras outras portas que você descobre. Às vezes curte-se mil e uma. O grande segredo é saber quando e qual porta deve ser aberta. A vida não é rigorosa, ela propicia erros e acertos. Os erros podem ser transformados em acertos quando com eles se aprende. Não existe a segurança do acerto eterno. A vida é generosa, a cada sala que se vive, descobrem-se tantas outras portas. E a vida enriquece quem se arrisca a abrir novas portas. Ela privilegia quem descobre seus segredos e generosamente oferece afortunadas portas. Mas a vida também pode ser dura e severa. Se você não ultrapassar a porta, terá sempre a mesma porta pela frente. É a repetição perante a criação, é a monotonia monocromática perante a multiplicidade das cores, é a estagnação da vida... Para a vida, as portas não são obstáculos, mas diferentes passagens!
Ainda há tempo.
Tempo para reflexão, mudança, e mudança para melhorar.
Afinal, setembro é primavera.
O colorido das flores poderá debelar o sombrio agosto que apoderou nossa cidade e mais ainda, o nosso desejo de mudar e lutar por uma Itabira melhor para todos. Onde o bem viver seja a oportunizados a todo cidadão que decidiu viver nesta “terra tão querida, a cidade mais gentil”'.
Texto enviado por e-mail, por Penha Reis.
Devemos sim apostar no movimento, não deixar de levar em conta que as coisas mudam, não devemos concordar em perder tanto (como vem acontecendo na Itabira do Mato Dentro), o vereador Ipatinguense leva a sua função pública como deve ser, com esmero.
ResponderExcluirEberte Bretas