O rumor do retorno do ex-prefeito Jackson Tavares ao cenário político, anunciado na sexta-feira passada, pelo vice-presidente do PT, e ainda não confirmada pelo Jackson, agita o tabuleiro político e provoca mexidas em todas as peças do xadrez.
O que realmente aconteceu com o Doutor Jackson? Por que ele se isolou tão abruptamente? O seu governo fora tão ruim assim? E este retorno, o que representa no futuro político dos demais candidatos?
MANDATO CONTROVERSO
Jackson militou na política na década de 90, tendo disputado várias eleições, só se elegendo na terceira tentativa. Perdeu na sucessão e saiu super mal, quando posicionou-se em terceiro lugar na sua última disputa, tendo perdido para João Izael, que se elegeu prefeito pela primeira vez e Damon de Sena, em segundo lugar.
Desde então, optou pelo silêncio mortal. Deu mostras que havia desistido e que estava decepcionado com a política, quando se isolou do cenário e se furtou de todas discussões, até mesmo para se defender de calúnias e difamações orquestradas pela comunicação do grupão.
Voltando ao passado, seu governo foi alvo das mais duras críticas de um segmento covarde e sacana da "imprensa" bancada pelo grupão, que hoje domina o cenário político atual.
Mas foi, também, um governo controverso, composto por uma coligação que em nada ou muito pouco se alinhou num projeto único, com fortes derrapadas, desmandos e dificuldades de poder de administração. Contava ainda com alguns secretários e assessores de 'caras-feias', mau humorados, rancorosos, retrógrados ou pouco eficientes, cujas características deram o tom da gestão e comprometeu, razoavelmente, com o sucesso do mandato.
Mas foi, também, um governo controverso, composto por uma coligação que em nada ou muito pouco se alinhou num projeto único, com fortes derrapadas, desmandos e dificuldades de poder de administração. Contava ainda com alguns secretários e assessores de 'caras-feias', mau humorados, rancorosos, retrógrados ou pouco eficientes, cujas características deram o tom da gestão e comprometeu, razoavelmente, com o sucesso do mandato.
Daí, falarmos que a gestão do Jackson fechou com saldo negativo, não é verdade. Desde que assumiu a prefeitura, Jackson foi obrigado a passar o bisturi no corpo da máquina, fez cortes, passou a cobrar novos impostos e taxas, numa consistente e justa reforma fiscal, na qual, quem tinha mais, pagaria mais.
Num convênio com o governo do estado, fiscalizou a Vale e cobrou dela impostos que ela se recusava a pagar. Mandou conferir quantos vagões desciam e quanto ela declarava nas notas fiscais. Propôs mudar o perímetro urbano, para que a Vale, ao invés de pagar imposto rural (o Incra, que é mais baixo), na região do bairro Campestre, passasse a pagar IPTU, tal como os moradores do mesmo local pagavam. Foi idealizador da Audiência Pública contra a Vale, que culminou com 52 Condicionantes Ambientais, responsáveis pelas construções dos parques municipais, sendo boa parte deles inaugurados no governo do Ronaldo Magalhães.
Dos 50 a 70 milhões de reais de arrecadação anual, na sua época, Itabira passou a arrecadar 300 milhões, depois desta reforma fiscal, nos mandatos do Ronaldo Magalhães e João Izael, permitindo que a cidade passasse a ter muito maior poder de investimento, embora não tenhamos visto proporcionais resultados, lamentavelmente.
A cultura, durante seu mandato, era muito mais ativa e contou com mais valor, do que seus sucessores. Foi dele a idéia de aproximar o Pedro Graña Drummond, neto curador da obra do poeta maior, para que, desta relação, a cidade fosse colocada no mapa, pelo turismo cultural da obra Drummondiana, com a consequente construção do Memorial Drummond e tantas outras ações.
Mas, a maior diferença entre seu mandato e dos sucessores é que os secretários e assessores do governo do Jackon, tal como ele próprio, não ostentaram riquezas durante e depois que assumiram suas respectivas pastas. Ninguém enriqueceu espontâneamente, indicando ter sido um governo austero.
É TEMPO DE REDIMIR
De volta ao cenário, Jackson também muito tem o que dizer e muito pode ainda colaborar na política. É inteligente, tem bons princípios morais e, o principal, tem o total direito de se defender das tantas atrocidades que o grupão orquestrou contra ele.
DIESEL E LEITE
Um embaraçoso imbróglio tem que ser corrigido com urgência. A junção do PT com o PP, negociada pelo Alexandre Banana, presidente do PT, com o Chiquinho e Neidson Freitas, com vantagens de trocas de cargos na Câmara Municipal para dois ou mais membros do PT itabirano, ainda não desceu goela abaixo na cidade.
Não pega bem, de jeito nenhum, esta junção, vinda de um partido altamente comprometido com o grupão, entidade esta que vitimou o Jackson e tantos outros opositores com golpes baixos. Soa a um composto intragável de diesel e leite.
Para que vingue, na minha opinião, não vejo outra forma que seja o Chiquinho, ex-assessor do Ronaldo Magalhães e membro do PP, junto com o Neidson Freitas e Perón Colombo (ex-secretário de governo), virem a público numa coletiva e desmentirem tudo que o grupo deles caluniou do governo Jackson. Ou, então, o Jackson assumir, publicamente, o que não fez. Complicado, não?
COMO FICA O CENÁRIO
Sem estas correções, não acredito em bons resultados, nem na junção PP e PT, nem no sucesso de um possível retorno do Jackson para a prefeitura. Embora o retorno seja muito interessante e oportuno para ouvirmos tudo que o Jackson sabe e tem a dizer.
Para falar a verdade, este movimento de peça de xadrez, pelo vice-presidente do PT, muito mais parece um lance que coloca em xeque-mate o próprio PP, que parecia almejar ver o PT em segundo plano. Principalmente diante do lance anterior, no qual o PT anunciou, de primeira mão, a chegada da pré-aprovação do Restaurante Popular e que é mérito deles.
Os demais concorrentes muito têm que articular. Principalmente o Damon, que carece de um vice que lhe reforce a imagem de gestor público. E bons nomes estão logo à sua volta. O Reginaldo Calixto, por exemplo, está correndo solto e em busca de um partido. O Bernardo Mucida ainda não se decidiu e o PDT está em cena, prestes a romper com o grupão, para compor na oposição.
Como podem ver, muita água há de rolar...
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