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quinta-feira, 23 de junho de 2011

MOVIMENTO DOS SEM-ÁGUA

No Brasil, presenciamos as atividades dos “Sem Terra”, depois surgiu o dos “Sem-Teto” e algumas brincadeiras como os “Sem-Motel”.

Todos são movimentos sociais válidos, com longas histórias de caminhadas, lutas, vitórias e também morticínio praticado contra os que tentam elevar a condição própria de vida, indiferente aos planos prometidos e não praticados pelos governos e suas letárgicas burocracias.

País de grande extensão geográfica, população mediana e mal distribuída em seu território e com grande concentração na região costeira devido às suas facilidades de deslocamento, além de grande riqueza mineral no estado de Minas Gerais e as muitas indústrias em São Paulo.

O extrativismo mineral na região do Quadrilátero Ferrífero mineiro ocasionou grandes danos ao meio ambiente, desmatamento acentuado, grandes escavações com enormes crateras e consequentemente o rebaixamento do lençol freático nas áreas das jazidas e seus entorno.

Em Itabira, vemos uma população que padece com a falta d’agua em decorrência do rebaixamento do lençol freático, haja vista que grande extensão das jazidas de ferro encontram-se praticamente no centro da cidade, em seu entorno, provocando todo um processo de degradação, sem contar a migração de operários à cidade que também necessitarão da água que já nos falta.

Nesta tarde do dia 21 de Junho de 2011, que deve ser registrada para não ser esquecida por seus moradores, foi aprovada em segunda votação na Câmara dos Vereadores a alteração no Plano Diretor Municipal no item sobre a APA PUREZA, em que venceu a especulação imobiliária local. Agora esta alteração segue para sanção do prefeito municipal.

Água já não tem suficiente, poços artesianos que secaram, córregos altamente contaminados pelo esgoto humano e edificação de uma milionária ETE (estação de tratamento de esgoto) que não conseguem colocar para funcionar. A LOC que a Vale do Rio Doce assinou sobre captar e manter o volume adequado de água potável para a população até o momento não foi concluído e muito menos informado como e quando isto será feito.

Em alusões diversas, informações desencontradas, disse me disse, o fato é que cada vez mais teremos de captar água mais distante do centro urbano de Itabira e a conta de energia elétrica para bombeá-la será repassada integralmente aos consumidores, isto é fato e já vem sendo aplicado neste momento.

Agora, neste momento de incerteza, autorizar a ocupação humana em cima do manancial da Pureza que corresponde a 40% da água disponível aos moradores de Itabira é dose, isto é!

Vale lançarmos um “Movimento dos Sem Água”, antes que a coisa realmente aconteça.

Por Mauro Andrade Moura

3 comentários:

  1. Obrigado pelas informações Mauro,ótima avaliação, realmente é dose, e sem choro!

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  2. Muito bem Mauro Moura, com certeza você já tem um seguidor e voluntário que irá fazer parte do "Movimento dos Sem Água". Quero parabeniza-lo pela iniciativa de estar chamando a atenção da comunidade para o problema do abastecimento público em nossa cidade, que é seríssimo e vem agravando a cada dia, sem que a população tenha conhecimento da extenção da gravidade da situação, principalmente agora que foi aprovado a emenda por parte da Câmara Municipal, a extenção urbana na area da Pureza. Há 11 anos foi celebrado a LOC entre o poder público e a Vale, onde deveriam celebrar convênio de cooperação técnica o SAAE, PMI e CVRD(VALE), com vistas a estudar a melhor alternativa para equacionamento da oferta de água em Itabira. A partir deste convênio as partes deveriam apontar as AÇÕES necessárias ao seu efetivo equacionamento, deste a regularização da outorga, até a implantação, operação e manutenção dos sistemas específicos, conforme o item 12 das condicionantes impostas pela FEAM. É preciso que os formadores de opinião publica, os seguimentos organizados de controle sociais e a sociedade civil como um todo, intensifiquem o processo de cidadania e acompanhamento das políticas públicas do municipio, e exigem e cobrem dos responsaveis soluções para os problemas da sua comunidade. Abraços do amigo, Francisco Carlos

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  3. Este problema de falta de água em Itabira já foi denunciado pelo CODEMA municipal desde a década de 1980. Ele se agrava cada vez mais em decorrência do rebaixamento do lençol freático pela mineradora e pela destruição dos mananciais. Ele é gravíssimo há muito tempo.É uma tragédia anunciada. A população itabirana precisa ficar atenta e manifestar-se concretamente junto ao IGAM e FEAM. Também defendo que a mineradora deveria subsidiar a água para a população local, pois maior parte do consumo domésticos de água deve-se à retirada de pó, proveniente das minas.

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