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quinta-feira, 2 de junho de 2011

Greve da CSN - Exemplo pra Itabira

A 180 Km de Itabira está localizada na região do Alto Paraopeba a cidade de Congonhas. Com seus pouco mais de 50 mil habitantes, é um município que muito se assemelha com o nosso, já que toda a sua atividade econômica gira em torno da mineração. A principal empresa que atua na cidade é a CSN, que lá possui a Mina Casa de Pedra.

No sábado dia 28 de abril os trabalhadores da Companhia Siderúrgica Nacional declaram greve por tempo indeterminado. Durante cinco longos dias enfrentaram com coragem e ousadia a busca sem fim pelo lucro das mineradoras que se negam a remunerar seus funcionários de forma coerente com os resultados financeiros obtidos com a extração do minério. A luta econômica tornou-se política. Da cidade de onde retiram a riqueza e deixam os buracos e a destruição, a empresa sentiu somente o repúdio e a indignação. Essa importante greve conseguiu por toda a cidade apoio ativo dos moradores, estudantes e aposentados. A igreja de Congonhas, os vereadores, as associações de moradores também estavam pela greve.

Itabira tem tudo a ver com esta luta. Vivemos em um município minerador, onde uma parte importante do nosso povo trabalha diretamente na Vale ou em uma de suas contratadas. Boa parte dos impostos arrecadados pela Prefeitura são oriundos das Minas da cidade. A princípio, pode parecer que devemos algo a essa empresa, mas quem nos deve é ela. É preciso entender que um dos debates políticos fundamentais em nossa cidade é a respeito de tornar sua principal atividade econômica em algo que seja capaz de levar ao conjunto da população a avanços significativos na qualidade de vida.

A Vale investe pesado, assim como o governo do "grupão", em publicidade. Afirmando defender o meio ambiente, com crianças lindas em comerciais em que procura apresentar-se como uma empresa responsável. Tenta vender a idéia de que é possível conciliar a insaciável sede de lucros com o respeito ao meio ambiente e a valorização da pessoa humana.

Seguindo o exemplo de Congonhas, em cada campanha salarial dos trabalhadores da Vale aqui em Itabira, precisamos enxergar uma oportunidade ímpar para discutir a relação da mineração com a cidade. Muito pouco é exigido perto do que a empresa lucra. 2011 pode ser um ano decisivo para dar passos nessa discussão. As eleições municipais se aproximam, no segundo semestre irá desenrolar a campanha salarial dos operários da mineradora e para além disso, ganhou as ruas do país a discussão sobre o aumento dos royalties.

Itabira, acorda!


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