(Geral)
Não
há retorno. Daqui para frente, não dá para voltar mais e nem é
possível saltarmos do bonde. Estamos numa via de mão única, que,
por sinal, ainda restringe o trânsito de todos os que forem contra a
vontade popular.
Novos
tempos aí estão. Confirmadíssima a penetração das redes sociais
e dos blogues no cotidiano da política, debatendo, expondo as
vísceras e querendo participar cada vez mais. Mais do que estarem
presentes, eles fizeram diferença. E uma grande diferença. São jovens e antenados protagonistas de um novo tempo
que começou como os cara-pintadas, mas que só agora, parece ter se
despertado para o óbvio, que reunirem fisicamente, nestes tempos de
correria e excessos de atribuições que todos vivemos, é muito mais
difícil para todos. Graças à tecnologia, as ideias e
questionamentos podem crescer exponencialmente.
É
isso mesmo, caríssimos, perdemos, por um lado, aqueles bons momentos
de encontros nos botecos da vida, quando bebíamos umas geladas,
tragávamos uma pinga da boa e fisgávamos uma moela ou um torresmo
crocante, enquanto consertávamos o mundo, o país e, de sobra,
alfinetávamos as sogras, chatos e idiossincráticos. “Homem que não faz faxina em casa, vai ao Cinédia aos sábados”, defendia o bordão dos veteranos
do Cometa, num velho estabelecimento itabirano, que era um misto de sacolão, bodega e restaurante popular, ou um tipo de Mercado Central de Itabira. Calma que estes espaços permanecerão, pelo menos por um
bom tempo. Tomara. Nem que seja para discutir futebol. Com exceção
do Cinédia, que já fechou. Ou será que já perdemos outros? Ai... ai... ai...
esqueçamos o bar Botafogo, o Gruta da Onça, Bar do Leão...
O
negócio agora é teclar. É futricar nos grupos das redes sociais.
Movimento que inicia-se com a leitura selecionada e garimpada nos
sites de notícia, remodelada nos blogues e colunas de opiniões. A
jovem democracia digital brasileira, demorou, mas é bem mais voraz. E muito,
mas muito mais crítica.
BLOGUES E REDES SOCIAIS
Nosso
blogue coletivo, antes chamado de Filhos do Cauê, passou a se chamar
Filhos das Minas (www.filhosdasminas.org).
Inspirados em uns poucos, raros e críticos jornais locais, uns 20 autores se juntaram
para formar um blogue coletivo, das mais diversas tendências
políticas e ideológicas, que coleciona, após 3 anos de vida, mais
de 1200 postagens.
E querem saber quantas vezes nos reunimos para
traçar as linhas editoriais, ou combinarmos pautas? Zero! Praticamente nenhuma
vez sequer*. Apenas mandávamos o convite e iam chegando os
interessados.
Desde
então, a galera mais afoita e bem mais livre criou os primeiros
grupos sociais no Facebook (Opinião de Itabirano, Itabira(nos) sem
censura, Calejados da Pedra que Brilha e outros sucessores). Ou você
acha que eles topariam ser filtrados ou “moderados” pelos
blogues, inclusive o Filhos do Cauê? Jovem é outro papo. É pá e
bola. Tudo tem que ser instantâneo e sem freio. Custaram e
resistiram um pouco para discutirem política, por causa daquelas
defesas bobas, repetidas sem reflexão, do tipo “detesto política”.
Afinal, eles descobriram, ainda em bom tempo, que enquanto os bons se furtam de discutir, os maus se inseriam e nadavam neste oceano de oportunidades, inclusive para se enriquecerem, de negarem-lhes as melhores escolas, de fomentarem as melhores vagas de empregos e até de oferecerem-lhes lazer. Acredite! Até no lazer, estas ervas daninhas da política se infiltraram. Criaram raízes e não se cansaram de dar-lhes os canos! Tudo isso exposto, debatido e rechaçado nas redes. João Izael passou a ser culpado de tudo e sem dó. -Ô governinho ruim, que já vai tarde! – dirá a galera, daqui a uns dias, durante a posse.
DE OLHO NOS ELEITORES
Pois
bem, a prova mais contumaz que se pode apontar foi a lavada que o
médico Damon de Sena (PV) deu no quase imbatível grupão, batendo
duro nos 70,2% dos votos, sem que essa galera manifestasse
abertamente suas intenções de votos. Aliás, continuaram firmes e
duros críticos, durante todo o processo. Vigiaram, cobraram presença
nos debates e não deixaram escapar nem um milímetro.
Então,
eis que pergunta-se... Afinal, qual foi a receita de tamanho sucesso?
Não era esse tal de grupão, aquele que movimentou quase que 3
bilhões de reais, que detinha dezenas de “órgãos de imprensa”
nas mãos, praticamente 20 partidos sob seu domínio e uns 8.000
contratos como fiéis seguidores de cabrestos?
Poderíamos,
laconicamente, apontar o grande feito a um ou outro. Mas seria
irresponsável e até pretensioso. Daí, aposto mais e sem qualquer
falsa modéstia, no conjunto e na evolução da comunicação social,
que caiu na graça e no domínio da grande rede mundial.
Aos
órgãos de mídia impressa, sites noticiosos, blogues, rádios e
TVs, não adianta protelar nem mais um dia. Aquele velho modelo
sistêmico de vender anúncios publicitários em troca de afagos nos
editoriais, moderações, redações de matérias parciais e se
furtarem das verdades, estão com os dias contados. Fim da linha,
também, para as assessorias de comunicação que agirem desta forma,
que cercearem economicamente ou por assassinato de reputações aqueles que revelarem as entranhas dos patrões. Daqui em diante, o
acesso só será permitido a quem enquadrar-se neste novo tempo. E o
novo grupo do Damon e demais prefeitos da região, recém-chegados,
que se preparem! E que assim seja!
* Ressalvas: As únicas exceções de encontros ocorreram, salvo engano, para o primeiro texto do jovem André Vitor, que pediu a dica para sugestão de pauta após a publicação acima.
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