(São
Gonçalo do Rio Abaixo)
Para
fechar nosso compromisso de apresentar os processos de cassação em
São Gonçalo, movidos pela coligação “Juntos por amor e respeito
a São Gonçalo” contra a coligação que elegeu o atual governo,
apresentamos hoje o último processo, o Aije 63.706. Só lembrando,
este processo e o Aime-106 (que corre em segredo de justiça) são os
que ainda não tiveram data de audiência marcadas.
As
primeiras denúncias são baseadas em infrações do artigo 73 da Lei
9504/97, que restringe distribuição gratuita de bens e serviços de
caráter social custeados ou subvencionados pelo poder público, com
foco na doação abusiva de materiais de construção, principalmente
nas residências onde haviam afixados banners do candidato do
governo, Antônio Carlos Noronha Bicalho (PDT), cujos procedimentos
foram apontados como compra de votos. Ou seja, abuso de poder
funcional.
Para
provar tais abusos, os advogados da oposição apresentaram gravações
em vídeo, nas quais os entrevistados confirmam as propostas de
fornecimento de material de construção em troca do eleitor colocar
o banner do candidato do governo, tendo, inclusive, uma gravação na
qual uma eleitora alega que o ex-prefeito Raimundo Nonato Barcelos
ameaçou que não ajudaria a família dela, que é pobre, se ela não
trocasse os banners afixados na casa dela.
O
processo aponta para um possível esquema que envolvia a Secretária Municipal de
Trabalho Social e dois servidores de confiança, que anotavam os
materiais pedidos pelos eleitores, forneciam e supervisionavam a
entrega de material, condicionada a confirmação de que eram
eleitores, via a apresentação dos banners em suas residências, segundo a acusação.
Outra
evidência apresentada se deu na apresentação de recibos assinados,
que comprovam entrega de material hidráulico do Departamento de Água
e Esgoto (Dae) para fazendeiros e até empreiteiras. Estes recibos
foram apresentados por um servidor que foi dispensado da função
pelo superior, assim que ele passou a exigir os recibos e a
formalização das ordens por escrito.
Pelo
que informamos, com exceção do fornecimento dos materiais
hidráulicos entregues sem qualquer justificativa de programa
anterior, a Lei eleitoral abre brechas para manutenção de programas
assistenciais anteriores, como o fornecimento destes demais materiais
de construção, desde que no ano eleitoral não ocorra abusos ou
aumentos nos atendimentos.
Daí,
os advogados apresentaram um primeiro levantamento de compra de
material de construção pela prefeitura, baseado em publicações do
Diário Oficial, que revelou um aumento de 188,3% na compra destes
materiais, entre os anos de 2011 (num total de R$ 2.871.119,11) e até
o final de julho de 2012 (total de R$ 8.277.412,98). Ainda nos
levantamentos, o somatório dos últimos 22 meses anteriores às
eleições chega à cifra de 11 milhões de reais.
Como
se pode comprovar, dos 3 processos conhecidos, o Aije 63.706 parece
ser o que mais apresenta aberrações e abusos de poderes. Caso os
dois primeiros a serem julgados (Aije 63.888 e Aije 63.794) não
garantam a cassação, que vários advogados consideram pouco
provável, será bem mais difícil o governo escapar deste terceiro.
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