PRIMEIRO TEMPO
Nos dois primeiros anos da primeira gestão do João Izael, minha empresa prestava alguns serviços para o governo municipal. Nunca fomos da "porta da cozinha", mas era uma distância ideal para nós, porque, desde o ano 2000, mudamos o foco dos negócios da HS-Pro para o atendimento do máximo de clientes da região, ao invés de ficarmos dependentes de 3 ou mais clientes de um único local, tornando-nos muito vulneráveis. Receita que tem dado melhores resultados, tanto financeiros, quanto de portifólio.
Voltando aos primeiros contatos com o governo, recordo-me que entreguei, de cara, nas mãos do então secretário de governo, Sebastião (Batata) Campos, quatro projetos de programas de TV, a custo zero para o município, nos quais nossa empresa se encarregaria de todos os custeios e equipamentos de produção (mantemos um completo e moderno estúdio de TV na cidade), ficando para a TV Cultura só dar o playback, ou seja, só rodar os programas. Ainda como forma de ofertar retorno para o município, dos quatro blocos de comerciais, um deles seria para o município explorar, da forma que lhe conviesse, e os demais para garantir, por nossa conta e risco, a produção completa dos programas.
Um dos programas seria chamado "Momento Oportuno", que seria co-produzido com a Acita, CDL e empresas do Distrito Industrial, com foco em economia local. Seu conteúdo contaria com blocos sobre cotações, entrevistas com empresários em evidência, dicas de administração e receitas de sucesso. Foram propostos outros, sendo um chamado "Sala de Estudo", com dicas de concursos públicos e vestibulares; outro chamado "Sustentabilidade" e um sobre política, para a Câmara Municipal. Nenhum deles foi aprovado e acabaram esquecidos nas gavetas do poder.
Do terceiro ano, do primeiro mandato, em diante, sem qualquer explicação, passaram a não nos contratar mais. Cheguei a perguntar ao Perón o porquê e se havia ficado alguma pendência ou insatisfação, mas ele esquivou-se em dizer que "não reparei isso...". Beleza, pensei. Vamos continuar no mercado regional e atender aos demais clientes que precisam dos nossos serviços. No final do primeiro mandato, retornamos a Itabira e atendemos à campanha do Damon.
SEGUNDO TEMPO
No segundo mandato, fui convidado para ser membro do Conselho Municipal de Cultura, cargo sem remuneração. Topei, de imediato, para ajudar. Aí, chegam duas propostas de programas terceirizados de TV, um do Zé Geraldo do Espinhaço, outro do repórter da casa, Percival. O Conselho recusou as duas propostas, tanto por problemas conceituais e editoriais, quanto por problemas legais e econômicos, porque não especificavam, claramente, a quem se destinariam as receitas deles e quais recursos técnicos eles usariam do município.
Cerca de um mês após, soube que um dos programas propostos foi levado ao ar, sob as "bênçãos" do gabinete do prefeito. Aí, pensei, não precisam mais de mim.
E toquem o enterro, senão o defunto estraga.
Em terreno itabirano, alguns santos de casa fazem milagre, desde que não se conte o método de interceção utilizado.
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